ෆ┊Apenas um garoto qualquer

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Eu corria o mais rápido que podia, na esperança de passar para o outro lado. Minhas pernas estavam ficando descontroladas, eu já as sentia correndo por conta própria. Quando a bandeira finalmente estava prestes a tocar minhas mãos, eu...

— PEGA! — Tom Kaulitz gritou atrás de mim, me empurrando ao invés de apenas tocar em minhas costas.

E foi assim que eu perdi o equilíbrio e afundei no chão.

— SEU DESGRAÇADO! — gritei, me sentando e vendo que eu havia ralado o joelho.

Tom começou a rir. Sua expressão ficou séria quando ele percebeu que eu tinha me machucado.

— Ei... — disse, estendendo a mão.

Parte de mim queria fazer pouco caso e recusar a ajuda de Tom, mas acabei cedendo.

— Obrigada — agradeci, me levantando e tirando toda a sujeira dos meus shorts.

André, nosso professor de educação física, soou seu apito, anunciando que a última rodada de Rouba-Bandeira havia se encerrado.

No fundo, eu sabia que ele não ligava quando os alunos, principalmente as garotas, se machucavam.

Mas, soava seu apito porque era pago para isso.

— Meninos futebol, meninas vôlei. — anunciou, ignorando meu machucado.

Caminhei com dificuldade até onde a inspetora está, com Tom ao meu lado, parecendo preocupado.

— O que aconteceu? — Bill surgiy atrás de mim, ofegante como se estivesse acabado de correr dez voltas em torno da quadra.

Tom aponta meu joelho com a cabeça, fazendo Bill erguer a sobrancelhas.

— Eita...

— Letícia — digo, me aproximando da inspetora — você tem gelo?

Mostro a ela meu joelho escorrendo sangue. A mulher arregala os olhos.

— Tenho, sim. Um minuto. — diz, entrando na cozinha.

— Mel, desculpe, de verdade... — Tom começa.

— Não tem problema, acontece. — digo, soltando uma risadinha sem graça.

O sinal tocou, indicando o intervalo entre as aulas.

Então, eu descobri que provavelmente tinha deixado o gelo agir de mais, até porquê eu não estava sentindo meu joelho...

Joguei o restante do gelo no lixo e fui até a classe pegar meu lanche.

Desde pequena fui acostumada a levar lanche de casa, então eu apenas seguira a tradição.

Meus intervalos se resumiam em ficar discutindo música com Bill, escrevendo algumas letras e compartilhando os resultados com ele, enquanto observava Tom de penetra no grupinho de meninas do oitavo ano.

Mas, por algum acaso, eu não estava encontrando Billy.

Caminhei pelo corredor que dava até o refeitório, quando vi Bill com alguns caras do ensino médio em volta dele. Tonny Ross, um jogador de basquete maromba do segundo ano, erguia o caderno de Bill o mais alto que conseguia.

Eu não sabia exatamente seu nome. Todos o conheciam por Tonny, e o sobrenome era estrangeiro. Talvez fosse Antônio.

— Ah, a bichinha vai chorar, é? — dizia, enquanto os outros dois caras riam da situação.

Só sei dizer que senti uma revolta crescendo em meu peito, algo que eu não podia controlar.

Percebi que Bill desistira de pegar o caderno. Cruzou os braços e gritou com Tonny.

𝐓𝐇𝐑𝐎𝐔𝐆𝐇 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐒𝐎𝐎𝐍 - BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora