No Morning Glory | capítulo único

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Ganhar uma guerra significa perder uma parte de si

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Ganhar uma guerra significa perder uma parte de si.

Depois de 8 anos de árduas batalhas, os soldados do País do Norte retornavam para casa, enquanto os sobreviventes do País do Sul eram presos ou, aqueles que tentavam se livrar, mortos.

Não há vitória nenhuma nessa situação, Isaac pensou.

Perdera muito mais do que ganhara. Não tinha mais casa, sua esposa, mãe e filho foram mortos num bombardeio surpresa do inimigo cinco anos atrás; seu pai morrera em batalha no primeiro ano da guerra; sua terra estava arrasada, não podia plantar nada por um bom tempo, portanto não sabia se teria o que comer na próxima estação.

Ao retornar para casa, ninguém teria o que comemorar. Muitos homens feridos, muitos mortos, muitos órfãos, muitas viúvas e muitas mães sem filhos. O país estava em crise; no início o comércio foi muito bem cuidado pelas mulheres, porém os bombardeios começaram e tudo veio por terra. Sem contar a poluição do ar, o que acarretou vários problemas respiratórios na população.

Tudo aquilo começou por pura ambição, por puro jogo econômico, mas o preço dos lucros que poderiam vir a ter não pagariam nem um pouco daquela dor e caos causados.

Por isso Isaac acreditava que os dois lados haviam sido vergonhosamente derrotados. A medalha de mérito que ele ia ganhar não ia trazer o seu braço de volta, ou a audição de um ouvido, muito menos reviver aqueles que ele matou, daquelas pessoas que estavam na mesma situação de desespero que o próprio se encontrava.

Para ganhar aquela guerra, os cidadãos perderam muito.

Não haveria nenhuma manhã de glória, apenas iriam dormir e sonhar com seus horrores, acordar gritando e chorarão pelos queridos que partiram.

Isaac nunca iria voltar para os dias alegres que passava na companhia da família na casa do campo, nunca ouviria a risada do seu pequeno.

Lágrimas escorreram pelo rosto.

Sequer o tinha ensinado a andar de bicicleta. Não era justo.

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