Capítulo 4

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O sinal bateu e Luke entrou na minha sala. Ele indo contra a chuva de alunos que saia da minha sala, parecendo um peixe nadando contra a maré.

-Duda! O Jonas já te... - Mostrei o celular e ele não precisou terminar a frase.

Juntei o caderno dentro da bolsa, e joguei os lápis coloridos dentro do estojo "branco".

-Tudo bem com você? - Deu-me um beijo na testa.

-Ham. - Respondi indo para fora da sala - Não vai azarar as gatinhas hoje, Lucas? - Ironizei.

-Credo! Parece até a minha velha mãezinha falando. - E nós rimos.

-O Jonas e o Tom faltaram hoje,  você percebeu? - Puxei um assunto qualquer.  As aulas de inglês eu sempre sentava em dupla com Jonas, e ele era realmente bom na língua nativa. Ele devia ser de línguas e humanas. O menino adorava espanhol,  e espanholas, se é que me entende.  Convenhamos,  o Jonas era inteligente e preguiçoso.  Tanto que,  até hoje eu não sei como ele passa de ano,  já que não faz nada.  Na escola,  desde a sétima série  rolavam alguns boatos,  que John seria o genro da senhora diretora.  Talvez era assim que ele passava de ano.

-Não percebi nada além de você nesse short de cintura alta. E olha,  foi até bom você ter me lembrado.  - Lucas puxou minha mão,  e depois de alguns metros de mãos entrelaçadas,  ele apertou a minha bunda com a mão cheia.

-Ponte que partiu,  Lucas.  Que merda é essa?! - Ele respondeu rindo e bagunçado meu cabelo.

Caminhamos até chegar no estacionamento da escola. Eu voltava de carona com Luke as vezes quando ele resolvia buscar o carro no almoço.

-Luke, posso pedir uma coisa? - Fiz um rostinho irresistível, ao chegar no lugar onde o carro fora estacionado.

-Sim minha flor, diga! - Sorriu de canto a canto.

Luke era o tipo de garoto que fazia todas as vontades da menina. Era cavalheiro e meio pervertido. Ele era Luke, simples assim. Sabia o que eu desejava, e quando desejava. Sabia ser simpático sem ser irritante. Sabia dar em cima de uma garota, sem ela perceber, até estar ficando com ele. Sabia convencer, e sabia ser convencido por uma menina, que no caso era eu. Luke era perfeito, sem ser meloso. Decidi ficar com ele por esses e outros motivos.

-Podemos passar no Burger's King? - Joguei um olhar na direção do carro que estava estacionado a frente, e mexi no cabelo.

-Podemos passar por onde você quiser. - Sorriu maliciosamente.

-Besta. - Bati no braço dele, e sai andando para que ele tivesse a visão um pouco melhor que a de antes.

***

Estávamos no Camaro 67's vermelho de Luke. A música que tocava no rádio, era Burning Love de Elvis Presley - um clássico,  que todas as pessoas deveriam escutar pelo menos uma vez antes de morrer.

-Parecemos clichê. - Disse para Luke que dirigia um carro antigo, ouvindo música antiga estilo colegial, e com uma blusa branca e uma camisa jeans.

-Sério?! Nem tinha percebido... - Revirou os olhos, e continuou - Eu não ligo. Eu gosto de rock antigo e você sabe disso.

-Eu sei, Luke. Mas odeio coisas clichês. - Cruzei os braços.

-Então você não gosta de mim. Eu pareço clichê, você disse. - Olhou para mim sorrindo.

O cabelo castanho de Lucas mexia-se com o vento causado pela velocidade do veículo, e isso estava muito sexy.

-Pare o carro. - Ordenei com um sorriso maldoso, e ele obedeceu.

Ao Mesmo Tempo - Ana GabrielaOnde histórias criam vida. Descubra agora