𝓢𝓾𝓶𝓲𝓻𝓮 𝓚𝓪𝓴𝓮𝓲
Caminho lentamente enquanto sinto o sol refletindo sobre o meu rosto, uma manhã ensolarada, porém a brisa fria se faz presente. Hoje é o meu primeiro dia de aula depois das férias, não estou nem um pouco animada. Ontem, posso dizer que não foi um bom retorno para casa, quando cheguei não havia ninguém, no momento fiquei aliviada, não queria dar explicações do porquê eu havia demorado tanto, por incrível que pareça eles não ligam se eu perdi a minha mãe, talvez estejam até felizes, não há o mínino de consideração existente pela minha mãe no coração deles. Após chegar em casa e notar que não havia ninguém, eu não esperei nem mais um segundo e fui direto para o meu quarto, como sempre seria o meu refúgio. Tomei um banho para que pudesse me desfazer de minhas roupas molhadas da chuva, logo após deitei-me em minha cama e coloquei meus fones de ouvido, amo ouvir música, sempre foi uma terapia.
Porém, meu sossego durou pouco, pude ouvir um barulho de vidro se quebrando no andar de baixo da pequena casa, assustada e sem reação, resolvi tranquilizar-me e tentar prestar atenção no barulho, consegui ouvir várias vozes grogues e rindo, reconheci a voz de meu pai e a partir daí eu já sabia o que estava acontecendo. Comecei a tremer em desespero e de imediato tranquei a porta do meu quarto, o medo que me dominava era tão grande a ponto de eu colocar uma cadeira na porta para garantir que ela não se abriria. Deitei-me novamente em minha cama e me cobri com o cobertor até a minha cabeça, nessas horas a minha mãe sempre estava comigo, ela sempre me defendia e quase sempre acabava sendo agredida em meu lugar. Eu nunca entendi o meu pai, nunca fui próxima dele e nunca senti um afeto verdadeiro como filha. Medo, desespero e dor é tudo o que ele causa em mim. Chorei baixinho enquanto ouvia passos no corredor, próximos a minha porta, mas por sorte e pelo meu alívio não ouvi mais nada e os barulhos cessaram.
Solto um longo suspiro. Foi uma noite terrível, não consegui pregar os olhos e qualquer mínimo barulho que fosse me fazia despertar. Hoje mais cedo quando acordei e desci, estava tudo em um completo desastre, garrafas jogadas pelo chão, bitucas de cigarro, o chão estava imundo e para piorar cheirava a vômito, só de lembrar já sinto meu estômago se revirar. Continuo caminhando em quanto estou indo em direção ao colégio, estou cursando o meu último ano no Konoha High School, um colégio para ricos, mimados, esnobes e filhinhos de papai.
Atualmente com a condição financeira em que estou, nunca conseguiria bancar os meus estudos neste colégio, porém sempre fui uma menina estudiosa e dedicada, a escola sempre foi um refúgio para mim, por isso eu me esforçava ao máximo nos estudos, por conta disso, consegui uma bolsa até o final do ano, a única razão pela qual eu aceitei estudar no Konoha High foi pelo meu futuro, eu quero e preciso sair daquela casa, daquele ambiente, com aquelas pessoas, não posso mais continuar ali, meu sonho é ser biotecnóloga, ciências e tecnologia é a minha paixão, eu quero muito poder contribuir para um mundo melhor e eu acho que o meu objetivo principal é preservar a natureza, a biotecnologia contribui muito para a utilização de produtos menos nocivos para o meio ambiente. Porém sei que ainda tenho muito chão pela frente e se quiser ter um futuro brilhante onde eu possa realizar meus sonhos, terei que me esforçar ao máximo.
Parada em frente ao grande colégio Konoha High, consigo sentir um calafrio percorrer pela minha espinha. Por que o primeiro dia de aula é tão bizarro? Sigo em frente e adentro a escola, fecho os olhos com força e respiro fundo, os abrindo novamente, me deparo com vários adolescentes conversando e rindo nos corredores, porém para o meu azar, os mesmos percebem a minha presença e focam a atenção em mim, consigo sentir meu coração disparado e minha respiração se acelerando, noto minhas mãos tremendo e a vergonha subir pelo meu rosto, abaixo a cabeça e passo apressadamente pelo corredor, fingindo falsa naturalidade em quanto sigo em direção a secretaria, paro em frente a porta e bato de leve na mesma antes de abrir.
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𝘽𝙧𝙞𝙣𝙜 𝙈𝙚 𝙏𝙤 𝙇𝙞𝙛𝙚 - 𝐾𝑎𝑤𝑎𝑠𝑢𝑚𝑖
Fiksi Penggemar𝙆𝙖𝙬𝙖𝙠𝙞 𝙐𝙯𝙪𝙢𝙖𝙠𝙞 é o meu karma, uma pessoa que eu arrisquei me aproximar. É alguém que te consome até a alma, algo que não dá para voltar atrás. Essa luxúria é um fardo que nós dois compartilhamos, dois pecadores não podem se redimir com...