♡ Capitulo 35 ♡

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       POV MARILIA

   Acordei com a Diana me balançando e avisando que já havíamos  pousado. Eu estava praticamente no modo automático, então só levantei e fui a seguindo o caminho todo, desde a hora em que saímos do avião  até o momento em que entramos em meu apartamento.

      - Estou falando com você, ô cabeça de vento.

     Ela falou rindo enquanto balançava meus ombros, eu balancei a cabeça e lhe dei um sorriso triste.

     - Fica aqui comigo? Por favor só.... fica.

     Minha voz começou a embargar, ela assentiu prontamente antes de me abraçar.

     Nunca me senti tão frágil na minha vida, eu acho que a última vez que eu fiquei tão triste assim foi quando eu tinha dezessete anos e perdi minha mãe. Eu me sentia perdida, eu parecia apenas existir, eu não vivia mais. Não queria estudar, não queria comer, só fazia as coisas ( tais como: higiene e me alimentar) porque a Maiara me obrigava. Ela me dava banho e muitas vezes tinha que me dar comida na boca, como se eu fosse uma criança, ou uma ivalida. Eu me sentia vazia por dentro.... exatamente como estou me sentindo agora.

     Seria muita idiotice se eu dissese que tenho a esperança dela aparecer aqui e me explicar o que houve?

    Sim, seria eu sei. Mas é mais forte que eu.

     Você já se sentiu assim? Dependente de uma pessoa, como se a batida do seu coração fosse pra ela? Como se perder aquela pessoa fosse o mesmo que se perder? Acho que está doendo tanto por isso mesmo, eu não perdi só a Maiara, nesse processo eu me perdi também. Eu não sei mais como eu era antes dela. O que ela fez comigo? Por que eu fiquei tão dependente dela assim?

      Isso deveria ser crime, sabe? Amar alguém tanto assim deveria ser proibido, não aconselho a vocês ousarem amar alguém. Isso dói, corrói, te destrói de todas as formas
Possíveis e o pior se tudo..... Você não consegue fugir disso, é como se um filme passasse na sua cabeça, com os momentos bons e ruins, te fazendo reviver aquilo tudo mesmo que te machuque.

      Sabe qual a loucura disso tudo? É que mesmo me corroendo, ficar lembrando dos momentos com ela me deixa feliz, lembra do sorriso dela me faz bem. Não tem nem um dia desde  aquele maldito beijo e eu já me sinto um lixo. Que porra aconteceu comigo? Cadê a minha identidade? Cadê a Marilia segura de si, dona do próprio nariz? A Marilia que não se apaixona, que vive pelas ruas de Nova York rodando pelas camas alheias?  Cadê?

      É mesmo.... ela deixou de existir no maldito momento em que percebi que estava apaixonada pela Maiara.

      Maldito sorriso, maldita voz, maldito beijo, maldito jeito fofo, maldito seja ela por ter me feito amar cada detalhe dela pra depois me destroçar como se eu fosse um simples papel.

      E o que eu fiz para ser tratada assim? Mudei minha vida por ela, me entreguei por inteira.... E ela me fez sentir como um nada, como algo irrelevante.

      E porque candelabros eu não consigo parar de sentir saudades dela? Por que eu não consigo deixar de sentir o gosto dela na minha boca? Por que o maldito perfume dela ainda está aqui? Impregnado em mim.

     - Chega de chorar Marilia, vem vamos tomar um banho.

     Diana me levantou do chão onde eu havia caído de joelhos e chorava com a cabeça enterrada em seu pescoço. Ela retirou todas as minhas peças de roupa quando chegamos no banheiro, eu fiquei parada, imovel enquanto ela ajeitava a temperatura d'água.

      - Marilia para. - Ela ordenou seria, segurando meu rosto em suas mãos para me olhar nos olhos. - Você não está morta, para de ficar agindo assim. Vamos reagir porque a vida está acontecendo, o tempo não vai parar para te esperar sair desse buraco não.

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