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Vesti-me rapidamente, usando apenas um moletom e bermudas do mesmo estilo, prezando o conforto.

Desci as escadas e encontrei Louis em meu sofá. Desta vez, ele não estava com seu traje de enfermeiro; mas sim, com uma calça apertada e um suéter. Olhei seu corpo de cima a baixo, sem nem mesmo ter a pretensão para isso.

Voltei aos meus pensamentos "normais" e sentei-me ao seu lado. — Então. - Comecei. — Qual sabor de pizza você quer? Podemos dividir as metades.

Louis olhou para mim, e do mesmo modo em que fiz, pude perceber o seu olhar correr em todo o meu corpo.

Mesmo que ele já tenha visto tudo que há embaixo dessas roupas.

— Pepperoni. É meu sabor preferido, desde criança. - Louis disse, seu sorriso já presente.

Eu sorri de volta, me mantendo em seu lado. — Ótimo. Pepperoni e Marguerita, tudo bem?

Tomlinson concordou animado, seus olhos brilhantes.

Se eu precisasse citar algo em Louis que gosto, diria sobre seus olhos.

Esperamos juntos até a pizza chegar, o que demorou em torno de 40 minutos. Conversamos, e, de certa maneira, conhecemos mais sobre nós mesmos.

Louis se levantou rapidamente ao ouvir a campainha. — Eu pego! - Ele exclamou e correu até a porta.

Meus olhos o seguiram rapidamente, focando em seu corpo esculpido, dentro daquelas calças apertadas.

— Está com um cheiro maravilhoso. Deve estar uma delícia. - Louis comentou e sorriu, pegando refrigerante para nós dois.

— Podemos assistir um filme enquanto comemos. - Sugeri.

O enfermeiro me olhou, e mesmo com seus olhos dizendo o contrário, negou. — Não sei... Eu ainda sou seu empregado, de certa forma. - Ele disse, um sorriso amarelado em seu rosto.

Levemente, encostei em sua mão. Quente e pequena. — E? Você está cuidando de mim, Louis. Me deixe cuidar de você também.

Não gosto de nada romântico ou meloso. E, de fato, não foi minha intenção dizer aquilo. Mas queria Louis confortável em minha presença.

Ele, então, se levantou, tirou sua mão da minha e chacoalhou a cabeça, negando. — Eu... Acho melhor ir dormir.

Assisti Louis sair rapidamente da sala, e, subitamente, me senti mal por ter, possivelmente, o pressionado.

No fim de semana, neste mesmo período, meu tratamento se finalizava. Louis não trabalhava mais como meu enfermeiro.

A volta para rotina foi estranha. De certo modo, Tomlinson havia virado um... amigo.

Nunca entendi o motivo de sua saída repentina, naquela noite de pizza, quase 8 meses atrás. Seu olhar não saiu de minha mente, tentando entender o que aconteceu.

Mas, logo, não me lembrava mais sobre isso. Ou quase, sobre Louis.

Não tínhamos motivos para continuar nos vendo, ou até mesmo conversando.

Simplesmente seguimos nossas vidas.

Dentro do gabinete policial, recebi o alerta de Niall sobre um roubo em uma confeitaria da região. Uma pessoa ferida, mas, sem ferimentos graves.

— Você vem comigo? Podemos até mesmo aproveitar a situação e descolar uns doces de graça. - Niall brincou, enquanto eu o fuzilava com um olhar sério. — Estou tentando melhorar a situação! - Ele exclamou.

— Não sei como você conseguiu esse emprego, Niall. - Disse e fomos com a viatura até o local.

Senti um aperto no peito imediato ao ver a confeitaria.

Tomlinson's Bakery estava revirada, com todos os doces espalhados pelo local, e o dinheiro do caixa, perdido.

— Calma, mamãe. Nós vamos conseguir ajuda. Okay? Vamos resolver. Eu prometo. - Escutei o sussurro ao entrar ali.

Não precisei de nenhum outro segundo para identificar quem era a mulher e o garoto no meio da bagunça. O garoto que a abraçava fortemente, em forma de reconforto.

Mas, em meu trabalho, não temos oportunidade para agir de acordo com nossos sentimentos.

— Eu sou Harry Styles, policial regional. Esse é meu companheiro, Niall. Vamos ajudar vocês, certo? - Introduzi, e vi, rapidamente, Louis virar em minha direção.

Louis, em questão, me encarou por alguns segundos, antes de correr em meus braços e me abraçar apertado. — Graças a Deus. Você está aqui. - Ele sussurrou, seu rosto contra meu peito.

Foda-se os princípios de ser policial.

Abracei-o fortemente, depositando um pequeno beijo em seu cabelo. — Vou ajudar vocês, certo? Não tenha medo.

Danos Cerebrais - L.S Onde histórias criam vida. Descubra agora