passando só pra dizer que amo as interações de vocês, e mais ainda quando me deixam estrelinhas. Isso me dá ânimo para continuar!
obrigada a quem está por aqui até agora, e espero que tenham uma boa semana. boa leitura :)
Despertaram cedo com o barulho do despertador de Helena, partilharam do banho gelado de toda manhã, fizeram o café da manhã e se sentaram à mesa, cobertas pelas roupas de lycra da academia.
- Por favor, me diz que hoje vamos fazer superior... – Clara implora, terminando de bebericar seu café com um bico fofo nos lábios.
Helena ri baixinho, largando o celular para alcançar a mão da namorada em cima da mesa para desferir um beijinho suave ali.
- Depende. Você quer a resposta da Helena namorada ou da Helena personal? – Clara finge pensar por um instante, o dedo indicador encaixado no queixo.
- Algo me diz que nenhuma das duas vai ser muito boa.
- Na verdade, eu tinha mesmo que falar com você sobre uma coisa.
Clara franze o cenho pela mudança abrupta de assunto.
- Aconteceu alguma coisa? – questiona, recolhendo a mão de volta.
Helena termina de mastigar brevemente a tangerina, levantando o queixo em direção à outra em seguida.
- A Juliana me ligou na quinta-feira à tarde – Clara se mexe desconfortável na cadeira. Helena pareceu não notar a forma como os ombros da namorada se ergueram brevemente de forma defensiva.
- E o que ela queria?
- Ela me disse que a agenda do trabalho mudou, e que conseguiria ir à academia mais rotineiramente agora, então precisei reorganizar um pouco os horários. Era só isso.
Como quem não quer nada, Clara passa o indicador pela borda da xícara vazia. Não, ela não estava com ciúmes da aluna que sempre dava em cima de sua namorada. Namorada essa que era boba e inocente demais para notar que algo estava acontecendo nem na frente de seu nariz.
- E isso significa...
- Significa que serei sua e de Juliana em todas as terças e quintas.
Péssima escolha de palavras.
Clara fechou a cara no mesmo instante, se levantando de supetão para levar a xícara vazia até a pia, depositando o objeto com um baque desnecessário que fez Helena pular de susto.
- Perfeito – ela solta, ácida – Sorte a minha. Você tem cinco minutos, senão vou embora sozinha.
- Mas, amor...
Clara já estava longe o bastante para ouvir o resto da frase. A empresária calçou os sapatos na força do ódio brotando como uma vermelhidão em suas bochechas, escovou os dentes com os olhos curiosos de Helena sobre si e pegou as chaves de casa com os punhos cerrados. Helena a seguiu até o elevador como um filhote de cachorrinho meio duvidoso, sem saber muito bem se deveria falar algo à ela, se deveria ficar quieta ou simplesmente sumir da face da Terra.
- Você está linda, meu amor. Já falei isso hoje? – sussurra quando as portas do elevador se fecham, pegando Clara pela cintura. Só não contava com o reflexo rápido de Clara em afastar as mãos de Helena de seu corpo, cruzando os braços em seguida – Clara?
- Estou sem saco.
- Pra mim?
A pergunta e o tom de voz magoado de Helena pegam Clara desprevenida. Seu queixo já tremia quando as portas de met abriram, fazendo a empresária sair dali com passos apressados.