Capítulo 14 - Madrid

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     O sol invadia a janela do quarto de Morgana me tirando dos meus sonhos, Laís já estava de pé segurando duas calças extremamente oposta na frente do espelho colocando elas sobre seu corpo.
—Uma calça bege meio blasé ou uma calça jeans clara desfiada com uma vibe mais estilosa?— Ela me perguntava me olhando pelo espelho.
—Bom dia pra você também. —Resmunguei enfiando minha cara nos travesseiros. —Vai com a vibe estilosa,  onde a Morgana está?
—Saiu cedo, foi compra um presente pra você.
—Presente pra mim?—Arqueei a sobrancelhas.—Olha o que vocês estão tramando hein?
—Iiiih, relaxa, você está muito na defensiva.—Ela sorria com a língua entre os dentes.—Somos suas melhores amigas e estamos aqui pra te salvar do mundo Agatha, entenda, e você vai gostar.

Eu estava mesmo na defensiva, conviver com Thiago me fez ser uma pessoa sempre em alerta, sempre preocupada e sempre neurótica, eu não sabia quando estava sendo criticada aos olhos dos outros ou quando as pessoas estavam tentando me sabotar, mesmo Laís e Morgana sempre estando ali quando eu precisava acho que criei isso com elas também, por mais que eu não quisesse aquilo havia virado um traço meu, e agora com meu avanço na terapia eu estava ciente que ia contar isso tudo para Cecília na esperança de que talvez ela conseguisse ajudar esse cubo mágico que eu chamo de cérebro a agir de forma normal, pelo menos com as duas.


Morgana havia chegado com várias sacolas, e estava empolgada, o passatempo preferido dela era compras, não importava onde, ou quando, ou como ela ia fazer para os pais dela liberar mais um pouquinho de dinheiro pra ela, gastar era parte dela e fazia ela se sentir viva de verdade, Laís já estava quase pronta se perfumando toda enquanto eu estava sentada na cama segurando o celular que acabará de ganhar como presente.

—Qual é Agatha, não gostou do presente?—Morgana questionava enquanto tirava algumas botas de dentro das caixas.—Olha ele é uma cor neutra, até a capinha.
—Não é isso.—Forcei um sorriso tentando administrar meu corpo e fazer ele se erguer.—Eu estou meio sei lá por causa de ontem.
–Meio “sei lá”?—Laís fazia aspas com os dedos enquanto me encarava.
—É, eu não sei explicar...—Respirei fundo, o mais fundo que consegui e soltei o ar com toda a velocidade que conseguia, eu estava me sentindo fraca, mole, e com uma tristeza enorme.—Se vocês não tivessem chegado eu não sei o que o Thiago teria feito comigo... e pensar nisso me assusta sabe?
As duas se olharam e sentaram do meu lado tentando me acalmar, era nosso rito de quando uma de nós precisava desabar.
—Conheço Thiago desde sempre, eu sei que ele nunca foi um ótimo namorado mas eu ainda estou assustada com a proporção das coisas, eu não esperava de verdade e sabe se lá Deus o que teria acontecido comigo caso vocês não tivessem chegado na hora.—As palavras saiam como lâminas, meus olhos de uma forma incontrolável se armaram e dispararam contra meu rosto todas as lágrimas presas—Eu estou me sentindo invadida, eu sei que o que ele fez não foi demais assim, mas só de imaginar faz eu querer vomitar... eu nunca pensei que  ele pudesse me fazer mal, e se dependesse dele naquele instante, ele teria feito.
Eu não conseguia controlar, tentava respirar mas era em vão, as lágrimas saiam e Laís e Morgana me apertavam forte contra seu corpo tentando me mostrar que estava tudo bem, mesmo eu não conseguindo acreditar que tudo estava bem. Ele havia quebrado meu celular, machucado meu braço de tanto apertar e por um instante vi que eu não significava absolutamente nada para ele, como ele podia tanto dizer que me amava agindo como um completo louco. Ele estava fora de si. Me senti mal por ter me permitido permanecer nesse relacionamento esse tempo todo mesmo sentindo que aquilo não era pra mim, tudo para tentar ter uma falsa aprovação dos meus pais que no fundo eu sabia que nunca teria. O Thiago era o fantoche do meu espetáculo, e eu não consegui controlar bem ele. No fim, eu quem fui o fantoche.

