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—EU NÃO QUERO MAIS SABER DESSE GAROTO NA SUA VIDA, LUÍSA

meu pai volta a me olhar, depois de finalmente estarmos sem o agressor naquele quarto na enfermaria, cruzando os braços sobre o peito e respirando fundo. — Se ele acha que pode encostar um dedo em você e não haverá consequências, ele está bem enganado. Vou assegurar que ele tenha uma devida punição.

— Jorge, não vamos agir na agressão.

Minha mãe tenta conter meu pai, mas nada que ela disser vai mudar o fato de eu estar com o olho cortado e inchado, e isso por culpa de um homem que meu pai confiou que cuidaria de mim. Ele nunca sequer sonhou que algo assim poderia acontecer. Nem eu.

E ele sempre voltava pra mim meses depois com um grande pedido de desculpas. Que eu sempre aceitava pela carência e por gostar muito dele.

Mas hoje... hoje não foi uma briguinha besta por ciúmes. Hoje ele me machucou. Provou que é capaz de me machucar não só mentalmente como fisicamente.

E pra isso não há perdão.

Meu pai tem todo o direito de sentir raiva, um homem bateu na filha dele, porra. Eu levei dois pontos no olho.

Meu pai tem um único pensamento agora, se vingar do homem que machucou sua filhinha.

- Se ele não queria que eu agisse na agressão, que não partisse pra agressão logo de cara — avisa meu pai, sério.

- Não devemos ter esse pensamento.

— Ele  tá certo, tia — diz bruna, olhando para minha mãe. - Ricardo machucou a Luísa. A gente tem que fazer alguma coisa.

— Seu pai quebrou o nariz dele, já 'tá bom.

- Já 'tá bom? - pergunta bruna com a testa franzida em completa confusão pelas falas defensivas de minha mãe. Ela devia estar me defendendo e não o vagabundo que me machucou. —tia, olha como a Luísa está. Ricardo causou isso.

— Ele com certeza teve um bom motivo pra isso.

— Só pode estar de brincadeira!? - bruna bufa indignada de tudo que ouve.

Bruna fecha os olhos e evita olhar para nossa mãe. Decepcionado por ouvi-la falar tanta merda.

Meu pai continua sério, não prestando atenção no que conversamos porque está bolando um plano para ensinar uma lição a Ricardo. Ele sempre fica assim quando está concentrado.

Arrascaeta ... ele está quase entrando na parede para se esconder. Ele podia ir embora e deixar que a minha família se resolva em paz. Mas não vai fazer isso até saber que eu

E eu... há algo muito estranho apertando meu peito agora. Não só decepção. Mas algo mais profundo que faz meus olhos lacrimejarem, me obrigando a engolir o choro. E eu juro que engolir o choro dói mais do que o motivo de me fazer chorar.

Estou me sentindo burra demais. Como eu não consegui perceber esse lado agressivo de Ricardo antes?

- Alguma coisa aconteceu, gente — continua minha mãe, sendo tão desnecessária que tenho vontade de gritar para expulsá-la desse quarto. Assim eu não escuto mais a voz dela. – Luísa deve ter feito alguma...

— Eu não acredito que você está culpando a Luísa por ter sido vítima de uma agressão, tia!-Bruna está nervosa. É a primeira vez que a vejo confrontar a minha mãe. — Ela é sua filha e está com o olho inchado. O agressor dela acabou de sair desse quarto. E mesmo assim a senhora ainda tenta arrumar uma desculpa que defenda o lado daquele desgraçado!?

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