2.4 - Por que está preocupado?

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Ao deixar a vítima aos cuidados de Seokjin, os cinco rapazes ficaram de guarda para garantir a segurança da aluna. Jill, Harry e Jungkook escolheram vigiar a entrada do lado de fora, deixando Taehyung e Jimin do lado de dentro.

Jimin estava de braços cruzados, próximo a janela. Sua mente vagava no que havia presenciado agora a pouco. Sentia seus pelos arrepiados só de lembrar do olhar vazio e profundo daquele monstro quando cruzavam os olhares.

Park não podia descrever o quanto seu corpo gelou naquele momento, parecia que o mundo havia ficado em preto e branco.

Do outro lado da sala, Taehyung fixava seu olhar no Jimin, enquanto apoiava suas costas na parede, estando de braços cruzados. Não queria admitir, mas no fundo se preocupava com o loiro. Embora sinta ódio do mesmo por ter traído sua confiança, seu coração ainda acelerava por sua causa. E isso era frustrante.

Kim estava reparando em como o cabelo loiro do mais baixo estava maior, podia dizer que estava quase do seu tamanho. Combinava com ele. Para Taehyung, Jimin sempre teve um ar mais gracioso e também lembrava das vezes que Park elogiava seus fios longos quando recebia carinhos.

Suspirou pesadamente ao notar que mais uma vez estava pensando nele sem perceber. Mas era um fato, ele não podia negar que se preocupou com o Jimin ao vê-lo sair correndo pelo corredor e se culpava por pensar que deveria tê-lo seguido.

E se tivesse acontecido alguma coisa com ele? Como reagiria?

- A garota está estável, apenas precisa descansar. - informou Seokjin aos dois rapazes. - sua pressão baixou devido ao trauma, então creio que irá demorar a acordar. - suspirou afastando-se da garota. - Irei me recolher, irão ficar aqui?

- Sim. - Jimin respondeu de imediato. - Pode ir dormir, Jin. Muito obrigado!

POV'S - KIM TAEHYUNG

- Você pode ir também, irei permanecer. - Ouço a voz dele ser dirigida a mim após o Kim sair da enfermaria.

- Você quem deveria ir, afinal terá que dar aula amanhã de manhã e este é o meu trabalho.

Jimin possuía uma mania de revirar os olhos ao ouvir o que não gostava. Passo a mão no cabelo e saquei minha varinha para fazer duas poltronas aparecer, uma do meu lado e outra ao seu lado.

- O que sentiu quando saiu correndo? - Park sentou-se na poltrona, mas não se atreveu a me encarar, sua atenção estava nas sua mãos unidas. - Não havia nada no corredor que pudesse chamar atenção, mas você sabia onde ir.

- O frio... - o olhei sem entender - não havia reparado antes, mas quando estava passando pelo corredor, senti o mesmo frio das noites que as encontrei. Os corredores à noite normalmente são frios mesmo, mas é uma temperatura mais... aish! Não sei como descrever! Senti um vazio...o frio do vazio e da solidão. - fico quieto ao ouvir sua resposta.

- Continue.

- Quando cheguei lá e vi aquilo... nossa, parecia que o meu corpo estava branco, sem nada por dentro. Não sei como consegui reunir forças para me mover e atacar aquela coisa! Mas quando penso nele... a sensação de puro vazio me vem...

- Acho que você pode ter sido afetado, mas não o suficiente para lhe atingir em cheio. - comento - Mas peço para que nunca mais faça isso novamente! Se sentir isso mais uma vez, me avise imediatamente!

- Hurum... - Ouço ele murmurar descontente.

- Não adianta reclamar, é pro seu bem.

- Engraçado dizer isso... - Jimin finalmente levantou o olhar para me encarar.

- Como é?

- Você está agindo como se importasse mesmo, que diferença faz se eu tivesse sido pego? Não é como se ligasse para isso.

Reviro os olhos com sua teimosia e insistência.

- É o meu trabalho.

- Ah! Para de colocar o trabalho no meio! Temos uma conversa pendente e eu não vou deixar você sair daqui enquanto não esclarecer o que disse mais cedo! - Jimin ergueu sua varinha e lançou um feitiço para trancar a porta.

- Jimin! Isso de novo?! - me levantei e ele fez o mesmo. Me irritei ao ele mudar de assunto repentinamente.

- De novo não, Kim Taehyung! Porque eu te mandei inúmeras cartas pra você explicando o porquê de eu não ter ido à floresta, fiquei louco querendo ir atrás de você, sendo que sempre me ignorou e começou a me tratar feito lixo! E agora me conta um absurdo sobre mim! Espera que eu fique quieto?!

- Dá um tempo, isso foi há nove anos atrás! - suspiro.

Jimin parou de falar e me encarou por alguns minutos, parecia pensar no que disse e então vejo seu ar mudar.

- O que foi?

- Nada, só... parece que não se importa com o que tínhamos. Não fez nenhum esforço para me escutar, inventa uma mentira sobre mim, faz pouco caso com a situação... - seus olhos transmitiam um ar de decepção. E isso me quebrou. - Pode ter passado nove anos, mas eu ainda gosto de você... infelizmente, mas acho que fui o único idiota a querer resolver o que aconteceu. - Suspirou desviando o olhar

- Acha mesmo que eu iria atrás de alguém que me ataca pelas costas? Você que está fazendo esse show, mas não pareceu se preocupar ou se arrepender quando me atacou naquele dia e sumiu sem dar satisfação. Tinha testemunhas, Harry e Yoongi viram você chegar e depois do que aconteceu também. Sua varinha estava no chão e contatamos o último feitiço que usou.

- Mas eu NÃO fiz isso! Nunca faria isso mesmo se me obrigassem! E mesmo que eu tivesse feito por obrigação, não teria porque mentir na sua cara!

- Não sei... achei que não, mas não lhe conheço mais.

Me virei em direção a porta e usei o Alohomora para destrancar a porta. Suspiro saindo para ficar do lado de fora, não queria ficar perto dele.

POV'S - PARK JIMIN

Taehyung só podia estar brincando com a minha cara... como posso ser tão burro e idiota por achar que ele ainda sentia algo por mim? E ainda por cima tem essa história mal contada que ele inventou... e se não inventou, nem sei como poderia provar que não fui eu a fazer isso.

- Eu já deveria ter esquecido esse menino há anos atrás! Me pouparia de passar por isso...

Passo a mão pelo cabelo e senti minha garganta se fechando. Suspiro caminhando em direção a saída, abro a porta e caminhei a passos apressados para fora daquela área. Ele e seus amigos estavam presentes ali, então fariam seus trabalhos de proteger a menina.

Assim que dobrei um corredor, meus olhos ardem pelo acúmulo de lágrimas que saíram sem minha autorização.

- Mas que droga!

Resmunguei seguindo em direção ao meu quarto, queria ficar sozinho.

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