Konstantin pega a pasta e faz menção de abrir.
Para logo em seguida a jogar sobre a mesa de novo.
Ele gira seu corpo na cadeira, para um lado e para outro.
As mãos estão inquietas, ansiando para revelar o conteúdo daquela pasta.
Mas sua consciência o impede de ir além.
Seria uma traição a Villanelle e ele preza muito a confiança de sua filha.
Mas ele também se preocupa com ela e teme as aproximações por interesse em torno dela.
Então ele pega a pasta de novo.
A abre e assim que seus olhos repousam na foto 3x4 de uma cópia do passaporte da mulher asiática, ele a fecha com força e a joga do outro lado da mesa.
Ele alcança o telefone e pede para sua secretária chamar James, seu segurança particular.
O homem entra na sala e para de frente a mesa do chefe, esperando.
- Eu não posso ler – Konstantin aponta para a pasta – Villanelle não me perdoaria se soubesse que fiz isso.
- Entendo, senhor!
- Me faz um favor, joga tudo isso fora.
James recolhe os papeis e faz menção de sair pela porta, mas é impedido por Konstantin.
- Você leu tudo, né? – ele pergunta e James assente – tem algo que eu deva me preocupar?
- A moça é uma cidadã norte americana comum. Descendência coreana. Está legalizada no Reino Unido. Nada de suspeito, nada de ameaça.
James é suscinto em seu resumo, conhecendo o homem e sabendo quais informações ele precisava saber.
- Okay, obrigado! Você pode ir.
- Com licença.
Konstantin recosta em sua cadeira e solta um suspiro longo.
De algum modo se sentindo minimamente aliviado.
Se essa mulher for importante demais para sua filha, eventualmente Villanelle vai fazer as devidas apresentações.
De toda forma o que lhe resta é esperar.
*****
Villanelle toca a campainha da casa de Eve, enquanto segura duas caixinhas de cerveja e a sacola com o vinho especial que ela escolheu para o momento.
Ela está muito animada por ter sido convidada a participar de algo que parecia ser tão importante na cultura de Eve.
A tarde de mandu, como a mulher a tinha explicado, era nada mais do que um dia de produção de bolinhos coreanos recheados, mais conhecido pelo seu nome japonês, guioza.
Eles faziam o recheio, preparavam a massa e manualmente montavam os bolinhos.
Era um momento para reunir a família e os amigos, conversar sobre a vida enquanto bebiam uma cerveja.
Eve contou que era algo que sua mãe sempre fazia com elas.
Todas as tardes, elas sentavam na mesa da cozinha e iam fazendo os bolinhos enquanto as meninas contavam sobre o seu dia.
Com a morte da mãe, que veio a falecer por conta de um infarto, as irmãs viram a necessidade de manter a tradição.
Mesmo que fosse com menos frequência e adaptado ao mundo moderno e corrido de hoje.
De início era apenas as duas.
Com o tempo, elas foram convidando alguns amigos que faziam parte do círculo íntimo delas.
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It's such a cliche...
FanfictionHerdeira de um império imobiliário, Villanelle não estava na busca de um amor. Ela já tinha desistido de o encontrar há muito tempo. Algumas pessoas nasceram para ficarem sozinhas e Villanelle gostava de sua vida de solteira. Sabia aproveitar como...