Capítulo 10

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Giuseppe 

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Giuseppe 

Martina dormia tranquilamente. Ela ficou uma semana na CTI, depois ficou dois dias na UTI, e agora foi transferida para o quarto. O pior com certeza tinha passado. Estamos ansiosos para que ela acordasse.
Demônio da morte, conseguiu capturar o Vittorio, ele estava de malas prontas para se refugiar na Rússia, ele é tão desgraçado que iria embora abandonar a esposa e filha.
Ele fez de tudo para me ferrar, desde a puta que invadiu a festa do meu casamento, e causou aquele mal estar entre mim, e minha esposa. Até mesmo ao roubo da minha carga no Porto.
O pessoal está se divertindo com ele na gaiola. Eles só não tem a autorização de matá-lo, aquele prazer será meu.
— Olá, mia vita— digo à minha esposa, sem esperar uma resposta. Ela era forte, lutou pela vida, e ainda pela minha. Todo o treinamento valeu a pena.
Marcel entrou no quarto, com as mãos nos bolsos e parou, dando uma breve olhada em Martina.
— Como ela está, senhor?— perguntou.
— A médica disse que é questão de tempo até ela acordar. Ele falou mais alguma coisa?
— Levou um tempo, mas ele abriu a boca, ele vendeu muitas informações para os russos. Por enquanto a situação parece calma, mas não quer dizer que acabou.
— Ah, pode apostar que não. Ninguém me rouba e machuca minha família, e vive para contar história. Terei o prazer de acabar com a vida deles.
Marcel saiu do quarto, mas ele estava atento a tudo, estava ciente que ninguém podia relaxar naquele momento.
As ruas de Sicília estavam em completo silêncio.
A partir dali ninguém mais duvidaria do que eu seria capaz.
Martina se move na cama, segurei sua mão, o aperto dos seus dedos ficaram mais fortes. Suas pálpebras mexeram, para segundos depois seus olhos ficarem abertos.
Ela tinha voltado para mim.

***

Martina 

Que droga! Meu corpo estava doendo tanto. Abri os olhos e a claridade me fez gemer.
—Você acordou!— ouvi a voz rouca de Giuseppe.
Lambi os meus lábios, sentindo muita sede. Meu marido me olhava com um misto de aflição e alívio. Tentei me mover, mas a dor foi forte demais.
A médica entrou rapidamente, fez vários exames. A enfermeira segurou um copo com um canudo nos meus lábios. Foi um alívio na garganta. Elas se afastaram.
Giuseppe beijou a minha mão.
—Mia vita, me perdoa. Sinto muito ter falhado com você. Eu pensei que tinha te perdido para sempre. Você foi a melhor coisa que me aconteceu. Eu Amo você. Eu sinto o mesmo que você. Naquele dia, eu teria dito que você é a mulher mais bonita que já conheci. Que você me enlouquece, que me tira do sério. Eu teria dito que você merece toda a felicidade do mundo. Eu não tinha certeza se seria capaz de oferecer isso. Eu te amo, te amo há muito tempo. Eu te amava antes de você dizer que estava apaixonada por mim. Você é minha para amar.
Lágrimas molharam meu rosto. Meu peito parecia apertado com suas palavras.
—Eu amo você, mia vita.
—Ahh Giuseppe— ele segurou o meu rosto com delicadeza.
Nós nos beijamos e ouvimos um pigarro. Meu pai estava encostando na porta. Vejo-o engolir seco enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto, ao notar que eu tinha acordado.
Incapaz de pronunciar quaisquer palavras, ele apenas se aproximou e em seguida ele dá um beijo na minha testa, me abraçando.
— Eu te amo, papai.
— Olá, mia bambina. Sua mãe ficará tão feliz ao saber que acordou.

Um tempo depois 

Eu resisti à morte, estive diante dela, e venci. Meu coração parou de bater, e por alguns minutos, eu poderia ter partido para sempre.
Quarenta dias após o meu sequestro, e acidente, eu finalmente tinha ganhado alta, e já estava em casa.
Giuseppe me contou tudo o que aconteceu, que tanto a minha tia, quanto a minha prima Angélica não faziam ideia dos planos do Vittorio, e que meu pai iria assumir os cuidados delas. Sei que meu marido ainda mantém o Vittorio na gaiola.
De qualquer forma, eu sabia como funcionava o nosso meio. Giuseppe iria fazer ele implorar pela morte.
— Podemos conversar?— pedi, quando ele entrou no quarto.
— Claro, mia vita.
Ele sentou ao meu lado da cama.
— Vittorio é a última peça nesse jogo de xadrez. Está na hora do xeque-mate— ele segurou a minha mão. — Quero ter a certeza de que iremos construir nossa família, sem a sombra desse pesadelo. Faz o que tem que ser feito. Solte seus demônios.
— Seu pedido é uma ordem, mia vita.  

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