Ordens do Coronel

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    ...

Manhã seguinte

Após conhecer o local, o Coronel e o Magistrado vão até a prisão onde há dois suspeitos de furto. Estes sendo nomeados como parte dos Bárbaros.  Um deles tinha um machucado no pescoço. O outro era idoso.  O Magistrado fez algumas perguntas a este, ele respondeu mais ainda não era o suficiente e o que o Coronel queria ouvir.

Passadas algumas horas, o Coronel se encarregou de arrancar informações destes presos usando a tortura, algo que ele já estava familiarizado.  Pois não hesitava causar dor nos inimigos para proteger o estado.

Durante o interrogatório sem a presença do Magistrado e torturando os presos, Joll conseguiu colher informações daquilo que procurava e ficou satisfeito com o que conseguiu. 

Mais tarde, ainda naquele dia, o magistrado foi tirar satisfação ao encontrar um dos presos morto na cela e o outro com machucados profundos na pele feito com uma faca afiada.

Joll mostrou-lhe o que tinha coletado deixando o Magistrado surpreso com o tamanho do relatório escrito pelo Coronel.  Sem nada a dizer, o homem tinha o intuito de sair da sala e ir em busca da doutora para ajudar a tratar das feridas do sobrevivente, mas o Coronel o parou.

-Sr. Magistrado!_O mesmo olhou para Joll assim que seu título foi pronunciado _- Me responda antes que eu me esqueça de perguntar novamente: Quem é a moça que vi quando cheguei a este vilarejo? Ela carregava uma maleta que havia um símbolo de cruz vermelha.

O Magistrado abriu a boca alguns vezes enquanto Joll esperava impaciente por uma resposta

-Quem é ela?

Perguntou novamente franzindo um pouco a testa.

-Devo me preocupar?

Perguntou com um timbre autoritário. 

-Certamente que não, Coronel. _respondeu o Magistrado. Joll se reencostou na cadeira e cruzou os dedos em frente ao corpo. _-Ela é a doutora de nossa vila. Não é uma ameaça. 

-Qual o nome dela?

-Lowove. Hum...S/n Lowove. Ela está conosco há exatos cinco anos.

-Então ela não é daqui, como pensei. 

-Ela é do Sul de Londres, senhor. Abriu mão de tudo para exercer sua profissão em nossa província.  

-Uma mulher corajosa, se posso dizer. Pode ir agora, Senhor Magistrado. Não precisarei de seus serviços por hora.

-Sim senhor. Com licença.  _o homem deixou a sala e um Coronel pensativo para trás. 

Sabendo que provavelmente o Magistrado iria até a doutora pedir-lhe ajuda para o sobrevivente bárbaro, Joll ordenou a um de seus homens para que fosse até a mulher e a trouxesse até ele.

O soldado fez como fôra ordenado.  Ele chegou junto com o Magistrado, mas S/n havia sido proibida de seguir com o Magistrado.

-O Coronel lhe aguarda no recinto.

Disse o soldado para a moça

-Antes ela precisa vir comigo ver o estado daquele homem sob custódia. 

-Ela virá comigo! _disse o Soldado _-São ordens do Coronel Joll.

-Tudo bem._S/n disse pacientemente _- Enquanto isso o senhor precisará colocar uma compressa com confrei nos cortes daquele homem. Há algumas dessas ervas em minha cozinha. Sarah sabe onde encontrar. _O Magistrado assentiu e entrou na casa da Doutora _-Quanto ao senhor, leve-me até o Coronel.

O soldado conduziu S/n como se ela fosse uma criminosa que precisasse de vigilância. Assim que chegou em frente a sala onde Joll estava, o soldado abriu a porta e mal-educado ordenou que a moça entrasse no local.

-O senhor queria me ver? _Assim que ela disse, Joll deixou suas anotações e ergueu o olhar encontrando a moça que ele solicitou em sua sala.

-Senhorita Lowove, estou certo?

Perguntou ele deixando a pena ao lado de sua anotação.

-Sim. Está certo. Em que posso ajuda-lo? O senhor sente algum mal- estar, alguma dor? _ele franziu o cenho com a pergunta dela, e S/n se corrigiu_-São para estes casos que sou solicitada. Caso contrário, não tenho motivos para estar aqui.

Joll olhou para o lado e de volta para a moça a sua frente.

-Não lhe chamei por isso.  Chamei para conhecer um pouco mais sobre seu ofício.  _desta vez foi S/n que franziu o cenho. _-Me diga, Srta.Lowove, para que fins uma mulher distinta como você veio a este fim de mundo?

-Para exercer minha profissão, Coronel. Foi uma escolha que fiz. 

-A srta. Não tem família?

-Não acho que sua pergunta seja relevante no momento.

-A senhorita sabe se impor e eu aprecio isso. Mudamos um pouco o assunto agora. Quem são seus alvos pacientes, posso ter o privilégio desta resposta?

-Todos aqueles que precisam da medicina, independente de quem eles sejam.

-Quanto aos Bárbaros?

-Sempre que necessário! Minha ética e moral é ajudar todos que precisam.

-A srta. tem conhecimento que ajudando estes delinquentes estará encobrindo seus crimes?

-Faço apenas o meu trabalho.  E estes que o Sr. chama de delinquentes estão buscando um lugar onde possam viver bem em sociedade. 

-Roubando e dominando o império!_disse Joll com raiva

-O senhor é acostumado a definir pessoas no seu ponto de vista e eu os defino no meu. Com essa nossa conversa, chego a conclusão que não temos o mesmo conceito. Por tanto, se não tiver mais nada a tratar comigo, peço permissão para me retirar. 

-Uma noite na solitária lhe fará repensar seu ponto de vista, Srta. _disse ele indiferente voltando as anotações 

-O quê? _Um soldado compareceu a sala.

-Leve-a para a solitária.  Acredito que a Doutora Lowove precise de um tempo para tomar decisões e repensar sobre suas escolhas. 

-O sr. não pode fazer isso! Todos temos o direito da liberdade de expressão. 

Ela dizia enquanto era puxada pelo braço para fora da sala.

-Coronel, eu conheço os meus direitos! _gritou

Assim que a moça foi levada, a porta foi fechada e Joll soltou a pena e balançou a cabeça obviamente decepcionado com a ideologia da Doutora Lowove.

...









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