Capítulo 8

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Martina 

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Martina 

Que merda! Minha cabeça estava doendo tanto! Me movi, com dificuldade. Sentia tanta dor no corpo. Gosto de sangue na boca. Abri os olhos e a claridade me fez gemer.
Ouvi sons de alguém se aproximando. Eu estava jogada em um chão sujo, com os punhos amarrados, fechei meus olhos, lembrando que o meu carro foi atingido pela lateral, fazendo o carro rodopiar pelo asfalto.
— Sei que está acordada, Martina! — estremeci ao reconhecer a voz do meu tio. Abri os olhos encarando aquele que tinha o mesmo sangue do meu pai.
— Como você pode?
— O que o dinheiro, e poder não faz com um homem! — seu tom foi frio— Não é pessoal minha querida sobrinha.
Vittorio De Luca era o irmão mais novo do meu pai, um tio e pai distante e frio, mas nunca poderia imaginar que ele iria nos trair. Será que a minha prima sabe de tudo isso?
— Você é um homem morto.
— Será? A última notícia é que a esposa do capô mais temido, morreu carbonizada em um acidente de carro. — Olhei assustada. Por quanto tempo eu dormi?
— Você é louco! SEU miserável.
— Seus insultos não me atingem — diz de forma fria. 
— Você pode ser irmão do meu pai, mas ele vai acabar contigo.
— Ele pode tentar!— sacudiu o meu ombro, com o pé. Não reagi— Ainda bem que eu tenho uma moeda de troca, e só por isso que você continua viva.
— Seu maledetto! — gritei.
O desgraçado narrou tudo o que ele fez, e por quais motivos estava fazendo isso. O plano inicial era me matar, e fazer o Giuseppe se casar com a minha prima, e assim ele teria a confiança do meu marido.
— Angélica nunca iria aceitar isso.
— Mais um motivo para você estar viva.
Miserável, eu ainda não podia reagir, se não ele me machucaria. Tinha que analisar tudo antes de finalmente reagir, e escapar daquele lugar. Eu preciso saber mais a fundo o plano deles.
— Cedo ou tarde, o Giuseppe vai descobrir tudo.
— Veremos. — diz gargalhando, e me deixou no quarto amarrada e sozinha.
Esse pesadelo só está começando, sinto que terá um banho de sangue.

***
Pelos meus cálculos, já estou aqui há cinco dias. Tempo demais, e ninguém descobriu que Vittorio é um traidor.
O filho da puta do meu tio, prometeu as rotas de carregamento das drogas de Giuseppe, para os russos. Preciso criar uma estratégia para fugir.
Tento forçar mais uma vez a soltar minha mão, porém o desgraçado entra no quarto.
— Mudanças de plano, seu marido é muito ingênuo, e está indo direto para toca do lobo, talvez ele saia vivo dele lá— Ele se agacha na minha frente— Ele está tão cego pela vingança que nem percebe os avanços dos russos, mas se der tudo errado, você já sabe, será minha moeda de troca.
— Você é uma escória para a nossa famiglia!
Ele gargalha, como não se importa com o meu comentário. E saiu do galpão, me deixando sozinha.
A cada uma hora, um soldado entrava para verificar, como eu estava. Até agora contabiliza três caras diferentes.
Acima de mim, tem uma pequena janela, talvez eu consiga dar um impulso, e escalar. O meu temor é encontrar mais soldados no lado de fora.
Ouço o barulho da porta, e Vittorio surgiu outra vez na minha frente. Ergui meu olhar, e encarei seus olhos idênticos ao do meu pai.
— Daqui algumas horas, tudo vai mudar.
Fiquei calada, e esperei que ele fosse embora. É agora ou nunca, tenho que reagir. Assim que ouço o barulho do carro indo embora.
Forcei o meu punho até conseguir soltar, e chamei a atenção do guarda, dizendo que estava com sede.
Quando ele se aproximou o suficiente, dei um chute na sua cabeça. Ele não caiu de imediato, tentou revidar, mas fui mais ágil, chutei seu joelho, fazendo ele cair. E fiz o que tinha que ser feito, peguei sua arma na cintura, e dei um tiro certeiro na cabeça.
Virei em direção à porta, e esperei o momento que os outros guardas entraram.
Meu coração batia freneticamente, eu não pensei só atirei, e fui avançando, abati qualquer um que aparecia. Meus braços tremiam tamanha era a força que eu segurava a arma.
Com muito cuidado, andei para a saída, e encontrei um carro, circulei ele, topando com um corpo duro, que quase me fez cair no chão, ergui meu olhar, e reconheci o Marcel.
— Como? — ele me olhou assustado, Como se estivesse vendo um fantasma.
— Depois eu explico, me leve até o Giuseppe.
Ouvimos um ruído, e Marcel me puxou pelo braço, me levando para o carro dele, aonde encontrei um homem negro careca, com um olhar frio.
Entrei no banco de trás, ainda segurando a arma.
— Como você chegou até aqui?
— Seguindo uma pista de um traidor.
— É o meu tio Vittorio, ele está ao lado dos russos. Giuseppe está indo para uma emboscada. Precisamos impedir esse encontro.
Marcel tentou por quatro vezes ligar pro Giuseppe, mas ia direto para a caixa postal. O careca de olhar frio acelerou o carro, derrapando pela estrada.
— Vou te levar para um lugar seguro.
— Não, tem homens do Vittorio por todo lugar, vamos direto até o Giuseppe, é uma ordem. — digo de forma firme.
— Sim, senhora.
Vamos chegar a tempo, precisamos chegar a tempo.
— Faltam poucos quilômetros, a Senhora terá que se esconder, até que os reforços cheguem.
— Não, vou entrar com vocês.
Chegamos em uma fábrica abandonada. Marcel saiu do carro, junto com o careca. Havia um silêncio, os outros carros estavam do outro lado da fábrica. Fiquei parada até eles darem o sinal para entrar.
Controle minha respiração, e segurando a arma contra meu peito. Entrei silenciosamente atrás do Marcel. De longe avistei o Giuseppe do outro lado, os russos estavam no meio. Iríamos pegar eles por trás de surpresa. Quando estávamos a uma boa distância deles.
Giuseppe pareceu surpresa e aliviado ao me ver viva. Ouvir mais sons de disparos. Senti uma queimação no abdômen.

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