Capítulo 8

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Konstantin pega a pasta e faz menção de abrir.

Para logo em seguida a jogar sobre a mesa de novo.

Ele gira seu corpo na cadeira, para um lado e para outro.

As mãos estão inquietas, ansiando para revelar o conteúdo daquela pasta.

Mas sua consciência o impede de ir além.

Seria uma traição a Villanelle e ele preza muito a confiança de sua filha.

Mas ele também se preocupa com ela e teme as aproximações por interesse em torno dela.

Então ele pega a pasta de novo.

A abre e assim que seus olhos repousam na foto 3x4 de uma cópia do passaporte da mulher asiática, ele a fecha com força e a joga do outro lado da mesa.

Ele alcança o telefone e pede para sua secretária chamar James, seu segurança particular.

O homem entra na sala e para de frente a mesa do chefe, esperando.

- Eu não posso ler – Konstantin aponta para a pasta – Villanelle não me perdoaria se soubesse que fiz isso.

- Entendo, senhor!

- Me faz um favor, joga tudo isso fora.

James recolhe os papeis e faz menção de sair pela porta, mas é impedido por Konstantin.

- Você leu tudo, né? – ele pergunta e James assente – tem algo que eu deva me preocupar?

- A moça é uma cidadã norte americana comum. Descendência coreana. Está legalizada no Reino Unido. Nada de suspeito, nada de ameaça.

James é suscinto em seu resumo, conhecendo o homem e sabendo quais informações ele precisava saber.

- Okay, obrigado! Você pode ir.

- Com licença.

Konstantin recosta em sua cadeira e solta um suspiro longo.

De algum modo se sentindo minimamente aliviado.

Se essa mulher for importante demais para sua filha, eventualmente Villanelle vai fazer as devidas apresentações.

De toda forma o que lhe resta é esperar.

*****

Villanelle toca a campainha da casa de Eve, enquanto segura duas caixinhas de cerveja e a sacola com o vinho especial que ela escolheu para o momento.

Ela está muito animada por ter sido convidada a participar de algo que parecia ser tão importante na cultura de Eve.

A tarde de mandu, como a mulher a tinha explicado, era nada mais do que um dia de produção de bolinhos coreanos recheados, mais conhecido pelo seu nome japonês, guioza.

Eles faziam o recheio, preparavam a massa e manualmente montavam os bolinhos.

Era um momento para reunir a família e os amigos, conversar sobre a vida enquanto bebiam uma cerveja.

Eve contou que era algo que sua mãe sempre fazia com elas.

Todas as tardes, elas sentavam na mesa da cozinha e iam fazendo os bolinhos enquanto as meninas contavam sobre o seu dia.

Com a morte da mãe, que veio a falecer por conta de um infarto, as irmãs viram a necessidade de manter a tradição.

Mesmo que fosse com menos frequência e adaptado ao mundo moderno e corrido de hoje.

De início era apenas as duas.

Com o tempo, elas foram convidando alguns amigos que faziam parte do círculo íntimo delas.

It's such a cliche...Onde histórias criam vida. Descubra agora