ෆ┊Novata ousada

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Estávamos no meio da aula de química. Na verdade, não era exatamente química, porque teríamos essa matéria apenas no próximo ano.

Quando a porta se abriu, interrompendo explicação da professora Marcí.

— Com licença — uma voz feminina ecoou na sala de aula.

Marcí franziu o cenho.

— Quem é você?

A garota caminhou até a mesa da professora e eu pude sentir um cheiro magnífico, que por sinal era o mesmo perfume que eu usava todos os dias.

A luz do sol fazia com que os cabelos claros, quase platinados, da menina brilharem.

— Sou Love Leerhsen. A coordenadora falou que aqui era a sala do nono ano. — a garota explicou.

Marcí pareceu meio confusa. Ela olhou em volta, até avistar uma carteira vazia, na minha fileira, na qual Pablo se sentava.

— Sente ali. — mandou a professora.

A garota obedeceu.

— Que estranho. Não fomos avisados que teríamos uma aluna nova. — Marcí disse. — Como se escreve seu nome?

A menina colocou sua mochila cor-de-rosa pendurada na cadeira.

— L-O-V-E — ditou. — L-E-E-R-H-S-E-N.

A professora anotou em sua caderneta digital.

Quando olhei para a janela, meu olhar rapidamente se voltou para Tom, cujo os olhos estavam grudados em Love.




No intervalo, vi a garota nova sozinha. Quando eu ia caminhar até ela, Bill surgiu e me puxou pelo braço até nossa mesa.

— Legal a menina nova, não é? — ele diz, se sentando.

Franzo o cenho.

— Não tive a oportunidade de conversar com ela ainda. — falei.

Por trás de Bill, pude ver Tom, que agora estava com a novata. Meu amigo se virou para olhar também. Comendo um lanche natural, Bill olha rapidamente para mim.

— Ei! Quer ir lá? — perguntou.

Olhei novamente para os dois lá atrás, que se sentaram em uma das mesas.

— Hã... Sei lá. — falei. — Pode ser.

Caminhamos até onde o irmão gêmeo de Bill estava com a garota.

— Oi! — meu amigo disse, se sentando ao lado do irmão.

Me sentei ao lado de Love, que estava frente a frente com Tom.

— Oi! — cumprimentou a menina.

Tom deu um tapinha no ombro do irmão.

— Love estava me contando o significado do nome dela. — falou, se exibindo.

Bill ergue uma sobrancelha.

— Qual é? — pergunta, empolgado com o assunto.

— Bom... É que eu tenho umas manchinhas... — ela diz, se levantando.

Love nos apontou as manchas nos braços, depois afastou um pouco a gola da camisa do uniforme, para que possamos ver mais manchas em sua clavícula.

Então, ela surpreendentemente levantou a blusa do uniforme, mas mostrando apenas a barriga.

Eu e os garotos dos deparamos com várias manchinhas vermelhas cujo o formato lembravam corações.

Olhei para Tom, que pareceu muito animado com o fato de Love ter levantado a camisa.

Ele abriu um sorrisinho de canto para ela.

— Bom, é por isso. Minha mãe achou que seria um nome legal. — ela explicou.

Eu sinalizei positivamente com a cabeça.

— Muito legal! E é bem exótico também... — Bill disse.

Quando ela se senta, tomo coragem para perguntar:

— Você é portuguesa?

Ela olha para mim surpresa.

— Sim, sou! Nasci e cresci em Portugal. Sempre tive um certo vício em coisas brasileiras, então cresci aprendendo as gírias e tudo mais. E, bom, estou aqui agora!

Levanto as sobrancelhas.

— O seu sotaque é bonitinho. — falo.

Assim, nós quatro comemos juntos e jogamos assuntos fora.



Quando estamos voltando para a sala, alguém me puxou pela blusa.

— É um tal de puxa-puxa hoje que meu Deus do céu. — falei.

Percebi que é Érica.

— Por que você estava toda toda com aquela bonitinha, hein? — disparou para cima de mim.

— O quê? — perguntei, confusa. — A Love?

Érica cruzou os braços.

— Você vai me trocar, não vai? — questionou, com uma cara azeda.

— O quê? Não! Caraca, você é minha melhor amiga!

— Hum — ela soltou — você me trocar é um piscar.

Revirei os olhos.

— Enfim...

O último sinal bateu. O intervalo definitivamente havia acabado. Érica voltou para sua classe e eu para a minha.





Estava ajudando a professora Adrianne, de educação artística, a arrumar as carteiras, pois estávamos sentados em duplas, mas ninguém quis nos ajudar a reorganizar para os alunos da tarde.

Quando acabamos, ela se vira para mim.

— Puxa, Melanie, muito obrigada! Você me poupou um bom tempo. Tenho que estar em uma reunião em outra escola daqui a pouco.

Sorrio para ela.

— É sempre um prazer ajudar a senhora. — falo, bancando a boa moça. — até semana que vem!

Saio da sala e me deparo com algo que eu realmente não queria ter visto.

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𝐓𝐇𝐑𝐎𝐔𝐆𝐇 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐒𝐎𝐎𝐍 - BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora