ෆ┊Fugindo dos limites

489 55 30
                                    

No final do dia letivo, Bill veio ao meu encontro.

— Olha, hoje eu vou passar na sua casa. — disse, de súbito.

Eu o encarei. Abri a boca para dizer algo, mas ele me cortou.

— Então chega em casa, faz o que tem que fazer, se arruma, porque tenho que te mostrar uma coisa.

Ergui uma sobrancelha. Garoto estranho.




Bom, eu não discuti. Cheguei em meu quarto, coloquei minha mochila em um canto e fui tomar banho para almoçar.

Durante o banho, vários pensamentos vieram-me à cabeça.

Para onde vamos?

Por que ele quer sair comigo?

Por que justamente comigo?

Ignorei todos e desliguei o chuveiro.



— Vó, me passa a batata. — pedi.

Eu praticamente moro na casa de meus avós, Maria e Adalto.

Aqui tem um quarto exclusivo para mim. Meus pais vivem no trabalho, nunca param em casa, então fico com eles noventa e nove por cento do tempo. É aqui que fica meu violão, minhas coisas.

Quando estou no quarto da casa de meus pais, tenho a sensação de "ah, legal, estou no quarto de uma amiga".

Minha verdadeira casa é onde meus avós moram. Pois cresci assim.

— Por que está com tanta pressa? — minha avó perguntou.

— Vou sair com um amigo.

Maria fez a típica cara da tia dos namoradinhos. Meu avô me olhou como se eu estivesse cometendo um crime terrível.

— Que amigo? — ele pergunta.

Mastiguei a batata com cuidado, saboreando bem. Quando acabei, respondi:

— Bill Kaulitz, o filho da Simone.

Ele ficou pensativo por um instante.

— Ah! Simone Kaulitz! Sim, eu sei quem é. Bom, Bill é um bom rapaz. Na verdade eu não sei ao certo, mas da última vez que o vi e aquele outro garotinho... Enfim, ele era muito bonzinho.

Eu sorri quando lembrei o quão pequenino Bill era quando criança.

— Ele é bonito? — Maria perguntou.

— Muito. — respondi, sem pensar.

Senti meu rosto ferver de vergonha.

Deveria ter pensado melhor antes de responder a essa pergunta.

— Se ele continua do jeitinho que era antigamente, deve estar um baita de um galã! — minha avó falou, animada.

Meu rosto arde mais ainda. Rapidamente, acabo de comer.

— Bom, eu vou indo nessa. — eu disse, retirando meu prato da mesa.

Subo rapidamente para meu quarto. Abro o guarda-roupas e pego uma roupa básica, porém bonita e confortável. Não sabia para onde íamos, então qualquer coisa servia.


Quando estava penteando o cabelo, ouço uma buzina. Saí na varanda do quarto e vi o carro do padrasto dos gêmeos estacionado do lado de fora.

Me perguntei desde quando Bill, um garoto de dezesseis anos, dirigia.

Senti que estou esquecendo algo. Olhei para os meus pés. Bom, dessa vez não é o sapato.

Ignorei essa sensação e disparei na escada.

𝐓𝐇𝐑𝐎𝐔𝐆𝐇 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐎𝐍𝐒𝐎𝐎𝐍 - BILL KAULITZOnde histórias criam vida. Descubra agora