A Chegada do Coronel

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Era uma tarde de verão quando a corneta soou indicando que alguém importante estava a caminho da entrada do vilarejo.

A doutora S/n Lowove, assim como a população que ali residia, deixou seus afazeres e foi até o pátio receber seja lá quem fosse o recém-chegado. Assim que os guardas abriram as portas, uma cavalaria atravessou-a seguida de uma carruagem.

S/n seguiu cada movimento com os olhos, e viu o Magistrado encarregado daquele pequeno vilarejo, indo receber o visitante. Lowove deduziu no seu ponto de vista, que o Magistrado tinha conhecimento de quem era aquele que chegara.

Assim que a carruagem parou, um dos guardas do vilarejo abriu a porta e o Magistrado chamou aquele que estava do lado de dentro.

-Coronel Joll?

Em poucos segundos, um homem com aparência intimidadora, revestido de autoridade Policial e usando estranhos óculos escuros, sai de dentro da carruagem e fica frente a frente com o Magistrado.

-Seja bem vindo Coronel.

O Magistrado cumprimenta formalmente o recém-chegado que o responde com um aperto de mão e uma reverência, mas sem dizer uma só palavra.

-O senhor deve estar cansado da viagem. Vamos! Irei lhe mostrar seus aposentos. Siga-me por favor.

O Coronel seguiu o Magistrado. Enquanto eles caminhavam, por trás dos estranhos e escuros óculos redondos, Joll pôde ver entre as pessoas, uma moça lhe encarar com certa curiosidade. O que mais o chamou atenção foi por ela carregar uma maleta com um sinal de cruz vermelha no centro desta. O Coronel passou por ela como se não a tivesse notado, mas aquilo o intrigou. Ela aparentava ser uma moça distinta e não parecia pertencer aquele lugar. Pensando sobre isso, o homem fez uma anotação mental de que perguntaria ao Magistrado sobre ela.

...

O Coronel já estava sentado a mesa com o Magistrado, enquanto conversavam sobre o motivo dele estar ali.

Nesta conversa, Joll não recordou sobre a moça, ele estava cansado demais para ficar ali, então, após responder algumas perguntas, ele se retirou para os aposentos pedindo que service seu café bem cedo na manhã seguinte.

Enquanto isso, S/n terminava seu turno diário após consultar uma senhora na faixa dos setenta anos. Lowove passou algumas orientações de cuidado a filha dela e recolheu seus utensílios médicos antes de sair da casa e seguir para a sua onde uma pequena garotinha lhe esperava.

Durante sua caminhada, as pessoas gratas por seus cuidados, iam a cumprimentando com sorrisos e aceno. Ela, sendo muito educada, os acenava de volta com um lindo sorriso estampado no rosto.
Assim que chegou em sua casa, deixou sua maleta sob a pequena mesa da entrada e seguiu para a sala onde estava a pequena Sarah de nove anos.

-Oi. Estou em casa.

A menina sorriu assim que viu Lowove. Sarah era órfã e foi resgatada das ruas pela doutora antes que a pequena tivesse o mesmo fim de seus pais, que foram levados por soltados à dois anos por acharem que eles eram homens nômades vindos para dominar a província. O que não passava de uma invenção das autoridades para controlar aquelas pessoas. Os pais de Sarah eram amigos da doutora e confiou nela a segurança de sua filha. Lowove jurou cuidar dela e hoje ela vem cumprindo a promessa até quando não fosse mais possível.

Sarah era uma menina especial,doce, educada e muito inteligente. Ela passava um tempo com Mai, a cozinheira da casa do Magistrado, enquanto Lowove estivesse trabalhando.

-Como foi seu dia, querida?

-Fora indubitavelmente incrível! _Ela sorriu enquanto seguia a doutora até a pequena cozinha da casa. _-Você viu quem chegara hoje cedo?

-Sim.

S/n respondeu enquanto colocava uma chaleira com água no fogo.

-Sabe quem ele é?

Sarah perguntou ansiosa

-Não diretamente. Sei que é um Coronel, deve ter vindo cumprir tarefas ou aplicar novas ordens.

-Você acha que ele vai prender as pessoas e leva-las para a morte como fizeram com meus pais?

Sarah havia presenciado algumas torturas enfrentadas por seus pais. S/n fixou seu olhar na janela a sua frente e sentiu seu coração apertar com a pergunta da criança. De fato, S/n não sabia o real motivo da presença deste oficial, mas com certeza não era algo bom, ainda mais pelo que já vinha acontecendo aos arredores da província ocidental.

-Eu não sei, Sarah _S/n se virou para olhar a menor. _-Agora vamos falar de coisas boas. O que Mai lhe ensinou hoje enquanto eu estive fora, hun?

Sarah rapidamente mudou seu semblante triste para uma empolgada.

-Dona Mai me ensinou a costurar e foi muito divertido. Furei os dedos algumas vezes, mas felizmente consegui terminar minha primeira costura.

-Que maravilha!_S/n disse pegando o chaleira do fogão. Ela levou até a mesa de madeira onde Sarah havia colocado dois copos com ervas frescas e Lowove distribuiu a água neles. _- Assopre antes de beber.

A pequena assentiu e continuou contando o seu dia. S/n estava tão concentrada no assunto e na empolgação da menor que não havia tomado nenhum gole de seu chá deixando que apenas a criança bebesse.

Algumas horas depois, Sarah dormiu e S/n a levou para o quarto onde a pequena descansava. Lowove colocou Sarah na cama e a cobriu. Apagou a vela na criado mudo e saiu do quarto indo para o dela. S/n não estava com sono, embora estivesse casada. Ela não dormiria tão cedo e agradecia aos céus por ser seu dia de folga na manhã seguinte.

...


Notas:

Então...

Isso vai ser curto, mas espero que agrade.

Querem que eu continue?...

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