Eu não havia ligado o celular ainda e nem colocado minhas contas, fiz Laís ligar para meus pais e avisar sobre nossa viagem e assim ela fez, o voo estava previsto para daqui vinte minutos e meu corpo inteiro vibrava de animação, sempre amei arte, e ir em um lugar desses seria incrível por estar com elas ao meu lado, e no fundo eu também queria saber mais sobre aquele quadro, mesmo não acreditando em nada que as meninas disseram e sabendo que era mera coincidência eu estava feliz por meu rosto está em um quadro extremamente famoso agora.

—Vamos chegar lá e não teremos muito tempo, a exposição vai começar as 21 e vamos chegar às 19, até a gente se arrumar vai demorar então estejam cientes que vamos ter que correr contra o tempo.—Laís informava como se estivesse dando ordens, eu e Morgana rimos juntas olhando ela desesperada olhando para o telefone.
—Olha eu não vou demorar muito, não estou tão animada assim para isso.—Indaguei séria, elas se entre olharam e concordaram.
—Você sempre está linda Agatha, esse é seu ponto chave.—Morgana disse mandando uma piscadela no ar.

Durante todo o voo mantive minha cabeça no Rio, pensei em tudo que estava acontecendo e a tamanha reviravolta que estava tomando as coisas, nunca pensei se quer sair um dia para a esquina sem mandar um e-mail para Thiago avisando ele do que estava indo fazer, e agora eu estava viajando, atravessando o mundo sem dar nenhuma notícia se quer, eu queria saber o que ele provavelmente havia me mandado, não por amor, mas por receio, acho que estava tão acostumada a estar sempre ali avisando tudo que eu já sabia que esse sumiço ia resumir em inúmeras mensagens com uma falsa preocupação. Laís cochilava abraçada com um ursinho que havia levado, Morgana folheava uma revista com a cara de tédio explícita e eu ficava observando as nuvens e o contraste bonito que tinha vindo aqui de cima. Estar nas alturas trazia uma sensação de paz inexplicável. Me sentia livre sem nenhuma amarra, era como se tivesse nascido de novo, mas ao mesmo tempo um enjoo e uma sensação de pavor tomava conta  do meu ser, era como se eu não pudesse estar indo para lá, eu nunca tive problemas com voos  ou com conhecer um lugar novo, nunca pensei se quer em conhecer a Europa e agora estava indo em direção da mesma. Já havia viajado para outros países,  mas Espanha, me deixava com vontade de vomitar, as horas pareciam de arrastar o que me rendeu em roer as unhas.
—As duas bonecas pode acordar, vamos eu estou louca para fumar!—Morgana falava alto olhando em volta, abri meus olhos lentamente me dando conta que havia pegado no sono, olhei para o lado e Laís limpava o canto da boca que havia babado.
—Chegamos?—Ela falava com os olhos quase fechados.
—Sim, e eu sobrevivi caso estejam preocupadas, não foi fácil eu sei, ter que aguentar você babando Laís e a Agatha se jogando a todo instante no meu colo foi extremamente estressante, ainda mais sem poder fumar um cigarro se quer, então por favor, se ter amor a vida, levanta e vamos logo já saiu todos os passageiros.
Laís revirou os olhos pegando sua necessaire azul e segurando firme seu ursinho que também estava babado, me levantei prendendo o meu cabelo que estava todo bagunçado em um coque frouxo, mesmo tendo acabado de acordar eu podia sentir minhas mãos soarem,  pela primeira vez em terra europeia, bem vinda a Espanha.


