nêmesis

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Vocês foram tão incríveis no capítulo passado que até voltei logo!

Obrigada pelos comentários e pelas estrelinhas. Como sempre digo, eles me dão animação pra voltar. E obrigada pela leitura também. Espero demais que estejam curtindo, porque eu estou adorando escrever isso aqui.

Boa leitura :)

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Clara não se considerava uma pessoa estressada; bem longe disso, para falar a verdade. Tirava meia hora da sua manhã - todas as manhãs - para suas corridas matinais ao redor do condomínio, finalizava o almoço com um ioga breve na varanda de casa e se permitia meditar antes de dormir, finalizando a noite sempre com um bom livro de autoajuda que a fazia esquecer todo e qualquer problema no escritório.

Então, por que seu corpo sempre fervia como um vulcão em erupção quando o sobrenome Weinberg aparecia, em letra cursiva, na aba de contratos ainda por analisar em seu computador?

Helena Weinberg vinha sendo a fonte de sua insônia e lapsos de raiva cada vez mais corriqueiros que nem todo ioga do mundo era capaz de amenizar. A mesma Helena Weinberg, CEO da empresa rival de exportação que o pai de Clara sempre abominou e lutou tanto para desvincular do nome. Sua némésis. A pedra chata na ponta de seus sapatos por todos os dias, lhe causando calos e bolhas.

Agora, ali estava ela mais uma vez, sentada de frente para a tela acesa do computador, o nome de Helena aparecendo por toda sua linha de visão como uma provocação velada de que, à qualquer momento, dentro de qualquer desistência, após qualquer enfraquecimento de base por parte de Clara, Helena vencia.

Somente sobre o seu cadáver, Clara pensa.

Com um suspiro exasperado, a Albuquerque fechou todas as infinitas abas de seu computador, resgatando a bolsa de couro enquanto caminhava pesadamente para fora de seu escritório, em cima dos saltos agulha que poderiam perguntar o linóleo do chão a qualquer momento.

- Camila, cancele todos os meus compromissos de hoje, por favor. Não volto mais depois do almoço – diz autoritária para a secretária, a senhora de cabelos cinzentos e óculos na ponta do nariz.

Camila a fita com os olhos meio curiosos e lábios crispados pela vontade do questionamento.

- Mas, dona Clara...

- Eu estou sem cabeça para nada, Camila. Marque com os Duretti para sexta-feira, dez da manhã em ponto. Se eles não quiserem, que se danem. Não preciso de merreca, nem de clientes machistas que se contentam com pouco.

Camila acena educada com a cabeça, digitando freneticamente em seu computador.

Clara aperta no botão do elevador com o indicador enquanto digitava uma rápida mensagem à Rafael, perguntando se ele estava livre para almoçar, quando sentiu aquele perfume particular. Ela levantou o rosto tão rápido que ouviu o pescoço ranger em protesto pela ação. Ali, dentro daquela pequena caixa fria de metal tocando um baixo jazz ambiente, jazia a fonte de todos os seus problemas e dores de cabeça. Helena, encostada na parede do elevador de forma despreocupada com a sola do pé contra a parede e braços cruzados de baixo dos seios, a olhava com um sorriso divertido escorrido pelos lábios perfeitamente róseos.

Hoje, a diaba sexy estava coberta por um conjunto social azul marinho, de calça de linho, blazer aberto com uma blusa branca por baixo, que mostrava à Clara o começo de seu sutiã preto de renda. A Albuquerque pigarreou quando percebeu que estava olhando até demais.

- Vai sair? – pergunta ácida, os lábios crispados em descontentamento.

Helena arquea as sobrancelhas grossas, arrumando a postura para então acenar para Camila, voltando rapidamente para dentro do elevador mais uma vez.

One shots - Clarena editionOnde histórias criam vida. Descubra agora