8 - Yakuza

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PETE

Com 15 anos, meu pai me mandou um mês para o acampamento militar, fiquei um mês morando em buracos, e comendo apenas o que conseguia achar em alguma floresta qualquer, meus sentidos eram de um ômega, então eu precisava aflorar e ficar mais atendo a tudo que me cercava, meus olhos se tornaram mais afiados, minha audição era sensível a qualquer ruído, e minha mente sempre pensava a frente. E isso acontecia a cada 6 ou 8 meses, eu nunca sabia o dia, eu era capturado e jogado em algum lugar qualquer nos EUA, meu dever era voltar para casa vivo, e com informações de algum inimigo, nas últimas vezes foi impossível me capturar, ou me prender por mias de 40 minutos, eu sempre dava um jeito de escapar, ou dobrar quem estava ali. Nessas horas eu agradeço ao lunático do meu pai por me fazer uma arma mortal.

Olhei para Jonathan com um sorriso falso, fingi interesse em saber como tinha sido seu dia, e cada vez que ele abria a boca, uma mentira saía, eu só queria entender, o porquê? Ele poderia ter qualquer um, mas ele veio até mim, ele me cercava, ele que deu os primeiros passos, eu não era honesto também, mas nunca o enganei dessa forma.

Eu era o bebê da faculdade, era assim que as pessoas se dirigiam a mim, porque eu era sorridente e franzino, mesmo que um pouco alto. Hoje estava acontecendo uma festa como sempre, uma faculdade competindo com a outra. Gustav veio até mim me arrastando a frente como sempre, mas se Vegas não estava competindo não tinha interesse nem um naquilo. Jonathan um tempo depois me puxou no corredor um pouco mais longe da festa, ele já estava um pouco alterado, mesmo depois de tomar banho eu ainda conseguia sentir o cheiro dele misturado a outras pessoas, eu olfato era muito apurado.

-Amor, está brabo comigo, por que te deixei sozinho? Eu já te expliquei, os meninos decidiram de última hora.

-Eu não estou brabo, só não estou no clima do que está rolando lá dentro.

Jonathan tinha me abraço por trás, virando meu rosto me puxando para um beijo, eu correspondi no automático, aquilo nem tinha sentido, de qualquer forma eu o traia hoje de tarde com Vegas, mesmo que tenha sido só um beijo, mas na minha mente eu teria aberto as pernas para Vegas novamente muito facilmente.


"vamos ficar juntos hoje á noite? Posso dormir na sua cama, certo?"


Eu confirmei, disse tudo que ele queria ouvir, ele estava sorrindo, de fato começou a me dar um pouco mais de atenção, não deixava meu copo vazio, eu sei o que ele está tentando fazer, quer me embebedar, logo eu?

Acho que todos esses meses juntos, e convivendo como amigo durante três anos, ele não deveria saber que eu me dou muito bem com a bebida? Por isso eu sempre venço Vegas, quando os jogos são no fundo quem aguenta beber mais, eu sempre levava a melhor.

Eu estava perto de Kinn agora, eu estava com a cabeça cheia, então queria ficar perto de quem me era seguro, o que eu devia falar? Jonathan foi um idiota comigo, do jeito que ele é protetor, capaz de o matar aqui mesmo. Então fiquei em silêncio observando tudo e a todos, volta e meia alguém vinha me tirar para dançar, ou tentar algo, agora pouco escutei "acho que o Kinn é mesmo o namorado secreto do baby do campus", nunca suspeitava de Jonathan?

Olhei para Vegas, era impossível não olhar, aquela altura todo mundo estava alterado, mas Vegas se mantinha imóvel tomando sua bebida, sem encarar ninguém em específico, ele não se agradou com ninguém? Eu me afastei um pouco, quando alguém chegou em Kinn, podem pensar o que for de mim eu não ligo, mas não vou atrapalhar nem uma foda do meu chefe. Pensei em Porsche, espero que ele esteja fazendo o mesmo no Japão.

YAKUZA - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora