- Oikawa, o que já falamos sobre trancar a porta do banheiro? - Hajime questionou batendo na madeira fria enquanto escutava o moreno tossindo do lado de dentro.
Tinham chegado a algumas horas, a primeira coisa que Oikawa fez foi ir correndo para o seu quarto com a desculpa de estar com sono, mas, Iwazumi sabia que não era realmente aquilo, estava aprendendo a ler o garoto.
Então, após passar na cozinha, cortar algumas frutas e outros docinhos, os arrumou em vasilhas pequenas subindo em direção do quarto do garoto, aproveitou que Yamaguchi desceu com Tsukishima para poder ter um pouco de privacidade com o outro, pretendia conversar com ele sobre o que tinha ocorrido na praia, mas assim que entrou pôde ver a porta do quarto aberta e a do banheiro trancada.
Ele tossia com força do lado de dentro e soluçava.
- por favor, abre para mim - pediu finalmente escutando a descarga sendo ligada seguida de um barulho de água, ele devia estar escovando os dentes.
- oi Iwa-chan - sorriu forçado aparecendo na porta com o rosto molhado e o corpo trêmulo.
- vem cá - o estendeu a sua mão o puxando para um abraço - não tranca mais a porta quando você estiver passando mal, me pede ajuda, eu estou aqui para isto - praticamente o implorou o apertando ainda mais sentindo o maior relaxar nos seus braços.
- me desculpa Iwa-chan - pediu baixinho com a voz trêmula.
- não me pede desculpas, não é culpa sua - segurou o seu rosto dando um beijinho rápido na sua bochecha - só não me assusta mais assim.
- tá bom - tentava manter as suas lágrimas dentro dos seus olhos.
- e agora? O quê você acha de assistirmos um filme e comer algumas besteiras? Não vou te obrigar a comer nada, mas ao menos tome o suco - pediu apontando para a bandeja que estava sobre o bidê ao lado da cama.
- pode ser - sorriu ao sentir o cuidado em cada fala dele, porém, a sua face se fechou ao ter as mãos grandes passando por seus braços com a pretensão de segurar novamente a sua mão.
- Oikawa..- chamou baixo ao ver que aquilo aconteceu quando passou suas mãos pelo pulso do rapaz que estavam cobertos pela blusa de manga cumprida que ele sempre usava.
- me desculpa.
☬
- o último eu tinha feito no olhometro, deve ter ficado meio apertado - Kei sorria enquanto media o tamanho dos pulsos, cintura, braços e tudo mais do garoto a sua frente.
- eu gostei daquele, não ficou apertado - sorria bobo ao se sentir ser tão bem cuidado assim, não estava acostumado.
- se é o que diz, sabe, eu estive pensando em um vestido com abertura aqui - colocou as mãos em suas costas - como estão as suas marcas?
- melhores, bem melhores - sorriu feliz enquanto ele voltava a medir o seu corpo - eu estou feliz por estar aqui, com você - admitiu meio envergonhado.
- também estou feliz que esteja aqui comigo - sorriu logo sendo surpreendido por um abraço apertado do esverdeado - está tudo bem? - perguntou confuso e sem saber exatamente onde colocar as suas mãos.
- eu só quis te abraçar - abriu ainda mais o seu sorriso ao sentir as mãos ainda confusas do outro em suas costas dando alguns tapinhas leves - você não sabe abraçar? - sorriu agora confuso se separando um pouco dele.
- digamos que eu não esteja muito acostumado com isso - as suas bochechas ganharam um novo tom de cor rosado.
- vem aqui - arrumou os braços longos em sua cintura para que tivessem um abraço o mais apertado que podiam - viu só? Não é tão difícil assim - estava tão confortável que chegava a pensar que as vezes "casa" não era um lugar, e sim uma pessoa.
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You are not sick
Fiksi PenggemarMesmo em 2022 a homofobia ainda é presente em praticamente todos os ambientes, mas o que mais machuca, é quando ela ocorre dentro do próprio vínculo familiar, fazendo com que você se odeie e tenha dificuldade de aceitar a si próprio - eu quero que...