Pegue seu café, acomode-se e venha preencher seu coração com esta coletânea de contos. Neste livro você, meu caro leitor, irá encontrar contos de amor, vingança, fantasia, para rir, chorar, odiar e mergulhar neste mundo fantástico.
Cada conto, uma...
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Os pássaros cantavam uma melodia singela, as folhas das árvores balançavam com a brisa deliciosa do dia. As abelhas coletavam os grãos de pólen das flores belas recém desabrochadas do jardim de Marie Dubois. Era um dia perfeito de primavera, ótimo para sentar sob uma árvore para ler um livro.
Mal parecia que a Segunda Guerra Mundial estava explodindo na Europa e abalando todo o mundo.
Seu marido, seu querido Bernard, estava no campo de batalha, lutando dia a dia contra o exército inimigo, além de enfrentar infecções, doenças, fome e o desespero de não saber se no dia seguinte estaria vivo. Todo dia Marie acordava, levantava-se da cama, olhava para o lado esquerdo da cama, onde seu amado costumava dormir, e perguntava-se se ele ainda vivia.
Ela estava morando no sítio da família, o mais distante possível da guerra, buscando segurança, porém cnto algum do mundo estava totalmente seguro, não enquanto aquele cenário caótico continuava. E principalmente na França que estava sendo ameaçada pela invasão pela Alemanha.
- Que Deus nos poupe de tamanho horror - Marie rogou, apertando a carta de seu marido, que havia chegado em sua residência há dois dias, contra o peito. Apesar de estar desesperada para ter notícias de Bernard e de ler qualquer verso escrito por ele, ela sequer abriu a carta. Faltava-lhe forças, pois toda vez que lia qualquer correspondência do seu querido, sentia o peito apertar-se de dor e as lágrimas queimar-lhe os olhos.
Marie lembrava do dia em que se conheceram como se tivesse sido naquela manhã. Recordava da mancha de café que jamais saiu do seu vestido rosa, das bochechas coradas de Bernard e do perfume delicioso de flores.
Foi em junho de 1935, no início do verão e no fim da estação das flores, irá fazer cinco anos em poucos dias.
Marie andava apressada por Paris com sua mãe e irmã mais velha, carregando inúmeras bolsas de preparativos para o seu aniversário de dezoito anos. Estava distraída, como sempre, admirando a beleza da capital francesa. A família de Marie tinha se mudado recentemente e ela ainda estava descobrindo as belezas que a cidade podia oferecer.
- Ai! - exclama, ao sentir algo esbarrar contra seu corpo.
- Perdão, mademoiselle - O rapaz, desculpa-se, notando que havia derrubado o seu café no lindo vestido da moça e em algumas de suas sacolas.
- Não há problema. - Marie olha para seu vestido rosa comprado recentemente. Que triste, ela realmente gostava daquele vestido.
- Como posso me desculpar? - O jovem rapaz realmente parecida desconfortável com a situação.
- Não há necessidade, monsieur.
- Eu insisto, diga-me o que posso fazer por ti.
Marie olhou ao redor, notando que estavam na frente da floricultura.
