MAX
Não sei exatamente quanto tempo se passou desde que os meus dias se tornaram mais felizes por ter o Sky como oficialmente meu namorado. Ele é carinhoso, atencioso, sempre faz de tudo para me tirar pelo menos uma risada por dia. Eu o amo tanto, mesmo.
Às vezes eu paro para pensar, e eu realmente deveria ter dito como me sentia quando estávamos no início do colegial, assim teríamos mais tempo juntos se o meu amor fosse correspondido. Assim poderíamos ter visto muitas vezes o céu estrelado, deitados na areia da praia.
Há tantas coisas que eu gostaria de fazer com ele, mas infelizmente a nossa situação não nos permite.
Estávamos sentados nos degraus do ônibus quando eu senti meus nervos se repuxarem e meu coração começar a palpitar bem mais rápido. O barulho que sempre ouvimos antes do próximo jogo ser anunciado tinha acabado de tocar.
Sky segurava a minha mão com tanta força, mas eu nem me importei com a dor, porque naquele momento eu não sentia nada mais além de aflição.
"Olá, jogadores! Sejam bem vindos ao último jogo, que determinará o ganhador do mundo Ludi mortiferum. Fiquem atentos as regras"
Pisquei diversas vezes para afastar as lágrimas que estavam quase saindo, mas sabia que dependendo do que fosse dito em seguida, eu logo estaria em lágrimas, e tenho certeza de que Sky também, ele é bem emotivo.
"Jogo: verdade ou consequência. Os jogadores irão virar as cartas que estão no chão, sempre que sair verdade, o participante continua no jogo, mas o que primeiro tirar consequência três vezes, estará eliminado, dando vitória ao outro jogador"
Então era isso. Finalmente o maldito jogo onde um de nós vai morrer. O jogo que vai dizer qual de nós vai para casa.
Simples assim. Não usaremos força, armas, nem mesmo quem corre mais rápido vai determinar o ganhador. Apenas a sorte.
A filha da puta da sorte.
Quando Sky me olhou, ele estava com seus olhos vermelhos. Nenhum de nós sabia o que dizer ou o que fazer, até porque não tinha o que fazer, aquele jogo determinará o futuro de um de nós.
E depois de três longos minutos, Sky me abraçou e começou a chorar. Ele me apertou como se não quisesse que a gente fosse, e eu também não queria, mas era assim que funcionava.
Meus braços o envolveram e eu retribuí o abraço, guardando seu toque no fundo da memória. Também pude sentir seu coração acelerado contra o meu, seu peito estava desesperado e seu corpo implorando por mais tempo.
Ele chorou tanto que em determinado momento começou a ficar com falta de ar. Precisei nos afastar e enxugar as suas lágrimas, olhando no fundo dos seus olhos. Eu estava muito mal com tudo o que estava acontecendo. Isso é muito injusto, com nós dois.
── Meu amor, eu preciso que se acalme ── eu disse com a voz arrastada, segurando seu rosto entre as palmas das minhas mãos. ── Me escute bem, ok?
Ele assentiu com dificuldade quando sua respiração encontrava-se mais estabilizada.
── Me prometa que se você viver...── precisei parar para evitar as lágrimas novamente. ── Vai visitar os meus pais e dizer para eles que eu os amo
E ele começou a chorar de novo.
── Me prometa, Sky! ── pedi novamente. ── Grave o endereço que está no meu caderno e vá visitá-los quando voltar ──
Ele assentiu brevemente e voltou a me abraçar, escondendo seu rosto na curvatura do meu pescoço.
"Dizem que quando uma metade acha a outra, há um entendimento implícito, uma unidade. E elas não conhecerão, alegria maior do que essa". Se sentir completo estando com alguém que você sabe que vai perder, é a pior coisa do mundo. Cada dor parecer piorar muito, tudo te deixa triste.
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Jogador 59 - [LGBTQIA+]
General FictionSky sempre foi viciado em jogos de realidade virtual e videogames. Muitas vezes sonhava com ele mesmo dentro de um jogo, até que um dia, ele não acordou do sonho. Dentro de um mundo desconhecido, foi obrigado a lutar com criaturas que até então nã...