Danos Cerebrais - L.S

10

Louis devagar subiu em meu colo, entrelaçando seus dedos pequenos em meu cabelo.

Seguirei em sua cintura, não deixando que o beijo acabasse tão rapidamente.

Eu não queria que acabasse.

Mas... deixei que sim.

— Não, não. Mais... - Louis sussurrou manhoso.

Mesmo que, por ele, diria sim para qualquer coisa, tive que fazer o contrário dessa vez.

Foi um dia difícil para mim, mas, principalmente, para Louis. Talvez, aquele beijo era somente uma fuga da realidade.

Talvez, Louis só estivesse agradecendo.

Percebi o quão colado estávamos, e coloquei-o de volta na cama. Não deixaria aquilo se tornar mais profundo, sem ter a certeza de Louis.

— Eu também quero mais, Lou. Mas pelo seu bem, por sua segurança, não. Tudo bem? - Eu disse, mantendo o cuidado em minhas palavras. Não queria, nunca, soar como se estivesse o rejeitando.

Louis me olhou com olhinhos pequenos, e percebi que estava com sono. Ele concordou com a cabeça, antes de deitar em minha cama e rapidamente, adormecer.

Por mais que quisesse conversar com ele, estava feliz que, finalmente, Tomlinson iria descansar.

Cobri-o com os edredons e organizei os travesseiros cuidadosamente, antes de ir ao banheiro e terminar minha rotina noturna.

Caminhei de volta ao quarto, e, como de costume, usava somente cuecas para dormir.

Porém, em pró de estar mais descente para o garoto em meu quarto, coloquei também uma camiseta velha e surrada.

Tudo que eu queria era uma boa noite de sono.

Vi Louis dormindo em minha cama, e repensei.

Peguei um dos travesseiros e cobertas, levando tudo ao pequeno sofá em meu próprio quarto, fazendo dali, minha cama para aquela noite.

Antes de dormir, é claro, chequei Louis mais uma vez e me deitei na cama improvisada, deixando-me ir aos meus pensamentos, processando tudo que ocorreu naquela noite.

Processando o calor de Louis em minha boca.

Me debati um pouco no sofá, tentando ficar mais confortável.

Talvez, tentando espantar os pensamentos maliciosos sobre meu antigo enfermeiro.

Mas, uma coisa eu não poderia negar.

Eu gostei daquele beijo.

Mais do que eu deveria.

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Acordei primeiro na manhã seguinte; meu corpo dolorido não me permitindo dormir mais.

Fui ao banheiro e fiz o que precisava, antes de escutar passos até o cômodo.

Louis abriu a porta, esfregando uma mão nos olhos. — Eu dormi aqui, não é?

Rapidamente o olhei, sorrindo. — É. Você dormiu aqui.

Louis corou, olhando por alguns segundos para minhas pernas descobertas. — Desculpa. Estava exausto. Prometo que não faço mais isso.

— Cala a boca, Louis. Você sempre pode dormir no meu quarto.

Tomlinson revirou os olhos, sorrindo. — Irei considerar. Sua cama é bastante confortável.

Eu arrumei meu cabelo enquanto o escutava. — Realmente, sim. Mas não se preocupe. Não dormi com você na cama.

— Você dormiu no... sofá? - Louis disse, bastante incrédulo.

Confirmei. — Sim. Não queria te deixar desconfortável depois de ontem a noite.

— Sobre isso... - Louis começou a dizer.

Senti meu peito gelar, tendo certeza de que suas próximas palavras não iriam me agradar.

— Bom dia. - Ele sussurrou, e me beijou.

Sorri contra seus lábios, o puxando mais para perto quando senti que ele estava relaxado.

— Ótima forma de começar o dia. - Eu disse, olhando para baixo, já que Louis era menor que eu.

Tomlinson riu baixinho, enrolando os braços ao redor do meu pescoço. — Podemos repetir mais vezes então, policial Styles.

É claro que, com isso, um sorriso enorme escapou de meus lábios. — Vamos, sua comida já está na mesa. Tomei café da manhã com sua mãe, e ela me explicou o que você gosta de comer.

Ele sorriu e segurou minha mão, enquanto fomos até a cozinha. Claro, depois de Louis abraçar sua mãe por longos minutos.

— Panquecas! - Ele disse animado, se sentando para comer.

Eu, em silêncio, apreciei Louis.

Não tivemos uma conversa de o que estávamos fazendo, ou mesmo sobre o que éramos.

Mas não parecia necessário.

O fato de tê-lo comigo já era o suficiente.