Morgana já havia fumado dois cigarros de uma vez, era impressionante a forma que um vício tomava a conta de nós sem ao menos a gente perceber, Laís estava preocupada em conseguir um chip temporário para ter acesso a Internet de qualquer lugar, ela andava de um lado para o outro enquanto olhava as malas que estavam debaixo dos meus pés.
—Agora só precisamos de Internet pra chamar um uber e ir para o hotel.—Ela falava encarando a tela do telefone.
—Você tentou ver se aqui tem Wi-Fi? Sabe... estamos em um aeroporto é comum ter Wi-Fi, e muitas vezes livre. —Perguntei com um pouco de sarcasmo, não era possível que Laís não havia pensado na possibilidade  de ter Wi-Fi no aeroporto.
—Meu Deus é verdade, esqueci completamente que estamos em um aeroporto!—Ela ria sem graça o que me mostrou que sim, ela havia esquecido.

O caminho todo pelas ruas de Madrid despertava em mim um misto de sensações, eu me sentia em casa mas alguns lugares me fazia arrepiar, a cidade era linda, a arquitetura,  as ruas de pedras e os prédios antigos porém conservados, as plantas verdes tão forte que parecia pintura, sorri em meio aos meus pensamentos, era uma cidade incrível.
—Aqui é lindo.—Quebrei o silêncio sem tirar os olhos da janela, estava encantada.
—Eu também acho, parece que eu conheço todo esse lugar, inclusive vamos sair esses dias que vamos ficar aqui e conhecer tudo que temos direito.—Morgana falava empolgada.—Eu tenho certeza absoluta que na minha vida passada eu morei nessa cidade.
—Aí amiga com certeza, você achar um lugar bonito significa ter morado nele na vida anterior.—Laís ria de Morgana que mostrava língua para ela.
—Se for pra pensar assim todas nós viemos daqui.—Ri mais alto ainda no mesmo instante que senti meu corpo se arrepiar, me assustei e olhei as duas que sorriam e concordavam com a cabeça.
Era incrível a forma como Morgana pensava em vidas passadas, a convicção que ela tinha me fazia muitas vezes questionar a real certeza disso tudo, ela me falava muito sobre repressões e várias outras coisas, mesmo sem muito entendimento nunca questionei demais, apenas concordava sempre sem vontade nenhuma a respeito mas agora falando assim com as duas me deu vontade de saber mesmo se vidas passadas existem, e se sim, seria uma honra ter vivido com as duas e ter trago elas para essa, mesmo eu sabendo e tendo total certeza que essa é uma falsa utopia, fica bonito no pensamento.

—Vamos ficas hospedadas nesse hotel, não é um dos melhores porém ele é lindo e perto da galeria onde vai acontecer a exposição então... Mãos a obra gatinhas!—Laís falava quase em um grito enquanto arrastava sua mala por todo canto fazendo o check-in,  Morgana parecia apática o tempo todo mas com o olhar de vislumbre, e eu, apenas estava tentando tirar todos os pensamentos intrusos que surgia a todo instante que eu pensasse na possibilidade de que o Thiago muito provável teria me agredido na noite anterior.
—Eu queria usar um vestido essa noite.—Falei e pude notar os olhos de ambas sorrir pra mim.—Vocês acham que é apropriado?
—AGATHA VOCÊ ESTÁ EM MADRID AMIGA!— Morgana berrou me puxando pelo corredor que daria no nosso quarto.—Você vai ficar impecável de vestido, fora que aqui é Europa, parece que pisamos em arte pura, e cai entre nós,  vestidos é arte.
Eu não conseguia conter meu riso, elas eram exageradas com absolutamente qualquer coisa e tudo para elas pareciam ser sempre muito mais do que é pra as outras pessoas, e eu amava isso. Com elas eu sentia prazer de poder ser eu mesma e sem nenhum tipo de explicação, apenas ser, quando você vive anos esperando sempre se destacar para seus pais, ou tentando ter algum valor para alguém que jura amar você, fica difícil se encontrar e saber exatamente qual a sua essência, a gente vive basicamente pelo outro e não enxerga que somos seres humanos individuais,  e com elas estaca tudo bem eu ser individual, eu podia ser o que eu quisesse e como eu quisesse, pois elas eram assim também.


