O Mar | capítulo único

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Sentanda na areia, minhas companhias eram o pôr do sol e o mar inquieto

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Sentanda na areia, minhas companhias eram o pôr do sol e o mar inquieto. 

— Está frio — ouvi a voz masculina tão familiar bem atrás de mim.

Bem, agora eu tinha outra companhia.

— Por que está sozinha? — questionou, sentando-se ao meu lado. — Está triste.

— Não.

— Preocupada?

— Não.

— Pensativa?

Encarei os olhos castanhos, erguendo uma sobrancelha.

— Só estou fugindo de pessoas chatas — provoquei.

— Ai — Igor colocou uma mão sobre o peito, fingindo mágoa.

— Eu só estou aqui. Sem motivo nenhum — No horizonte, o sol já se despedia. — Eu estou vivendo um período muito bom, sabe. Tão bom que eu estou com medo.

— Medo de quê, Marina?

— De estragar. Eu saí de um momento muito turbulento e logo em seguida mergulhei nessa onda tão calma, tão alegre e satisfatória. Tenho medo que simplesmente acabe.

— Você sabe que… — Igor começou, mas logo o interropi.

— Sei que nada dura para sempre, sei que sempre vem coisas boas e ruins… É, eu sei. Sinceramente? — dei de ombros. — Vou apenas aproveitar esses últimos dias do mês. E daí que no próximo mês tudo vire de cabeça para baixo? Problema da Marina do futuro.

Igor soltou uma gargalhada gostosa.

— Não comece a agir de maneira irresponsável, Marina, você nunca foi.

— Eu me preocupei muito por várias coisa. Deixava de viver o momento por medo do que viria. A ansiedade é uma merda e bagunça minha vida toda vez que acho que algo está indo bem. Talvez amanhã eu volte a me preocupar com tudo, talvez amanhã eu acorde chorando. A Marina de agora não quer saber de tudo isso.

— E o que a Marina de agora quer?

Levantei da areia e removi minha saída de praia.

— O mar! — gritei, correndo, rindo e tropeçando na areia em direção à imensidão de água.

— O mar! — gritei, correndo, rindo e tropeçando na areia em direção à imensidão de água

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