Capítulo 3

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Martina 

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Martina 

Os dias passaram rápidos, foi uma correria com os preparativos do casamento. Optei por ser no jardim da casa de festa dos meus pais. Todos os subchefes acompanhados com suas esposas estarão no casamento.
Conforme o dia passava, mais me sentia com os nervos à flor da pele. 
Depois do beijo, não vi mais o Giuseppe, ele teve que fazer uma viagem para o Brasil. Estou ansiosa para vê-lo.
Minha maquiagem e cabelo ficaram prontos na hora e minha mãe ficou pronta antes de mim.
Minha mãe me ajudou a vestir meu vestido. Era um modelo de princesa,  a parte de cima rendada, com um decote coração seguindo a mesma linha das mangas até o meio dos meus seios. Meus ombros e pescoço estavam livres do vestido. A saia era volumosa, mas não bufante.  Por baixo, usava um espartilho branco sem alças, e uma calcinha fio dental  branca, com as meias da liga para usar com meus sapatos brancos.
— Você está linda! Uma noiva maravilhosa! — diz emocionada. — Giuseppe é o homem mais importante agora, e precisa ter uma esposa firme, resiliente e que o apoie em casa. Traição e violência não devem ser rotinas dentro de um casamento. Criamos-te para ser respeitada, não aceite menos que isso, não me importa que ele seja o chefe, você é minha bambina. Cuida-se. — Mamãe me deu um beijo, e voltou a fechar a minha roupa.
Estava absurdamente linda como noiva. 
Minha mãe saiu do quarto, e meu pai entrou. Seu olhar para mim era de um pai emocionado ao levar a filha ao altar.
— Mia bambina, está a noiva mais bela desse mundo. Venha seu noivo te esperar. 
Segurei o braço dele, e seguimos em direção ao Jardim. A decoração estava magnífica, com estilo rústico romântico. 
Respirei fundo, seguindo pelo corredor com meu pai até Giuseppe. Ele estava tão bonito com seu smoking preto, a barba feita, o cabelo penteado e o sorrisinho sacana no rosto. Meu pai me deu um beijo na testa antes de me entregar ao meu noivo.
Após a benção, fomos declarados marido e mulher. Giuseppe teve autorização para me beijar,  foi  um beijo calmo e longo.
Saímos juntos, sob uma chuva de arroz e pétalas de rosas. O local da festa será na outra parte do jardim. Paramos no mural para tirar algumas fotografias.
— A noiva mais linda do mundo inteiro, Tina. Perfeição é insuficiente para te descrever… — Me deu um beijo, e o segurei perto. — Mais tarde te darei todos os beijos do mundo.
Giuseppe abriu um sorriso.
Meu marido me levou para a mesa principal. Estava linda e decorada como quis. É tão estranho chamar ele de marido. Terei que me acostumar com isso.
Não fazia cinco meses que o pai dele havia falecido, e aqui estamos casados. O casamento na vida de um chefe também era uma afirmação de poder.
Meu noivo, e eu não interagimos muito durante o casamento, ele mantinha a clara posição de ter o domínio sobre mim, ao meu corpo, mas também manteve a sua postura impecável, fria, distante, calculista e estava de olho em todo mundo.
Dancei com meu pai, em seguida dancei com Giuseppe, que manteve suas mãos em mim, possessivamente.
Tudo parecia correr bem. Aproveitei o momento que nenhum convidado estava querendo falar comigo, e fui ao banheiro, só não estava preparada para presenciar uma cena que embrulhou meu estômago.
Giuseppe está encostado na parede com uma desconhecida. Uma mulher loira, que está com um vestido vermelho sangue, que a deixa com um corpo muito sensual. Ela está praticamente jogada em cima dele, o beijando. Fico completamente cega. Só vejo Giuseppe com as mãos em sua cintura e ela o segurando pela camisa. Ele tenta afastá-la assim que entra,  mas ela não o solta. Eu mal consigo entender tudo o que estou sentindo nesse momento.
— Martina não é nada disso… — Não deixo que ele termine, porque sei o que está acontecendo. É só olhar para a cara de satisfação da vadia que está com um sorriso no rosto.
— Eu não sou burra Giuseppe, sei muito bem que você não seria louco o suficiente para me trair, principalmente no dia do nosso casamento. Se essa é uma das putas que você comia, e que se atreveu a entrar na minha casa sem ser convidada… — faço uma pausa conforme vou me aproximando calmamente, com o meu pior olhar, fazendo ela se encolher de medo. — Quero ela fora, e não falo somente dessa casa. 
— Martina…
— Ouça bem o que direi, você pegará suas coisas, e sumirá da Itália, porque se eu encontrar você de novo— fico alguns centímetros dela, e segurou seu queixo com força. — Você não verá o sol nunca mais. Tira esse lixo da minha casa.
Giuseppe não sabia o que dizer. Fui criada para que todos respeitassem minha presença. Sempre fui a princesa da máfia, mas agora sou a rainha de todo território da Itália, e todos devem temer. Não sou só um rosto bonito.
— Martina— Ele chama pelo meu nome, quando dou as costas para ele, indo em direção ao banheiro. Quando estou prestes a fechar a porta, ele segura meu braço.
— Solta meu braço.
— Precisamos conversar.
— Lealdade Giuseppe, foi tudo que pedi a você. Eu não pedi amor eterno, somente lealdade.
— Sou um homem de palavra, eu não sei como a Paola entrou aqui, mas isso não voltará a acontecer.
— Não se aproxima, você está com cheiro de puta. — digo ao entrar no banheiro, e só saí de lá quando tenho a certeza que ele não está mais do lado de fora.
Volto para festa,  e paro o primeiro garçom, pegando uma taça de champanhe, e bebo tudo de uma vez. 
— Vai com calma prima— Angélica diz ter se aproximado. — O que aconteceu?
— Matarei meu querido marido. — digo com raiva.
— O casamento não será fácil, você terá que ter habilidade para lidar com sua nova vida. Você agora é a mulher mais temida da famiglia.
— Virou psicóloga— damos risada— Você é a melhor prima que eu poderia ter, mas mesmo assim, ainda quero matar o Giuseppe.
— Ouvi meu nome, meu amor? — Reviro os olhos com o sarcasmo dele. Ao me virar, encontro ele com outro terno, e com cabelos molhados. Ele tomou banho, e o cheiro do seu perfume me deixou embriagada.
— Giuseppe!
— Está na hora de jogar o buquê. — Angélica diz, né puxando pelo braço.
Sigo ela deixando o meu marido para trás.
— Seja lá o que aconteceu, não deixe isso abalar seu casamento. Você é tão forte. Seja firme, mas nem tanto. Use sua inteligência para entrar no coração dele.
— Como uma pessoa solteira, pode dar conselhos assim?
— Só estou dizendo o que li em um livro.
Subo no palco, enquanto minha prima chama as mulheres solteiras, para se posicionar. Olho para vê onde está a Angélica, e jogo na sua direção. Vejo meu tio se engasgar com o vinho, e meu pai acabando de dar risada. Homens sendo homens.
Assim que desço do palco, meu marido está na escada, me esperando.
— Hora de embora.
Giuseppe agarrou minha cintura com ambas as mãos, e me beijou de um jeito feroz,  intenso, que me consumiu na alma. Sua barba áspera roçou contra meu queixo.
— Prepare amor. A lua de mel será inesquecível.
Segurei ele pela gravata.
— Não irei tolerar falta de respeito. Serei tua se for meu. — falei, olhando em seus olhos.

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