capítulo 1-

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J

Eu já estava a caminho da fazenda dos meus avós. Queria tirar um tempo pra mim e minha mãe Natalie providenciou isso. De acordo com ela, aqui podemos encontrar paz interior ou um amor difícil. Eu ri bastante com esse ditado, até ela me contar algumas histórias antigas de quando ela era mais jovem.

Apesar disso, eu sentia muita saudade da minha vó, sempre fui tão apegada com ela e só podia vê-la poucas vezes. Me sentia ansiosa para chegar, da última vez que estive aqui eu tinha 6 anos. E no fundo estou acreditando que consigo a paz interior que minha mãe falou, é o que preciso.

- Já estamos chegando?- Pergunto ao motorista que dirigia concentrado nos buracos

- Bem perto

A estrada de barro que dava até a casa de minha vó era cheia de coqueiros altos de um lado e do outro, dava para ver o pôr do sol entre os espaços dos coqueiros.
Entre isso, avistei uma casa branca do lado direito, tinha portões azuis e um muro baixo. Tinha algumas pessoas ali, talvez 5 adultos e algumas crianças que saíram da estrada correndo quando viram o carro.
Bem lá no fim da estrada estava a casa da vovó, os "muros" eram de madeira igual o portão verde.
Senti meu estômago revirar um pouco, muitas vezes me sinto ansiosa por coisas pequenas.
Quando o carro estaciona em frente a portaria e apita, escuto uma pequena gritaria lá dentro. Saio do carro e espero o motorista tirar minhas malas. O portão faz um barulho alto, se abrindo e vovó me olha surpresa, logo abrindo um sorriso e vindo me abraçar.

- Marie- ela tinha uma mania de me chamar assim- Que saudade- trazia consigo um cheiro de bolo

- Oi vovó- eu tentei segurar, porém eu já me afundava em choro nos braços de vovó

- Ei, pequena, pode chorar, eu estou aqui- ela acarecia meus cabelos - O que houve? Hum?

- Eu..eu- escuto o vovô gritar lá dentro perguntando quem era. Vovó se apressa em enxugar meus olhos com suas mãos e me beija na teste, sussurrando um "tudo bem"

- Marie!?- Vovô aparece atrás da vovó- Você por aqui!

- Oi Vovô - vou abraça-lo rapidamente- eu estava com saudades da sua careca- Falo e escuto risadas dos mais velhos

- Sempre uma tagarela essa sua neta, Joana!- ele diz incrédulo saindo do abraço e colocando as mãos na cintura

- Nossa Neta sempre bonita - vovó me abraça novamente

- Senhorita Ortega, suas malas, preciso viajar agora- o motorista coloca as malas perto de mim e logo da partida no carro preto. Aceno para ele antes de ir.

- Vamos entrar pequena ?- indaga vovó pegando uma das minhas malas- Espere, o que é aquilo - acompanho seu olhar até a estrada onde vinha duas garotas correndo até nós- É sua prima Penelope e... Sn?

- Sn?- questiono vendo elas chegarem até nós com dificuldades para respirar.

- Penelope, o que foi?- pergunta vovó

- ca..calma- respondeu colocando as mãos nos joelhos

- a minha mãe, ela está dando a luz agora mesmo- falou a garota mais baixa, ela tinha cabelos grudados em seu rosto por conta do suor- viemos chamar a senhora para fazer o parto

- Madeleine..- vovó diz se direcionando ao vovô- Vá pegar a caminhonete, pegarei uma bolsa lá dentro e vamos agora- ela entra e não a vejo mais

- Jenna?!?- Escuto Penelope me olhar surpresa, sua atenção em mim também trouxe a atenção da outra- Prima!

- Oi - sinto seu abraço um pouco grudento e ela logo se afasta

- Você não avisou que viria, estou muito surpresa em te ver por aqui!- sinto o olhar da outra me queimar- e feliz também

- Eu também estou surpresa em estar aqui

- Essa aqui é a..- escutamos um apito de carro e meu avô aparece com vovó na caminhonete velha e baixa

- Penelope, cuide da sua prima até a gente voltar, Sn vem com a gente - a garota entra depressa- Já voltamos com boas notícias

Quando vou acenar, o carro da partida e a poeira entra no meu olho. Fecho os olhos com força e dou dois passos para trás.

- Cuidado prima, vamos entrar, te ajudo com as malas





Parte 2


Penelope me mostrou o quarto que eu ficaria, tomei um banho e comi algo que a mesma preparou. Agora estávamos no sofá da sala, esperamos nossos avós chegarem.
Penelope não era chata, é um tipo de primo que sempre temos, mas eu nunca fui tão próxima dela, talvez a distância ou o fato de eu nunca gostar muito dela. Porém ela parecia mais legal agora, dava para ter uma boa conversa sem que ela faça alguma piada sobre mim. Eu agradecia por isso.

- A vovó vai demorar muito?- perguntei olhando pra ela e pra televisão na nossa frente. A imagem era meio borrada, uma novela que pelo o que entendi, passava toda noite

- Não, já faz um tempo, devem estar voltando

- Quem eram aquela garota? Sn eu acho ?

- É a filha de Madeleine, da fazenda lá do início da estrada, acho que você viu, eu estava lá quando você passou no carro, só não sabia que era você

- A mãe dela que teve bebê então?

- infelizmente sim

- hum? Infelizmente?- perguntei confusa.

- Acho que chegaram- ela se levanta depressa e meus olhos acompanham a mais alta. Ela olha pela a janela e sorri.- chegaram

Não demora muito até vovó entrar pela a porta e vir até nós.

- Oi minhas queridas, ocorreu tudo ótimo, era um menino dessa vez - ela coloca a bolsa no criado mudo e se senta na poltrona ao lado do sofá

- A Madeleine está bem vovó?- Penelope pergunta

- Sim,  deu tudo certo. E você Marie? Está com fome ?- se direciona a mim

- A Penelope me fez um lanche vovó, não se preocupe- vô entra derrepente e vai direto para o banheiro- Eu gostaria de ir dormir agora, estou cansada da viagem, vem comigo no quarto?

-Claro, Marie

Vovó me acompanha até o quarto e se senta comigo, segurando minhas mãos contra as suas.

- Eu sei que não está tudo bem, Jenna, mas você sabe que sua vó sempre estará aqui com você, de um jeito ou de outro- senti meus olhos pesarem com as lágrimas, porém tentei segurar pra poder falar o que estava acontecendo.

flower - Jenna e snOnde histórias criam vida. Descubra agora