You were looking at me

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Neil e eu dormimos juntos aquela noite. Ele estava com medo de algo no quarto e correu para o meu, como um cachorro. Eu deixei que ele dormisse comigo, mesmo relutante. Dormimos opostos um do outro, com travesseiros nos separando, mas quando acordei de manhã eles já estavam no chão e eu estava agarrado a Neil, como uma gosma chata.

Mas eu não queria sair dos seus braços, era confortável. Neil era uma pessoa confortável, de conversar, de desabafar, de abraçar. Ele trazia paz até mesmo para o caos que era a minha vida. Eu gostava disso. Porque não importava o quanto minha energia estivesse baixa, o quanto eu discutia com John, Neil sempre esteve aqui me trazendo paz. Porque quando eu via Neil todo estresse do dia sumia. Queria voltar a sentir isso. Eu pensei que sentiria isso pelo resto da minha vida, mas infelizmente não.

Neil se mexeu ao meu lado e eu resolvi me sentar na cama. Sentir Neil se mexer, fez tudo parecer real. Não éramos os mesmo. Mas por que continuavamos a sentir o mesmo? Por que ainda moramos sobre o mesmo teto se na teoria não somos mais casados?

Me levantei e me espreguiçei. A imagem de Neil deitado ali, era linda. Peguei meu celular e tirei uma foto, só para ter certeza de que nunca vou esquecer o quão lindo ele é, mesmo achando que isso é impossível de acontecer.

Desci as escadas e observei o relógio do homem de ferro acima do armário, estava marcando cinco da manhã. Sorte a de Neil, ele dormirá mais um pouco. Fiz café e me sentei no sofá, ao invés de assistir a TV como sempre fazia.

Cada parte daquela casa me lembrava Neil, a escada onde ele desceu com seu terno lindo, a escada onde corremos como crianças, a escada onde ele dizia que colocaria um portãozinho para o nosso fruto filho não cair.

Sempre sonhamos ter um filho, esse era nosso sonho compartilhado. Pensávamos isso em um futuro próximo claro, mas era um sonho permanente que corremos atrás de maneiras para isso. Mas apesar de tudo, eu ainda quero ser pai. Mas no pé que eu e Neil estamos, ter um filho não é bom e se na época tivéssemos escolhido isso, teria sido pior de muitas maneiras, ele presenciaria brigas, discussões. E nenhum de nós iria querer isso. Minha mãe cogumava brigar com John assim, e eu odiava e não queria que acontecesse o mesmo

Observei Neil descer as escadas com seu shorts do esculto do capitão América. Ele parou e me olhou com os olhos cansadinhos. Eu adorava Neil, mesmo quando ele me olhava assim.

- Já fez café?- perguntou

- Já- levantei a caneca

- você é um anjo- ele disse lentamente indo ate a cozinha

Neil era a minha lorelai, louco por café e viciado em começar o dia com uma xícara gigante. Cada um tem a lorelai que merece e eu tive a sorte de ter Neil.

Ele veio e se sentou ao meu lado, ou diria atrás Já que eu estava de costas para ele, observando a escada. Neil apoiou sua cabeça no meu ombro e começou a observar a escada.

- No que está pensando?- disse doce. Se a voz de Neil fosse um sabor de biscoito, seria amanteigado, pois é calma e doce.

- Já parou para pensar que estamos nos conhecendo de novo?- me virei para ele

- Hmm, interessante- sua voz estava rouca- Então é como se tudo que passamos não tivesse sido nadinha?- começou a fazer massagem nos meus ombros. Suas mãos eram divinas e relaxavam meus músculos de formas inexplicável

- Não exatamente. Mas agora podemos ver as coisas mais claramente, de outro perceptiva

- E o que você andou refletindo?- sorriu para mim

- Que eu fui muito egoísta durante o nosso casamento- falei com um pesar. Admitir meus erros ainda era uma coisa muito difícil para mim

- Fomos muito egoístas- ele disse

Between The Marrige And Love vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora