7 - Dois franceses em Hogsmead?

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Sirius realmente estava mal, ele havia acabado de sair de mais uma crise. Eram 02:57 da manhã. Remus estava acordado olhando de canto para Sirius com os olhos semicerrados.

— Pads...?

— H-hm? — gaguejou se virando de costas para o mais velho na outra cama.

— Tá chorando por...?

— Nada. Me deixa... — Remus se levantou indo até Sirius se deitando atrás dele em posição de conchinha. — Hm? Remmy...

— Dorme, anda, amanhã temos que levantar cedo, agora fecha a merda do olho e dorme.

Sirius fez o que o namorado pediu e se aconchegou. Ele não queria dormir, mas gostava de estar abraçado a Remus.

— Sirius. Dorme.

Ele bufou irritado e se aconchegou de novo, adormecendo não muito tempo depois.

No dia seguinte, Remus levantou bem cedo e foi preparar um chá de ervas frescas. Acendeu uma vela e começou a falar consigo mesmo, até mesmo cantarolava uma música que ninguém conseguiria decifrar apenas pelos murmúrios.

Era domingo, provavelmente um dia de semana corrido para muitos estudantes em Hogwarts, mas, como Remus, Sirius e James escolheram repetir mais um ano, não tinham aulas, o que facilitava para explorarem os lugares que antes nunca foram visitados por eles.

— Bom dia, Remmie.

— Bom dia, Prongs! Pode sentar eu já tô terminando o seu chá.

— Como sabia que eu ia querer chá?

Antes que Remus pudesse responder, Lilian apareceu da porta com os cabelos ruivos longos e bagunçados e um pijama preto com desenhos de gatos.

— Porra Potter, me perseguindo até aqui? — Lily riu e deu um beijinho na testa dos dois garotos.

— Bom dia pra você também, Evans! — James riu fraquinho e pegou a caneca que lhe fora entregue. — Obrigado!

— Bom dia, hoje é dia de Hogsmead! Vocês vão? — a mais nova dali parecia animada, o que fez Remus soltar uma risada anasalada e concordar com a cabeça.

— Obviamente, será que Regulus vai também?

— Por quê? Está interessado nele, Prongs? — Remus se virou com uma xícara de café na mão e deu um gole da bebida. Lily pegou uma xícara de cappuccino e ingeriu o líquido rapidamente.

— Não, claro que não, não é como se fosse fácil me apaixonar por uma pessoa... — James disse se lembrando do que fizera com Regulus ano passado.

— Certo, certo... Vamos fingir que sim.

— Remus está certo, fingiremos que sim.

— Ah, vão tomar no cu. — James levantou e riu indo para o dormitório tomar um banho.

Remus se virou para Lily, que o encarava na esperança de tentar decifrar o olhar do mais velho.

— Não tem nada para me contar, Lírio?

— Você escutou, não foi? Eu pedi para a Mary colocar o feitiço, mas ela é teimosa demais!

— Oh, eu não estava falando disso! Eu estava falando se você não precisava desabafar, mas agora você vai me contar isso direitinho.

— Oh, bom... — Lily explicou tudo certinho para Remus que parecia cada vez mais chocado com tudo.

— MEU PEQUENO LÍRIO, O QUE ELA FEZ COM A SUA INOCÊNCIA? — Remus abraçou ela choramingando e Lily ria alto.

Uma hora depois já estava o salão comunal cheio e todos se cumprimentando enquanto esbarravam em outras pessoas. Entre aquelas pessoas estavam duas garotas, Mary e Marlene. Lily correu até elas e as abraçou como de costume e elas foram conversando até o salão principal para tomarem um café da manhã adequado para aquele dia.

O café da manhã foi servido com muita animação, porém, Regulus não estava muito animado, como poderei dizer... ele estava distante, olhava atentamente para a mesa da Grifinória e se falassem com ele ele não iria ouvir nada pois estava concentrado em seu único objetivo naquele dia : ter James Fleamont Potter para ele. Barty sabia dessa paixão de Regulus, mas o de cabelos negros era um pouco obsessivo em relação a ciúmes, o que deixava Barty preocupado, ele não queria que Regulus pegasse detenção por se meter em brigas, ainda mais quando o assunto das brigas era James Potter.

Regulus estava pensando em como James era bonito com o uniforme vermelho vibrante e os all stars vermelhos que combinavam com o uniforme. Barty o chamou, nada. Evan o chamou, nada. Por fim, Pandora foi até ele com sinal do olhar de Barty.

— Regulus.Arcturus.Black! — Pandora fez pausas no nome do menor para parecer ameaçadora. Captou a atenção do amigo. — Barty e Evan estavam te chamando faz um tempão! Aonde você está com a cabeça?

— Oh, desculpem. Podem falar.

— Você ainda está ficando com Potter? — Barty soltou lançando um olhar para Regulus.

— Bom, mais ou menos, não ficamos desde o último ano, mas eu fui para casa dele.

— VOCÊ FUGIU? — Evan gritou chamando, sem querer, a atenção de Rita Skeeter.

— Oh, o prodígio dos Black fugiu? Regulus, como se sente ao ter feito exatamente o que seu irmão fez após ter jurado não ser igual a ele? — Rita chegou à mesa da sonserina com um caderno e uma pena começando a anotar absolutamente tudo.

— Skeeter, some da minha frente. — Regulus se levantou da mesa, sendo empurrado por Rita. — 'Cê tá louca porra?

— Me responda, Black.

— Rita, some, puta que pariu, é difícil entender? Ele não quer falar sobre isso.

— Eu quero respostas! — Rita sorriu ironicamente e Dorcas se levantou.

— Garota, ou você some daqui ou vamos ter graves problemas! — Dorcas falou e ouvia-se um gritinho no fundo da sala.

— UHUUUUU, É MINHA NAMORADA, CHUPEM BABACAS! — Marlene gritou e Dorcas corou revirando os olhos.

— Olha Rita, só vaza, tá ligada? É sério, tá desconfortável até para a professora Minerva, tenta ser menos invasiva fazendo a merda do favor. Agora desaparece. Anda! — Dorcas continuou e Rita revirou os olhos saindo.

Em Hogsmead, Regulus estava conversando com Lily que o olhava animada. Tinham acabado de sair do Três Vassouras, James chegou abraçando Regulus por trás e dando um pequeno selar no pescoço do menor.

— Que que foi? — Regulus tentou ser grosso com o mais velho, porém sem sucesso.

— Oi, querido, sim, estou bem também, obrigado por perguntar. — James debochou e Regulus riu.

— Certo, mon amour, desculpe, mas agora estou conversando com a sua amiga.

— Repete. — James e Lily disseram com brilho nos olhos.

— Repetir o que?

— A palavra em francês, ou melhor, fala uma frase completa em francês!! — Lily disse animada, a ruiva falava um pouco de italiano mas não era nada de mais, gostava de ouvir outras pessoas falando idiomas diferentes.

— Certo... James, mon amour, arrête de me taquiner en public. Je ne veux plus chanceler. — Lily pediu uma tradução a Sirius, e Sirius não falou nada, apenas arregalou os olhos.

— Regulus, você não disse isso. — Sirius riu.

— Eu disse, e diria muito pior.

— Eu só entendi o “arrête”! — James choramingou no pescoço do menor e todos riram.

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¹ James, mon amour, arrête de me taquiner en public. Je ne veux plus chanceler. — James, meu amor, para de me provocar em público. Eu não quero voltar a cambalear.

Marotos : Uma Nova VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora