prólogo

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- até quando pretende continuar com essa palhaçada? - perguntou meu pai enquanto jantavamos

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- até quando pretende continuar com essa palhaçada? - perguntou meu pai enquanto jantavamos.

- eu sei onde quer chegar, mas isso não é uma "palhaçada" - eu respondi  baixo, não queria arrumar mais briga, já me bastava o olho roxo e as pernas dormentes, isto me é o suficiente.

- quer saber? Cansei de tentar ser compreensivo com você, quer avisar ou eu conto? - desta vez encarou a minha mãe.

Sinceramente, não sei se eu deveria continuar chamando eles assim, não me sinto mais em um ambiente familiar a muito tempo, ainda mais com eles, para mim, são apenas Kenji e Naomi.

- eu falo, então querido, sobre essa história de você ser gay - ela respirou fundo, isto ainda era um tabu aqui - eu estive conversando com o seu pai e nós decidimos que seria melhor..- como sempre eles decidem a minha vida - nós vamos te mandar para um acampamento, lá tem ótimas avaliações e será bom para você.

- okay, mas o que seria esse acampamento exatamente?

- lá você será curado - eu tive que soltar o garfo, perdi a fome - eles curam adolescentes que tem essa doença mental horrível, vão ter mais pessoas doentes como você, vão ser espécies de cabanas no meio de uma floresta, fica meio longe da cidade, os conselheiros de lá tem experiência e vão saber como ajudar vocês, pode ser difícil, já que você ficará longe de nós como nunca ficou..

- por quanto tempo seria isso?

- depende, muitos costumam ficar lá de seis a doze meses, eles vão se infiltrar nas mente de vocês e organizar os seus pensamentos, acredite, vai doer mais em nós do que em você - Naomi tentou segurar a minha mão em cima da mesa mas eu a soltei.

- claro que vai doer, até porque, eu estar recebendo sabe-se lá que tipo de "tratamento" que pode ser desde socos até a choque vai doer muito mais em vocês do que em mim.

- Nishinoya! Olhe o jeito que fala com a sua mãe, e tomara que o tratamento seja assim mesmo, ao menos assim você talvez vire um homem de verdade.

- eu perdi a fome - me afastei da mesa me pondo de pé - com licença.

- você vai amanhã mesmo, as empregadas irão arrumar as suas coisas quando você dormir - não me dei ao trabalho de o responder, apenas continuei andando, atravessei a cozinha, seguido da sala até chegar as escadas, depois das escadas ficam os quarto, no final do corredor tem o meu, do que adianta uma casa tão grande ser tão vazia?

Assim que abri a porta do meu quarto me joguei na cama, apenas fechei a porta, não precisaria trancar, eles não entram aqui, peguei o meu celular na cabeceira procurando pela única pessoa que eu sabia que poderia contar neste momento, meu ar faltava e meus pulmões ardiam, eu precisava respirar, mas não conseguia, as lágrimas inundaram a minha visão tornando quase impossível a missão de consegui ligar para o meu amigo.

- Hinata - chamei choroso assim que ele atendeu.

- oi? Nishi? O que aconteceu? - ele fungou, parecia também não estar bem, mas ele sempre foi assim, sempre colocando o problema dos outros acima dos dele próprio.

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