5 - A fuga.

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Era dia 01 de julho, ou seja início das férias de verão. Regulus, enquanto estava na estação de volta ao Beco Diagonal havia conhecido a mãe de James. Regulus, como um verdadeiro herdeiro Black, havia recebido um carro de aniversário de 16 anos e o deixou estacionado na entrada de uma loja trouxa. Adentrou o carro e suspirou, não queria voltar pra casa.

O GPS do carro soou em seus ouvidos e ele abriu os olhos olhando para o visor. “Entre na rua Largo Grimmauld”. E então Regulus olhou para o airbag do carro, onde estava uma foto dele com James.

— Je n'entrerai pas Square Grimmaud! Sauf si je fais mes valises et que tu m'emmènes avec toi. (Eu não vou entrar no Largo Grimmauld! A menos que eu faça minhas malas e você me leve consigo.)

Regulus tinha a mania de ficar falando francês consigo mesmo quando algo o frustrava. E nesse momento o que o frustrava era a sua fuga da casa que ele admirou por 14 anos seguidos. Assim que Regulus conheceu verdadeiramente o tipo de “amor” a que seus pais lhe ofereciam, ele se tocou que aquela casa não era nem um pouco admirável. Era na verdade assustador pensar que ele viveu tantos anos acreditando que se tornaria um ótimo herdeiro Black, ao contrário de seu irmão. Mas lá no fundo, Regulus achava que Sirius com certeza seria um herdeiro melhor que ele.

Assim que estacionou o carro na frente da casa, Regulus puxou seu malão e adentrou aquela casa.

— Boa tarde, senhor Black jovem. — Monstro, o elfo doméstico da família, comprimentou o de cabelos negros que sorriu em resposta. — Senhora Black está em seu escritório.

Regulus agradeceu a Monstro e seguiu para o andar de cima batendo levemente na porta do escritório de sua mãe, vulgo, sala de torturas, sala de trabalho, sala dos Black's.

— Boa tarde, mãe. — Regulus disse seco ao abrir a porta.

— Boa tarde, filho. Como foi seu ano? Tirou boas notas? — Walburga perguntou sem desviar o olhar da janela à frente de Regulus.

— Sim, mãe, tirei notas ótimas, como sempre, e meu ano foi ótimo. Os treinos de quadribol estão puxados esse ano.

— Entendo, vá para a sala, daqui alguns momentos o jantar será servido. O seu tio virá jantar aqui.

— Certo, devo me arrumar adequadamente para essa ocasião?

— Obviamente, você é um Black, Regulus. Deve se arrumar para qualquer ocasião.

— Certo, volto daqui a pouco.

E após dizer isso, Regulus bateu a porta do escritório não com muita força e saiu. Ele entrou em seu quarto e apenas pegou um terno preto com uma camisa social preta e a gravata da sonserina, e desceu indo em direção a sala.

— Boa tarde, pai. — Regulus disse um pouco mais relaxado ao ver que seu pai estava bem, seu pai não era tão ruim quanto sua mãe, porém apoiava certas atitudes dela.

— Boa tarde, meu filho, como está?

— Bem, e o senhor?

— Bem. — A campainha soou e Regulus foi abrir já que Monstro não estava ali perto.

— Bem-vindos, tio Cygnus, Bella e Narcissa. Andromeda não veio?

— Não priminho, essa traidora de sangue se casou com um trouxa e saiu da nossa tapeçaria, você mora nessa casa, deveria saber disso. — Bellatrix disse e logo deu uma risada histérica.

— E você deveria saber que eu não presto atenção na tapeçaria, certo Bellatrix? — Regulus disse mantendo aquela postura incrivelmente ereta que ele tinha desde pequeno.

Porém, algo que ninguém havia notado era que Regulus estava nervoso, nervoso porque iria ser queimado da tapeçaria logo depois que sua mãe visse seu sumiço. Mas ele não queria receber a marca, então... que mal aquilo faria? Ele simplesmente não queria receber aquela marca estúpida que quase toda sua família tinha.

Durante o jantar da família Regulus estava muito calado então alguém decidiu quebrar esse silêncio.

— Primo você tá bem?

