VIII - 𝐸𝑣𝑜𝑙𝑢𝑡𝑖𝑜𝑛𝑠

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𝓢𝓾𝓶𝓲𝓻𝓮 𝓚𝓪𝓴𝓮𝓲

Inacreditável.

Eu vi ele, não. Eu falei com ele. Todos eles.

Hoje mais cedo foi estranho. Mas ao mesmo tempo nostálgico. As pessoas que fizeram parte do meu passado voltando de volta para minha vida. Pessoas que foram importantes para mim e outras que foram inesquecíveis.

Posso dizer que meu primeiro dia de aula foi... Agitado. Talvez emocionante.

Eu estava apreensiva. Muito apreensiva, na verdade.

Quando eu vi Boruto, pela segunda vez, sim, segunda vez, porque a primeira havia sido quando eu quase fui atropelada e não o reconheci, inacreditável. Pior, eu não reconheci nem mesmo Kawaki, mesmo tendo ouvido o seu nome. Eu estava preocupada, era como uma amnésia. Como se eu tivesse ingerido álcool em um dia, e no outro me esquecido de tudo.

Fazia sentido. Era como se eu estivesse chapada. E eu realmente estava naquele dia, mas não era de drogas ou álcool. A morte da minha mãe estava me sobrecarregando muito e era como se nada mais importasse, eu não estava nem aí se era o garoto que eu me apaixonei no sétimo ano, ou o outro garoto que me consolava e me julgava, com palavras rudes, nunca soube se me odiava ou sentia pena de mim.

Eu não havia notado. Era como um espaço em branco. Eu estava sem emoções naquele dia, sem energia para lembranças. Mas eu me lembrei deles no primeiro dia de aula e eu falei com eles. E era estranho. Era o meu passado, mas ao mesmo tempo algo novo, eles não haviam mudado, talvez eu tivesse mudado o bastante para moldá-los de acordo com essa nova Sumire.

Começando pelo fato de não ser mais representante de nada. Depois por não ser mais apaixonada por Boruto. Além de estar mais fechada e desviando a atenção de certos assuntos, omitindo certas situações, escondendo coisas. Ainda que estivesse menos expressiva, havia uma pessoa, uma única pessoa que parecia saber de tudo, ou querer saber de tudo. Entretanto, era óbvio para mim que não conseguiria manter as coisas abaixo dos panos para ele.

Kawaki parecia ver o fundo da minha alma, como se fosse portas abertas. Parecia ler meus olhos. Eu não pude ficar escondida e hesitante quando nossos olhares se encontraram. Eu precisa mostrar um pouco de neutralidade, ou talvez mostrar que havia amadurecido, mesmo acreditando que eu não deveria provar nada a ele, sabendo que ele não ligaria para absolutamente nada do que eu dissesse e minhas palavras seriam como sons vazios. Eu quis. Quis mostrar que eu estava bem, parecia bem.

Eu conversei com ele sem medo, sem remorso, naturalmente. Tão diferente da antiga Sumire. Era uma imagem pensada e projetada somente para ele. Por mais que eu quisesse deixar isso claro para todos eles, apenas a presença de Kawaki me incentivava a mostrar mais força, mais determinação. Eu realmente não sabia o porquê.

Eu não estava mudada. Mas eles falavam isso o tempo todo e eu concordava. A verdade é que as pessoas não mudam, elas evoluem.

Para melhor ou para pior, não sei. Era algo que eu não podia dizer com toda a certeza. Mas descobriria em breve.

Talvez fosse porque ele me olhava diferente de todos os outros, me analisava, me estudava, mesmo em silêncio, mesmo inexpressivo, eu podia sentir. Era quase agoniante.

Apesar de todos os esforços, eu sabia que não fui convincente o suficiente. Não para ele. Kawaki sabia que não era do meu feitio me conter e me esconder da luz. Será que ele percebeu ou será que ele pensaria em mim? E principalmente, por que eu me importo com isso e com o que ele pensa?

𝘽𝙧𝙞𝙣𝙜 𝙈𝙚 𝙏𝙤 𝙇𝙞𝙛𝙚 - 𝐾𝑎𝑤𝑎𝑠𝑢𝑚𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora