Cidade da Luz e dos Apaixonados | capítulo único

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Paris não ganhou o título de Cidade da Luz apenas por ser super iluminada, isso vem do fato de que durante séculos as mentes brilhantes inclinadas à arte vinham para cá. Artistas sedentos por mais conhecimentos em sua área ou em busca de oportunidade eram atraídos à capital assim como uma abelha é atraída por pólen. Comigo não foi diferente. Cresci no interior da França e desde muito cedo desenvolvi o apreço pelos diversos estilos de arte, por isso vim para Paris estudar em uma escola de artes.

No entanto, achei um diamante enquanto buscava prata.

A mulher diante de mim, Desirée, era tão bela que custava para acreditar que é real. O vestido vermelho valorizava o corpo esbelto e a pele preta, os cachos caiam sobre o ombros exposto. Observei, hipnotizado, ela levar a taça de vinho aos lábios tingidos de rubro.

Ela foi a musa dos meus quadros mais bonitos, mais aclamados pela crítica e mais valiosos. Desconheço um adjetivo melhor para descrever o que é belo que não seja a minha Desirée.

— Observando-me desse jeito vai acabar me deixando tímida — ela deu um sorrissinho e meu coração acelerou.

— Estou pensado em pintar outro quadro — Meus dedos seguraram um dos cachos escuros. — Você, obviamente, em primeiro plano e ao fundo as cerejeiras que vimos na nossa viagem para o Japão na primavera.

— Não cansa de pintar quadros comigo, Jean? Tem pelo menos dez.

— Dez finalizados e mais alguns rascunhos — Eu sou um artista, gosto de retratar as belezas do mundo. — Você é minha musa.

Ela bebeu mais um gole de vinho.

— Quero tanto beijar seus lábios. 

— Vai borrar o meu batom.

Levantei-me do meu assento e caminho até ela. Meus dedos trilham o caminho do ombro desnudo até os lábios vermelhos.

— Você se importa? — perguntei, minha boca perto demais da sua orelha.

— De forma alguma.

Desirée quebra o pequeno espaço entre nós e finalmente me permite tomar sua boca com a minha. Estávamos na varanda o hotel com a vista perfeita para a Torre Eiffel em todo o seu esplendor noturno, mas nem mesmo ela poderia chamar mais a minha atenção do que a minha namorada.

— Desirée — sussurrei o nome em seu ouvido como se fosse um poema. — Seja minha musa mais uma vez nesta noite.

 — Seja minha musa mais uma vez nesta noite

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