15 - Yakuza

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PETE

Cada passo que eu dei naquela eterna varanda, era como se eu voltasse aos EUA no dia em que o conheci. Ele era tudo o que eu não suportava um playboy mimado, um garoto misterioso que não dizia muito, mas ganhava a todos quando abria aquela boca perfeita. Quem eu quero enganar, quando o vi sentado do outro lado da mesa, eu o desejei ali, no primeiro segundo, como o desejo ainda neste instante.

Nosso sexo foi cruel,  na minha primeira vez eu sonhei ser com alguém que eu amasse, eu a perdi com Vegas, de forma mais sádica e submissa, ele disse ajoelha, e eu ajoelhei, mas ele também cedeu, ele me bateu tanto, que eu levei dias para conseguir sentar direito, o meu ódio, nunca foi porque ele me deixo lá depois de transar comigo, mas pelo fato dele não demonstrar nem um interesse em mim depois, um flerte ou outro, mas era flertes tendenciosos, apenas na maldade, ele não tinha interesse em mim, e isso fez meu coração odiá-lo por muito tempo.

Seu cabelo está mais comprido, o olhando assim parado no meio do jardim, aquela casa começava a fazer sentido, tudo ali era um pedaço dele, aquele jardim que começava a florir depois de um inverno rigoroso, estava o deixando menos ruim do que meu coração magoado tenta se convencer.

Ele mentiu para mim? Não, ele não mentiu, mas ele também não disse toda a verdade. A última vez que se vimos eu disse tudo, o que o futuro me aguardava, de como eu me sentia, eu não esperava que ele me amasse de volta, e que ficasse comigo, mas ele disse que me amava, ele disse tantas coisas, menos o principal. Vegas era o líder de uma grande facção criminosa, não um cafetino de boates, que lida com drogas e alguns subornos de empresários, ele o tão temido e cruel Saito Yakuza, eu ouvi tantas histórias, tantas coisas que era difícil acreditar, que o homem com quem me deitei, era o mesmo que cortavas cabeças com uma katana.

Seus olhos se encontraram com o meu, ainda era os mesmos olhos de como me lembro, o mesmo olhar que me arrastou a viver um caso de amor escondido, eu nunca revelei ao meu pai quem tinha tirado minha virgindade, quem tinha acabado com os planos de Kron e pá, eu mantive esse amor no meu coração escondido para sempre.

Eu amo Vegas, mas ainda não consigo entender o porquê dele me usar dessa forma? Eu queria correr e me jogar nos seus braços, como eu fazia quando entrava naquele apartamento. Na faculdade nos últimos três meses, ele vivia me arrastando para um lado da biblioteca do seu campus onde não tinha um fluxo de pessoas muito grande, só para me ver estudar, ele abria os livros sem dizer muita coisa, apenas resmungava sobre algo que tentava aprender sobre a mente humana, enquanto eu fazia contas, e mais contas... "isso é chato?", "sim, é muito chato", ele não dizia mais nada, ele sabe que eu não tinha muitas escolhas, eu tinha que seguir Kinn sem pensar de mais. Aqueles momentos ainda eram estranhos, mas eu amava, não era sexo, e ele nunca admitiria que era amor.

Desci cada degrau sem conseguia respirar direito, tentei deixar meu rosto o mais neutro possível, então o cumprimentei como eu deveria cumprimentar meu chefe, e no momento era isso que ele era. Porque me trouxe para sua casa, se ele não se importa em se revelar para mim, por quanto tempo ele continuaria fingindo todo esse teatro?


-Não importa o que você diga sensei, eu não ligo.


Eu não ligo? Por favor, eu quero o socar como antigamente, mas a saudade que eu sinto no meu coração sempre será maior que a minha raiva, mas eu não posso deixar que ele saiba disso, não posso fingir que esses dois anos não foram difícil, o que meu pai me fez só por eu não ser virgem não me deixa dormir á noite, não consigo me relacionar amorosa mente com ninguém, Macau é o único que me abraça e eu não sinto desconforto, nem Porsche eu deixo que me veja sem roupa, não por que ele fara algo, e sim pela vergonha de como meu corpo ficou depois de tudo aquilo, não queria que Porsche sentisse pena de mim, porque eu não merecia que ninguém sentisse.

YAKUZA - VEGASPETEOnde histórias criam vida. Descubra agora