As horas se arrastavam, Laís se arrumava como se fosse concorrer ao Oscar, Morgana como sempre apostou em seu look todo preto e uma maquiagem carregada deixando seus lábios em um tom de nude que destacou totalmente seus olhos, eu não queria muito então optei por um vestido rodado acima dos joelhos verde, ele era lindo e eu sentia que essa cor era minha cor, mesmo sempre usando roupas mais neutras, quando optava por alguma cor, sempre era verde ou vermelho, as minhas cores. Coloquei um salto fino e baixo para deixar o ar mais elegante e deixei meus cabelos soltos com as ondas naturais do mesmo, uma gargantilha cheia de brilho e um batom vermelho com meu delineado que sempre me acompanhava, me sentia pronta, nos três de mãos dadas nos olhamos no espelho, uma mais deslumbrante do que a outra, esse com certeza seria o dia mais épico da minha vida toda, e nada melhor do que uma foto para registrar, e assim Laís fez, e publicou em todas suas redes como se sim ela tivesse ganhado o Oscar,  e nossa amizade fosse o troféu.



—Eu estava animada mas não imaginei que essa fila não fosse acabar mais.—Morgana bufava com o cigarro entre os lábios.
—Estamos falando de Elena Cavalcante,  óbvio que essa fila estará enorme amiga, e está tudo bem, vamos entrar, beber alguns drinks e saber de onde saiu aquele quadro que é a cara de Agatha.
—Eu já disse que é mera coincidência Laís.—Revirei os olhos acompanhando a fila que aos poucos ia diminuindo.
—Coincidência ou não, eu acredito ser coisa de vida passada!—Morgana como sempre e suas teorias absolutas de vidas passadas me fez soltar uma risada enquanto ela fechava a cara brava jogando o resto do seu cigarro fora e entrando para dentro da galeria.
—Um dia, você vai acreditar.
  A galeria era enorme, com várias pinturas e vários quadros espalhados por cada canto, após sair daqui o quadro iria para o Museu do Louvre em Paris, realmente essa artista havia feito história, estava tudo decorado com muita pouca luz e bastante velas espalhadas, os garçons serviam champagne e vinho em várias taças trabalhadas com pedraria,  o ambiente trazia músicas clássicas e cheiro forte de dama da noite,uma planta muito bem conhecida no Brasil. Sorri enquanto observava todos os lugares, Laís e Morgana já haviam sumido do meu lado enquanto eu caminhava sem direção alguma por aqueles corredores enormes com vários quadros da artista, algumas imagens bem abstratas pareciam querer serem descobertas, outras eram apenas lábios, fios de cabelos, olhos, nariz, clavícula, suas pinturas expressavam sempre a mesma mulher, em pequenos detalhes. A movimentação parou no instante que uma caminhonete preta parou na porta, assim desceu uma mulher linda, cabelos curtos e pintados de rosa com um topete estiloso e ao mesmo tempo bagunçado jogado para trás, ela vestia uma camisa social preta e calças pretas, entrava sorrindo para todos e acenando com as mãos dentro do bolso, pude sentir as batidas do meu coração querer atravessar meu peito, ela olhava todos com um sorriso até o instante que seus olhos se encontraram com os meus, o choque foi eminente,  seu sorriso mudou para um olhar apaixonado, apertei meus olhos tentando decifrar o que estava sentindo, ela continuou caminhando, sem tirar desviar seus olhos dos meus.

