O sinal bateu e Luke entrou na minha sala. Ele indo contra a chuva de alunos que saia da minha sala, parecendo um peixe nadando contra a maré.
-Duda! O Jonas já te... - Mostrei o celular e ele não precisou terminar a frase.
Juntei o caderno dentro da bolsa, e joguei os lápis coloridos dentro do estojo "branco".
-Tudo bem com você? - Deu-me um beijo na testa.
-Ham. - Respondi indo para fora da sala - Não vai azarar as gatinhas hoje, Lucas? - Ironizei.
-Credo! Parece até a minha velha mãezinha falando. - E nós rimos.
-O Jonas e o Tom faltaram hoje, você percebeu? - Puxei um assunto qualquer. As aulas de inglês eu sempre sentava em dupla com Jonas, e ele era realmente bom na língua nativa. Ele devia ser de línguas e humanas. O menino adorava espanhol, e espanholas, se é que me entende. Convenhamos, o Jonas era inteligente e preguiçoso. Tanto que, até hoje eu não sei como ele passa de ano, já que não faz nada. Na escola, desde a sétima série rolavam alguns boatos, que John seria o genro da senhora diretora. Talvez era assim que ele passava de ano.
-Não percebi nada além de você nesse short de cintura alta. E olha, foi até bom você ter me lembrado. - Lucas puxou minha mão, e depois de alguns metros de mãos entrelaçadas, ele apertou a minha bunda com a mão cheia.
-Ponte que partiu, Lucas. Que merda é essa?! - Ele respondeu rindo e bagunçado meu cabelo.
Caminhamos até chegar no estacionamento da escola. Eu voltava de carona com Luke as vezes quando ele resolvia buscar o carro no almoço.
-Luke, posso pedir uma coisa? - Fiz um rostinho irresistível, ao chegar no lugar onde o carro fora estacionado.
-Sim minha flor, diga! - Sorriu de canto a canto.
Luke era o tipo de garoto que fazia todas as vontades da menina. Era cavalheiro e meio pervertido. Ele era Luke, simples assim. Sabia o que eu desejava, e quando desejava. Sabia ser simpático sem ser irritante. Sabia dar em cima de uma garota, sem ela perceber, até estar ficando com ele. Sabia convencer, e sabia ser convencido por uma menina, que no caso era eu. Luke era perfeito, sem ser meloso. Decidi ficar com ele por esses e outros motivos.
-Podemos passar no Burger's King? - Joguei um olhar na direção do carro que estava estacionado a frente, e mexi no cabelo.
-Podemos passar por onde você quiser. - Sorriu maliciosamente.
-Besta. - Bati no braço dele, e sai andando para que ele tivesse a visão um pouco melhor que a de antes.
***
Estávamos no Camaro 67's vermelho de Luke. A música que tocava no rádio, era Burning Love de Elvis Presley - um clássico, que todas as pessoas deveriam escutar pelo menos uma vez antes de morrer.
-Parecemos clichê. - Disse para Luke que dirigia um carro antigo, ouvindo música antiga estilo colegial, e com uma blusa branca e uma camisa jeans.
-Sério?! Nem tinha percebido... - Revirou os olhos, e continuou - Eu não ligo. Eu gosto de rock antigo e você sabe disso.
-Eu sei, Luke. Mas odeio coisas clichês. - Cruzei os braços.
-Então você não gosta de mim. Eu pareço clichê, você disse. - Olhou para mim sorrindo.
O cabelo castanho de Lucas mexia-se com o vento causado pela velocidade do veículo, e isso estava muito sexy.
-Pare o carro. - Ordenei com um sorriso maldoso, e ele obedeceu.
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Ao Mesmo Tempo - Ana Gabriela
RomansaDuda é obscura e vazia. Muitas pessoas acham que isso tudo é um personagem criado por ela, outras dizem que é um escudo para se auto-bloquear. Mas ela simplesmente é assim. Não faz o que faz por querer, ela só não sabe o certo nem o errado. Duda tem...