Danos Cerebrais - L.S

09

Segurei Louis contra meu peito por um tempo, escutando sua respiração de acalmar aos poucos.

Ele me olhou com olhinhos pequenos, marejados. — Perdemos tudo, Harry. Essa era a forma para conseguir dinheiro e pagar as contas. - Louis sussurrou.

Cuidadosamente, segurei suas bochechas, enquanto Niall cuidava da parte burocrática da situação.

Eu não me importava com isso agora.

Não me importei em seguir um protocolo. 

— Você não vai de preocupar com isso, okay? Eu vou ajudar vocês. - Sussurrei de volta.

Louis, levemente, relaxou em meu contato com sua pele. — Você promete?

Nesse momento, percebi o medo de Louis em não conseguir ajudar sua família.

Sem precisar dizer mais nada, confirmei com um gesto de cabeça e o coloquei na viatura, onde poderia ficar seguro.

Fui até sua mãe, Johannah, que, tendo os mesmos traços de Louis, me olhou com preocupação.

— Policial, eu sinto muito por meu filho. Ele está... - Começou, mas eu a interrompi.

— Eu sou amigo de Louis. E eu garanto a senhora, que tudo vai ser resolvido da melhor maneira possível.

Encaminhei a mãe de Louis até a viatura também, os levando para a delegacia para a realização do B.O.

O processo foi tranquilo, embora a tristeza de ambos fosse clara. Tanto quanto a preocupação.

Mas, enquanto tudo acontecia, já havia providenciado a ajuda que eles precisariam.

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— Não podemos aceitar, querido. Você já fez muito por nós. Teremos fé e iremos recuperar o dinheiro. - Jay disse ao receber o cheque que eu a entreguei.

Acumulei uma quantidade alta de dinheiro para eles, sabendo que era mais que o necessário.

Mas por Louis e sua família, é o mínimo.

Eu faria mil vezes mais, se pudesse.

— Eu insisto, Johannah. É o que vocês precisam. Irá conseguir melhorar a segurança da confeitaria também, aliás. - Disse, sorrindo levemente.

Após inúmeras tentativas, ela aceitou o dinheiro. Me agradeceu diversas vezes, assim como Louis.

Vi o desespero de seus olhos ir embora aos poucos.

Vi os dois, mãe e filho, sussurrando coisas uns aos outros no anoitecer, quando estavam em minha casa para que pudessem ter uma noite tranquila; já que a residência também havia sido assaltada.

—  Haz. - Louis chamou, me tomando a atenção novamente. — Vou acomodar mamãe em um dos quartos de hóspedes. Okay?

Sorri, concordando.

Estava feliz de poder ajudá-los, apesar de ser em uma situação triste.

Os dois foram ao andar de cima, e eu continuei organizando algumas coisas, antes de também ir ao meu quarto, cansado.

Foi um dia longo, difícil.

Ao entrar em meu quarto, encontrei Louis em minha cama, sentado no canto enquanto balançava as pernas, me esperando.

— Ei, tudo bem? - Perguntei, sentando ao seu lado.

Louis me olhou e concordou com a cabeça levemente. Ele ficou em silêncio por um tempo, apenas me encarando.

— Obrigado por nos ajudar, Haz. Não tenho como te agradecer. Mas... é. Eu aprecio muito tudo isso. - Louis sussurrou, não tirando seus olhos dos meus.

— Não quero que se preocupe em agradecer ou devolver o dinheiro. Somente aceite e construa um novo futuro para você e sua família, mhm? - Disse, fazendo carinho devagar em sua mão.

Louis esquivou, e olhou para seu colo.

Claro, me senti mal. Não gostaria de o fazer sentir coisas ruins.

Me lembrei da última vez que estive com ele, quando Tomlinson se recusou a ter uma proximidade comigo.

Mas, antes que eu pudesse me desculpar, ou tentar dizer algo, Louis se aproximou e encostou seus lábios nos meus, levemente.

Quando ele me olhou de novo, estava com as bochechas coradas.

Rosadas, do jeito que eu mais gosto.

— De novo. - Louis sussurrou.

Não perdi tempo e o tomei para mais um beijo, dessa vez, enrolando a minha língua com a sua.

Quente e macia.