Os  entrevistadores perguntavam várias coisas para Elena que sempre respondia de forma cordial, até que chegou a vez dos fãs, e ninguém mais ninguém menos do que Morgana foi escolhida para fazer três perguntas a ela, Morgana estava radiante enquanto caminhava até ao lado de Elena que parecia procurar algo em meio a multidão, ela se sentou em uma poltrona com o acolchoado marrom.
—Primeiramente muito prazer, meu nome é Morgana e eu gostaria de dizer que eu e mais duas amigas chegamos hoje do Brasil apenas por causa da sua exposição.—Ela sorria e Elena sorriu junto um tanto quanto surpresa.—Minha primeira pergunta pra você é: por quê sempre a mesma mulher? Eu observei bem seus quadros e todos os detalhes que tem pintado são os mesmos detalhes da mulher do quadro.
—Bom...—A voz calma de Elena invadiu o ambiente onde todos a observava com atenção.—Primeiro é uma honra receber você e suas amigas de tão longe por causa da minha arte, em segundo lugar, desde criança tive bastantes sonhos, um deles me causou problemas graves que frequentei até a terapia.—Ela ria com a língua entre os dentes.—E em todos esses sonhos, era sempre essa mulher que estava nele, e era sempre por ela que eu buscava.
Todos a aplaudiram e continuei observando ela enquanto bebia uma taça de vinho.
—Você acredita que isso pode ser lembranças de uma vida passada?
Morgana simplesmente rasgou o verbo e colocou toda sua teoria de vida exposta ali mesmo. Virei a taça e peguei mais uma com o rapaz que estava parado ao lado.
—Seria loucura a sua pergunta ou vai ser loucura a minha resposta? —Elena parecia calma enquanto ria.—Tenho plena certeza que são lembranças de vidas passadas, até porquê não busquei ajuda apenas em psicólogos,  e sim em diversos ambientes e em um deles consegui compreender que essa talvez fosse uma pessoa muito especial para mim na minha vida anterior, tornei isso verdade absoluta e sonho com que talvez eu a encontre...—Dito isso ela deu uma longa pausa olhando em meio a multidão.—... Para falar a verdade, eu acredito que tenha encontrado.
Meu corpo se arrepiou, eu queria sair correndo de encontro a ela no mesmo instante que queria permanecer ali e me esconder de todos.
—Adorei sua resposta!—Morgana sorria.— E não menos importante,  você usa a arte como válvula de escape ou desde sempre ela flui em você?
—Olha por um tempo usei a música como válvula de escape, mas com sonhos frequentes eu optei por pintar tudo aquilo que me marcava em meus sonhos,  inclusive tenho um quadro que pintei na noite em que tive meu pesadelo, eu era criança então a pintura não está tão bonita, mas isso me fez perceber que sim, era ali onde começou todo o meu interesse por encontrar ela, e eu vou achar ela hein?
Todos riam e aplaudiam ela, eu queria me esconder ao perceber algumas pessoas olhando para o quadro e em seguida me observando, eu estava soando frio já e Laís parecia empolgada com tudo demais para querer me ajudar, a noite parecia passar devagar demais e meu estômago já estava dando seus sinais de que não estava nada bem quando fui para uma sacada longe de toda música e conversas e consegui sentir uma mão tocar meu ombro.
—Eu te achei.—Me virei e pude ver bem na minha frente Elena, ela sorria enquanto olhava cada detalhe do meu rosto.—Meu Deus, é você mesmo!
—Eu... eu não sei do que você esta falando...—Eu queria sair de lá mas algo me prendia naquele ambiente, me sentia zonza e queria desmaiar mas mantive a pose e fiquei paralisada enquanto os dedos de Elena tocavam de forma delicada meu rosto.
—Eu sei que você não entende, no início eu também não entendia.—Seus olhos estavam marejados.—Eu preciso voltar, mas saindo daqui me encontre nesse endereço, prometo ser clara e te explicar tudo, se me achar louca, o que na verdade tem grande chances, eu prometo não te procurar mais.
Dito isso ela saiu levando todo o ar que podia existir em meus pulmões deixando apenas um cartão com um endereço e seu nome rabiscado bem pequeno do lado do endereço.  Eu não sabia o porque mas sabia que devia ir.





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