3.4 - is this how it all ends?

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Isabella
México

A minha vida tomou o rumo do caos desde tudo que aconteceu em Singapura há quase 1 mês. Eu perdi a sensação de ser a garota mais feliz e sortuda do mundo para me tornar uma garota triste e apática. Essa última semana eu passei inteiramente focada na reportagem que produzi com Gregory, que vai ao ar amanhã, domingo, e esse é o único motivo que me faz dar um leve sorriso.

Eu não vi o Afonso nas duas últimas corridas e nem verei nessa, pois fiquei sabendo que ele pediu para voltar a exercer a função que exercia longe do paddock pelo menos até o final da temporada. Já a minha mãe não compareceu na minha casa no dia que combinamos e está literalmente fugindo de conversar comigo durante todo esse tempo, e eu já imagino que ela saiba tudo que eu já sei. Ok, não deve ser fácil para ela também, mas não consigo não culpá-la por ter me escondido quem era meu pai durante todos esses anos.

A respeito da minha relação e Charles...ela é inexistente. Nos falamos apenas no paddock na entrevista coletiva e nas entrevistas pós classificação e corrida e é horrível tratar como estranho uma pessoa que você tem um sentimento. E não, não é qualquer tipo de sentimento. É aquele que faz doer e você tem vontade de chorar toda vez percebe o quanto a outra pessoa te fez feliz e quantos momentos bons vocês viveram juntos. A mídia nunca mais postou nada a respeito de mim e nem dele, e isso já foi o suficiente para me fazer ter certeza que apesar de errada, eu tomei a decisão certa me afastando. Ele chegou em p5 na corrida do Japão mas infelizmente abandonou a prova da semana passada nos EUA, e como Max conseguiu um p1, isso diminuiu a distância ele eles na pontuação do campeonato. Ele ainda precisa de duas vitórias para tornar- se campeão e eu rezo todos os dias para que isso aconteça.

- Amiga, vamos almoçar com a gente - Emilly disse enquanto andávamos pelo paddock - Pierre disse que se você não for ele vai ficar chateado.

- Amiga, eu vou almoçar por aqui mesmo - Sorri - Depois nos encontramos.

- Tem certeza que você não liga de ficar sozinha? - Ela me olhou - Gregory foi almoçar com o boy misterioso dele que eu saiba.

- Eu não ligo - Respondi - Eu vou comer algo na lanchonete e já me basta.

- Ok - Ela revirou os olhos - Então até mais tarde.

- Até - Nos despedimos e segui em direção a lanchonete.

Eu tenho passado mais tempo na área dos jornalistas do que em qualquer outro lugar aqui dentro do paddock pois sempre evito ter que cruzar com ele ou com Pierre, que por sinal me enviou quase uma página da bíblias por mensagem dizendo que eu tinha feito a maior burrada da minha vida terminando com Charles. Talvez eu nunca tenho ouvido a palavra "burrada" tanto quanto nos últimos dias.

- Isa - Disse Mia se aproximando da mesa que eu estava - Posso me sentar com você?

- Claro - Respondi.

- Tá tudo tão corrido que preferi comer alguma besteira mesmo - Ela deu risada - E pelo jeito você também.

- Sim - Respondi olhando o lanche natural no meu prato - Minhas companhias foram comer acompanhados.

- hmm - Disse Mia - Isa, eu queria realmente falar com você e foi até bom nos encontrarmos aqui - Ela disse me olhando.

- Pode falar - Olhei para ela - Contanto que você não diga que fiz a maior burrada da minha vida, eu aceito ouvir qualquer coisa.

- Se você fez ou não a maior burrada da sua vida quem tem que saber é você é não eu - Ela respondeu - Mas que vocês se amam isso eu não posso negar. Charles está despedaçado. Não pense que eu vim falar isso por que ele pediu, ok? Estou falando o que eu tenho visto no último mês.

don't let me go | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora