Point of view autora
S/n não acreditava em amor à primeira vista. Achava que era apenas uma ficção criada nos livros de romance que ela tanto gostava de ler. Mas, quando viu Sansa pela primeira vez andando pelo castelo, se apaixonou pelos cabelos cor de fogo da garota e pelo seu rosto perfeito, com traços angelicais. S/n começou a admirar a ruiva, querendo negar o sentimento que começava a surgir, achando que Sansa nunca notaria sua presença. Mas, ao contrário do que pensava, Sansa também sentiu "algo estranho" ao ver a maior pela primeira vez.
As duas garotas eram bem diferentes, principalmente em estilo e gosto, mas uma coisa as conectava: o amor. Depois de tantas trocas de olhares, S/n resolveu tomar coragem e conversar com Sansa. A ruiva ficou surpresa pela atitude da mais velha, mas, logo, as duas estavam trocando informações e confidências, tornando-se melhores amigas. Agora, estavam deitadas no chão, após conversarem sobre assuntos banais, até que S/n interrompeu o silêncio.
— Você acredita em amor à primeira vista? — disse S/n, mexendo nos cabelos ruivos de Sansa, que estavam espalhados no tapete do quarto.
— Sim... e você? — respondeu Sansa, olhando para S/n, que brincava com seus fios de cabelo.
— Também! — disse, desviando o olhar. — Já quis ficar com alguém, mas tinha medo do que todos iam achar? — S/n agora olhava para o teto. Sansa sabia do que S/n estava falando, mas preferiu se fazer de desentendida.
— Não... — disse, e S/n suspirou.
— Às vezes acho que nunca vou conseguir ter alguém para chamar de "minha", sabe? — disse S/n, deixando escapar o "minha" sem perceber.
— Às vezes essa pessoa está bem na sua frente, mas você não sabe... — respondeu Sansa, desviando o olhar.
— Mas talvez essa pessoa não demonstre se me quer ou não! — disse S/n. Sansa sempre desconversava quando S/n tentava falar sobre seus sentimentos, porque sabia que a maior gostava dela, mas tinha medo de machucá-la, já que sabia que seu pai desaprovaria a relação.
— Está tarde, é melhor eu ir — disse S/n, levantando-se. Sansa fez o mesmo, e as duas caminharam em direção à porta do quarto.
— Boa noite, Sansa! — despediu-se S/n.
— Boa noite, S/a! — respondeu Sansa, com a voz levemente hesitante.
S/n saiu com um sorriso no rosto, e Sansa ficou com a mão na fechadura. A ruiva gostava de S/n, mas tinha medo de assumir seus sentimentos, pois sabia que seu pai e o reino desaprovariam. Mas, se fosse para magoar S/n, preferia contrariar seu pai do que deixar o amor de sua vida escapar. Num impulso, Sansa abriu a porta e saiu correndo pelos corredores do castelo. Por sorte, S/n ainda estava lá. A morena olhou para trás, surpresa ao ver Sansa correndo em sua direção, e parou, confusa.
— O que aconteceu? — perguntou S/n, sem entender.
Sansa não respondeu. Ofegante, ela colocou as mãos no rosto de S/n e selou seus lábios nos da morena. Um arrepio percorreu o corpo de Sansa ao sentir o gosto dos lábios de S/n. Queria ficar ali, sentindo o doce sabor de cereja, mas a realidade voltou, e Sansa se afastou rapidamente, percebendo que S/n não havia se movido.
— Desculpa, eu... — começou Sansa, envergonhada, mas S/n a interrompeu.
— Não peça desculpa, você não fez nada de errado! — disse, sorrindo. — Vejo você amanhã! — completou S/n, se aproximando para deixar um selinho nos lábios de Sansa.
Naquele momento, Sansa não sentiu medo de alguém aparecer ou contar para seu pai. Quando estava com S/n, nada a preocupava. Sorrindo como boba, ela observou S/n caminhar pelo corredor até desaparecer de vista.