EVER SINCE NEW YORK

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"Mais forte", o moreno ofega em meus braços. "Mais forte, ah... Por favor..."

Tony e eu temos uma relação... peculiar. Desde que ele veio nos "visitar" em Wakanda, as coisas andam diferentes entre nós. Ross, até onde eu sei, não faz a mínima ideia de que ele está aqui conosco. Para todos os efeitos, para todo o mundo, Tony está morto.

Literalmente.

Ele realizara uma missão no sul da Nigéria que, bem... Não fora lá tão bem sucedida. Claro, ele havia ido sozinho. Ainda que Natasha, pelo que sei, tenha insistido em acompanhá-lo. Mesmo que Peter ainda tenha pedido inúmeras vezes para ajudá-lo, ele não quis. Então, ele fora sozinho. Não teve nada a ver com a Hydra, eram apenas terroristas que supostamente iriam atacar Nova York. Tony foi sozinho e conseguiu acabar com todos, mas houve uma complicação em seu voo de volta aos EUA e, para todos os efeitos, ele teria caído no mar. E assim, morrera afogado.

Mas aqui está ele. Em meus braços, gemendo, me mostrando quanto prazer eu posso proporcioná-lo. Se alguém tivesse me dito que estaríamos nos comunicando assim depois de termos quase nos matado na Sibéria, eu provavelmente riria alto. Ou simplesmente ignoraria a asneira, mas cá estou. E sinceramente, não quero estar em outro lugar.

"Steve", ele diz. "Não me diz que já está perto, por favor", suplica no meio de ofegos e suspiros desesperados.

"Não estou", asseguro deixando um beijo em sua testa.

Ele veio até nós — até mim. Aparentemente, (segundo o próprio) ele não tinha pra onde ir sem a sua armadura (o que, pra ser sincero, eu realmente não acreditei, mas também não disse nada). Foi em uma manhã ensolarada, somente Wanda e eu estávamos presentes quando ele apareceu na enorme sala do T'Challa completamente encharcado; roupas sujas, rasgadas, cheio de machucados e sangue palmado por todo o corpo.

Eu cuidei dele. No primeiro momento fora estranho, ambos estávamos sem jeito. Mas enquanto eu limpava seus ferimentos e passava o algodão delicadamente sobre sua pele, a tensão parecia ir sumindo aos poucos. Teve um momento em que trocamos um olhar silencioso, como costumávamos fazer ainda trabalhando juntos.

"Obrigado", ele disse. E eu acreditei, legitimamente.

Com um sorriso, eu respondi: "à disposição."

Dias se passaram e estava tudo bem entre nós. Sem menções sobre a carta, o telefone, Sibéria, Budapest, Lagos, nada. Era como se houvéssemos apenas passado algum tempo longe; sem ressentimentos, sem mágoas. Quanto mais eu dava de cara com seu sorriso enquanto me olhava, mais percebia que ele estava feliz em me ver. Mesmo não sabendo como era possível, eu percebia. Porque eu também estava feliz em vê-lo; em saber que ele estava perto. Essa sempre foi a melhor sensação que tive desde que acordei nesse século.

"Estou vindo", ele avisa contra meus lábios. Sinto seu prazer molhar nossos abdomens e sorrio, sentindo o meu próprio preencher seu interior.

Nós conversamos normalmente por semanas, até mesmo brincávamos um com o outro como fazíamos antes de tudo acontecer. Então, em uma certa noite, pedimos uma pizza. Ele tinha um pouco de ketchup no canto de sua boca e um sorriso no rosto, o semblante relaxado, os olhos brilhantes. Era um Tony que eu nunca tive o privilégio de ver em todos os anos que o conhecia. Houve um momento em que ficamos apenas nós dois na sala, comendo a pizza que já estava no fim.

"Pode comer", ele disse apontando para o último pedaço de pizza. Enquanto me inclinei para pegá-lo, ele me puxou pela camisa e me beijou.

Fora um movimento completamente inesperado; quase que impossível. Retribuí ao beijo porque, bem... Talvez tenha sido tudo o que eu queria desde que o conheci. Foi um beijo estranho, mas bom. Eu nunca havia beijado um homem antes e sinceramente, fora melhor do que qualquer beijo que já experimentei com uma mulher.

𝙨𝙩𝙤𝙣𝙮 𝙤𝙣𝙚𝙨𝙝𝙤𝙩𝙨Onde histórias criam vida. Descubra agora