VI

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“Você é o Sol, a Lua e as estrelas... E eu jamais poderia fugir de você.”
– Radiohead.

Seus olhos passaram tantas vezes pela sala que talvez até o menos observador bêbado daquela festa notaria o quão inquieto estava

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Seus olhos passaram tantas vezes pela sala que talvez até o menos observador bêbado daquela festa notaria o quão inquieto estava. Ansioso, segurando dois copos no canto, encarando o garoto de cabelos descoloridos. A maioria das pessoas ali se alegria em ter a atenção de Kuroo Tetsurou, afinal ele era uma espécie de subcelebridade, as pessoas facilmente se interessam por ele e é muito comum que ele consiga o que quer, Kuroo sabe disso tudo, mas Kenma não é qualquer pessoa, então permanece receoso em ir até ele. Ele sabe que aquele garoto não é como todas as outras pessoas a sua volta, claro, seus amigos são ótimos e Kenma se encaixa bem com eles também, mas ainda assim ele sabe que Kozume é completamente diferente da maioria deles.

Com medo ele deu um passo, desajeitado quase esbarrou na mesa, ergueu os óculos escuros que usava mesmo dentro de casa, a noite, e os prendeu deixando na cabeça. Era um charme sem motivo, um acessório simples capaz de lhe dar um charme gigantesco. Desviou de alguns seus amigos que já estavam bêbados e sorriu para eles, se sentando por fim ao lado do mais lindo garoto que já viu, os lábios rosados do Kozume se levantaram, um sorriso sem os dentes surgiu de imediato ao sentir o peso bem ao seu lado esquerdo no sofá, já que no direito um casal de idiotas no cio - também conhecidos como Nishinoya e Asahi - davam uns amassos.

O outro copo em sua mão foi entregue quase que automaticamente para Kenma, que já sentia falta de um copo há algum tempo, apesar de não ser do tipo que gosta de beber. Suas mãos se tocaram tão levemente durante essa ação que era quase patético saber que ambos pensariam sobre esse contato por um longo tempo. Kuroo bebeu de seu próprio copo, agora cortando o longo contato visual com Kenma, que bebeu também, um pouco surpreso ao ver Tetsurou virar de uma vez quase toda a bebida que havia no recipiente.

— Você está bem? - Kenma pergunta, são as três primeiras palavras desde que esbarraram na cozinha, não sabia ao certo o porquê de estar levemente preocupado com o mais velho, estava um pouco embriagado e não tinha como dirigir para casa, a residência do aniversariante da noite estava em festa há um bom tempo, ele só queria ir embora, mas não podia, e ver Kuroo ali foi um alívio considerando que ele era o único além de Akaashi, Oikawa, Suna, Tadashi e seus colegas de banda que entendia que ele não era animado como todos os outros e não tinha tanta facilidade em interagir - a não ser que estivesse muito bêbado.

— Na medida do possível. - Kuroo responde piscando algumas vezes enquanto se recupera, sentindo a ardência em sua garganta indo embora aos poucos, ele não bebia coisas assim, estava acostumado com um bom vinho ou um whisky caro.

Era a segunda vez que conversavam naquela noite, e era o segundo copo que Kuroo entregava a Kenma.

— Deixa eu adivinhar, alguém usou o seu copo? - questionou observando Kenma levar a borda do copo até a boca outra vez. Algo em seu interior foi desmontado quando observou o pescoço de Kozume, podia ver o líquido escorrendo por sua garganta, aquilo lhe fez sentir algo que, se perguntassem, nunca saberia explicar o que era, mas sabia que não era bom se sentir dessa forma, porque era o mesmo sentimento embaraçoso do ensino médio.

He (don't) likes the boys in the band - KurokenOnde histórias criam vida. Descubra agora