Você não está doente (14)

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- Oikawa, o que já falamos sobre trancar a porta do banheiro? - Hajime questionou batendo na madeira fria enquanto escutava o moreno tossindo do lado de dentro.

Tinham chegado a algumas horas, a primeira coisa que Oikawa fez foi ir correndo para o seu quarto com a desculpa de estar com sono, mas, Iwazumi sabia que não era realmente aquilo, estava aprendendo a ler o garoto.

Então, após passar na cozinha, cortar algumas frutas e outros docinhos, os arrumou em vasilhas pequenas subindo em direção do quarto do garoto, aproveitou que Yamaguchi desceu com Tsukishima para poder ter um pouco de privacidade com o outro, pretendia conversar com ele sobre o que tinha ocorrido na praia, mas assim que entrou pôde ver a porta do quarto aberta e a do banheiro trancada.

Ele tossia com força do lado de dentro e soluçava.

- por favor, abre para mim - pediu finalmente escutando a descarga sendo ligada seguida de um barulho de água, ele devia estar escovando os dentes.

- oi Iwa-chan - sorriu forçado aparecendo na porta com o rosto molhado e o corpo trêmulo.

- vem cá - o estendeu a sua mão o puxando para um abraço - não tranca mais a porta quando você estiver passando mal, me pede ajuda, eu estou aqui para isto - praticamente o implorou o apertando ainda mais sentindo o maior relaxar nos seus braços.

- me desculpa Iwa-chan - pediu baixinho com a voz trêmula.

- não me pede desculpas, não é culpa sua - segurou o seu rosto dando um beijinho rápido na sua bochecha - só não me assusta mais assim.

- tá bom - tentava manter as suas lágrimas dentro dos seus olhos.

- e agora? O quê você acha de assistirmos um filme e comer algumas besteiras? Não vou te obrigar a comer nada, mas ao menos tome o suco - pediu apontando para a bandeja que estava sobre o bidê ao lado da cama.

- pode ser - sorriu ao sentir o cuidado em cada fala dele, porém, a sua face se fechou ao ter as mãos grandes passando por seus braços com a pretensão de segurar novamente a sua mão.

- Oikawa..- chamou baixo ao ver que aquilo aconteceu quando passou suas mãos pelo pulso do rapaz que estavam cobertos pela blusa de manga cumprida que ele sempre usava.

- me desculpa.



- o último eu tinha feito no olhometro, deve ter ficado meio apertado - Kei sorria enquanto media o tamanho dos pulsos, cintura, braços e tudo mais do garoto a sua frente.

- eu gostei daquele, não ficou apertado - sorria bobo ao se sentir ser tão bem cuidado assim, não estava acostumado.

- se é o que diz, sabe, eu estive pensando em um vestido com abertura aqui - colocou as mãos em suas costas - como estão as suas marcas?

- melhores, bem melhores - sorriu feliz enquanto ele voltava a medir o seu corpo - eu estou feliz por estar aqui, com você - admitiu meio envergonhado.

- também estou feliz que esteja aqui comigo - sorriu logo sendo surpreendido por um abraço apertado do esverdeado - está tudo bem? - perguntou confuso e sem saber exatamente onde colocar as suas mãos.

- eu só quis te abraçar - abriu ainda mais o seu sorriso ao sentir as mãos ainda confusas do outro em suas costas dando alguns tapinhas leves - você não sabe abraçar? - sorriu agora confuso se separando um pouco dele.

- digamos que eu não esteja muito acostumado com isso - as suas bochechas ganharam um novo tom de cor rosado.

- vem aqui - arrumou os braços longos em sua cintura para que tivessem um abraço o mais apertado que podiam - viu só? Não é tão difícil assim - estava tão confortável que chegava a pensar que as vezes "casa" não era um lugar, e sim uma pessoa.

You are not sickOnde histórias criam vida. Descubra agora