Boca💣
É foda ser deixado sem nenhuma mão amiga nessas horas mas eu tive que me virar quando cheguei em casa. Bati uma pensando nela engolindo o meu pau com a buceta, era uma ótima visão.
Dei uma de maluco e decidi ir visitar meus coroas na Rocinha, contar como tava sendo, como os muleque me receberam e ele já tava me ligando todo dia como, já querendo tá a par de tudo só que eu sou na minha, falo quando quero.
Acelerei com o carro, vi a doidona voltando da padaria toda indisposta e buzinei jogando o carro em cima dela, que tomou um susto. Abaixei o vidro com um sorriso aberto dessa vez e ela me olhou super puta, o que me deu vontade de tirar essa marra dela agora mesmo.
Boca: passa teu número ai, mas tarde quero te levar um lugar maneirinho, é por aqui. - ela me analisa de cima a baixo e eu continuo encarando ela esperando uma resposta
Alicia: me dá teu celular que eu coloco. - estendeu as mãos e eu desbloqueei o telefone e deu na mão dela e na mesma hora ela me devolveu - tchau.
Observo ela subir a rua toda mole e aquele bundão balançando, não era brincadeira não, a mulher veio ao mundo sendo uma das preferidas de Deus, feita pra seduzir o homem.
Sigo meu caminho e chego no meu canto rapidinho, buzino pros garotos que ficavam na barreira e paro na minha casa. Cumprimentei os meninos que ficavam na contenção da casa, entrei e vi minha mãe e minha avó conversando.
Boca: as duas fofoqueiras fazendo o que sabem fazer de melhor, né? A boca só abre e fecha, abre e fecha. - coloco a chave em cima da mesa e minha mãe já vem em cima de mim me abraçando toda grudenta - te amo Dona Márcia.
Márcia: também, meu filho, esses três dias fiquei com saudade. Sábado eu ficava preocupada com você chegando pela manhã e agora meu coração fica ainda mais apertado tendo você longe da nossa proteção.
Boca: relaxa, eu tô bem lá, me adaptando. Daqui a pouco eu conheço lá de cabo a rabo.
Ednéia: de cabo a rabo as mulher, né, seu safado? Não sossega um minuto, essas menina eu já sei que tu conhece de cabo a rabo.
Boca: qual foi, vó, nem deu tempo deu conhecer ninguém direito, nem os irmão que vai trabalhar comigo.
Márcia: filho, cê é novo, tem certeza que não quer fazer uma faculdade? Você tem o direito de escolher e eu não me meto, mas essa vida não é pra você, nem pro seu pai era pra ser.
Boca: vish, agora eu já tô até o pescoço no crime, desculpa mãe - beijo a cabeça dela que me aperta mais e eu ouço um soluço —, parou com isso, cara, tá tudo bem, eu tô aqui.
Márcia: vai falar com o seu pai, ele tá no escritório dele como sempre. — ri e eu enxugo suas lágrimas apertando ela contra mim — eu te amo muito e independente de qualquer coisa, tenho orgulho do homem que você é.
Boca: te amo, minha rainha.
Saio dali com o coração apertado, mas ela teria que se acostumar a viver sem mim uma hora, por mais que seja sensível com essas coisas. Bati na porta do meu pai e vi ele fumando um baseado pensando em nada.
Boca: fala, velhote. — demos um aperto de mão e ele se levanta pra abraçar
Vr: sua mãe tá toda neurótica lá, já passou em casa?
Boca: já, já conversamos também. Tenta tranquilizar ela.
Vr: tô ligado nessa fita, relaxa que eu vou bater um papo maneiro com ela. Como tá sendo lá?
Boca: de boa, por enquanto tá tega.
Vr: se o Th chorar uma vez, tu já sabe.
Boca: relaxa, ele parece ser de boa. Bem na dele, coisas do crime são coisas do crime, do crime pra fora já é outra história, tendeu?
Vr: espero.