capítulo 2

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J

Eu desabei ontem a noite com a vovó, contei tudo o que eu ouvi e o que eu sentia naquela momento. Ela não falou nada o tempo todo, apenas quando eu parei de contar e deitei no seu colo. Ela cantou uma música e eu dormi sentindo meus olhos extremamente pesados.

Hoje acordei com barulho de galo cantando e portão sendo aberto. Eram quase 7h da manhã e todo mundo já estava disperto por aqui. Eu me sentia um pouco melhor depois de ontem a noite, acordei descansada e com energia. Poderia até plantar uma árvore.

- Marie, não quer comer agora ?- vovó perguntou arrumando a mesa

- Não sinto fome tão cedo assim, acho que lá para as 8h ?

- Tudo bem

Eu já tinha colocado uma roupa decente e penteado os cabelos.

- Vá tomar um pouco de sol da manhã, vitamina C nunca é demais- diz Vovô se sentando na mesa- Penelope, mostre a ela o caminho do açude e volte para tomar café

- Certo- ela responde me olhando e chamando com um movimento

O céu estava um azul vivo, sem nenhuma nuvem. Não lembrava a última vez que parei para ver o céu, e de qualquer maneira, na cidade é mais difícil ver.

- Não é longe daqui o açude - diz abrindo o portão - é só seguir essa trilha direto e virar um pouco, logo vai escutar barulho de água, fica logo depois de uma árvore grandona

- Obrigada Penelope- esperei ela entrar e fui caminhando pela a trilha, olhando o céu e escutando todo tipo de pássaros. Senti uma calmaria soprar meu rosto, o sol tocar minha pele e meus pés pisar no chão. Era agradável me sentir assim depois de tantos sentimentos ruins.

Como a Penelope tinha dito, logo escutei o barulho de água. Achei a árvore e o rio logo em minha frente, coberto pelas sombras das árvores.

Estava tudo calma, porém avistei alguém ali beira rio. Era uma garota, não dava para ver seu rosto, ela estava de costas pra mim.
Eu dei um passo para trás assim que a garota tirava a blusa, sair dali sem ela perceber seria menos constrangedor.
Porem eu pisei em um maldito galho, claro que eu iria fazer barulho logo quando não podia. A garota olhou para trás colocando a roupa em frente ao corpo e eu me virei rapidamente para sair.
Dei alguns passos e senti uma pontada na cabeça, quase me fazendo cair para frente. Passei a mão na cabeça para saber o que foi e me assustei quando vi minha mão com sangue. Ouvi passos atrás de mim e me virei.

- Vixi, acho que foi forte demais- a garota falou olhando para a minha mão- mas quem mandou ficar olhando pra eu!- ela grita, suas bochechas estavam rosadas e seus cabelos soltos

- Desculpa, eu..

- Espera, acho que lembro de tu, é a neta de dona Joana que chegou ontem- ela cruza os braços me olhando de cima a baixo - não sabia que ia ser uma sem vergonha tarada que olha os outros tomar banho

- Olha- antes que eu termine, ela vira as costas pra mim e volta para o rio. Eu sigo seus passos e vejo a garota se sentar no chão, me ignorando - estava falando com você

- Não me importo, vai pra sua casa vê esse ferimento- eu observo a garota, Sn.., lembrei agora.

- Eu quero explicar, por favor Sn- chamo a atenção dos seus olhos castanhos, que me penetraram por milésimos segundos- Eu cheguei aqui e te vi tirando a roupa, estava com medo de você se sentir envergonhada então eu ia dar meio volta, mas aconteceu o que aconteceu e agora minha cabeça tá sangrando- ela tirou seus olhos de mim e pareceu se sentir envergonhada

flower - Jenna e snOnde histórias criam vida. Descubra agora