— Hm? Sim, sim, desculpem, estou apenas sem fome. Com licença, vou para meu quarto. — Ele afastou a cadeira com cuidado e saiu em direção a porta.

— Regulus? — ele virou a cabeça. — Depois falamos. — assentiu, porém, seu corpo inteiro estava arrepiado, ele sabia o que isso queria dizer, principalmente vindo da sua mãe. Ela não iria conversar, ela iria agir, e ele sabia que tipo de ações ela iria fazer.

Ele subiu as escadas com cuidado pois sabia que se corresse, Monstro iria atrás dele para saber o que estava acontecendo, mas ele não iria contar, não agora.

Mas mesmo sem fazer barulho, Monstro entrou no quarto dele.

— Senhor Black?

— Sim?

— O senhor está bem?

— Sim Monstro, não se preocupe. — Regulus mentiu e deu um falso sorriso.

— O senhor está mentindo.

Regulus arregalou os olhos, nunca tinha visto Monstro descobrir tão bem, será que ele estava mais vulnerável?

— Monstro, eu estou ótimo, fique descansado! Uma boa noite pra você.

— Se o senhor Black quiser conversar, Monstro estará disponível. Com licença senhor.

Regulus suspirou assim que Monstro fechou a porta e caiu pra trás na cama. Alguns segundos depois se levantou e trancou a porta para arrumar suas coisas importantes. Colocou tudo escondido no banheiro do quarto e esperou dar de madrugada. Sua mãe não chegou a vir falar com ele, já era de madrugada e Regulus, supostamente, estaria dormindo. Mal Walburga sabia do que esse garoto estava planejando.

Algumas pedras pequenas foram atiradas para a janela do quarto, ela era grande, dava pra sair facilmente por ali. Regulus olhou e se impressionou, era James, Sirius, Euphemia e aparentemente o pai de James sorrindo quando ele olhou. Regulus olhou para os lados, destrancou a porta do quarto, pegou nas suas coisas anteriormente guardadas no banheiro e as atirou para baixo, logo em seguida descendo pela janela. Não foi uma queda muito grande, porém Regulus ainda assim saiu machucado no lábio inferior.

— Meu Merlim! Você está bem maninho? — Sirius abraçou dele e logo em seguida limpou o sangue que escorria do lábio do menor.

— Sim... Sim, eu estou bem.. — Regulus estava paralisado, nunca imaginou que isso acontecesse, não nessa altura.

— Remus não pode vir com a gente... Os pais dele estão proibindo ele de sair porque amanhã vai ser lua cheia.

— Oh... Não tem problema.

Sirius estava com uma jaqueta preta de couro e uma blusa branca por baixo. Uma calça jeans rasgada em tom escuro e uma bota também de couro. James não estava muito diferente, um jeans preto rasgado também, porém com o moletom da Grifinória por cima.

— Oh querido, venha cá! — Euphemia estendeu os braços o envolvendo num abraço carinhoso que logo foi retribuído pelo menor.

— Oi, tia Effie, como a senhora está?

— Bem querido, venha, vamos para o carro!

— Eu tenho o meu, não se preocupem, eu vou seguindo vocês.

— Certeza, querido? É de madrugada...

— Não se preocupe. Eu fico bem, Sirius pode ir comigo se quiser, aí ele me guia.

— Certo.

Após alguns minutos dirigindo, Regulus estava em casa dos Potter. Desligou o carro no estacionamento perto do carro da família e entrou com certo receio na casa.

— Boa noite, querido, sou Fleamont, pai de James. — o mais velho estendeu a mão e Regulus a apertou levemente em um comprimento.

— Reg, meu quarto tem duas camas se você quiser dormir lá, por mim tudo certo. — Sirius disse acariciando as costas do recém chegado.

— Oh, certo. Eu não sei, depende de Euphe- tia Effie... — Regulus já tinha uma intimidade razoável com Euphemia, porém não era hábito chamar ela de Tia Effie.

— Eu acho uma ótima ideia, vão para o quarto queridos, vamos, vamos! Regulus, querido, a partir de hoje seu encarregado de educação será Fleamont, ok? Iremos amanhã em Hogwarts mudar isso.

Regulus assentiu, pegou suas coisas e seguiu Sirius para o quarto.

Marotos : Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora