Com um sorriso no rosto, Henrique caminhou em direção a Tatiane, que estava sentada em uma das mesas do refeitório. Tatiane, apesar de não gostar muito de Henrique, era uma pessoa simpática e educada.
Ao se sentar ao lado de Tatiane na cantina da escola, Henrique ignorou completamente o desconforto que suas cantadas causavam nela. Tatiane sentiu-se ainda mais incomodada com a proximidade física dele, pois isso parecia intensificar a invasão do seu espaço pessoal. Ela desejava um momento de tranquilidade para desfrutar sua refeição, mas a presença persistente de Henrique apenas aumentava sua ansiedade. O simples ato de sentar-se ao lado dela na cantina, sem considerar seu desconforto prévio, era mais uma evidência de que Henrique não levava a sério os sentimentos de Tatiane. Aquela situação só reforçava a ideia de que a falta de respeito e empatia permeavam sua interação, tornando o ambiente escolar um lugar ainda mais hostil para Tatiane.
— Estou pegando no sono, mas queria mesmo estar pegando você.
Tatiane estava visivelmente desconfortável. Seu rosto exibia uma expressão tensa, com os olhos evitando contato visual. Seus ombros estavam ligeiramente curvados, como se estivesse se protegendo de algo.
— Tentações como você merecem pecados como eu.
Ainda que Henrique achasse tudo isso divertido e inofensivo, Tatiane não conseguia se desvencilhar da sensação de que sua presença era reduzida a meros comentários superficiais. A falta de respeito evidenciada nas "cantadas" de Henrique apenas agrava esse desconforto, tornando a escola um lugar onde Tatiane não se sentia à vontade para ser autenticamente ela mesma.
— Henrique, precisamos ter uma conversa séria. Eu sei que você está tentando se aproximar de mim de uma forma mais íntima, mas eu quero deixar claro que não estou interessada nesse tipo de relação.- as palavras de Tatiane foram firmes e diretas, refletindo sua postura de não gostar de Henrique.
— Eu nunca aceito um "não" como resposta! Eu sou determinado e persistente. Vou continuar lutando até alcançar meus objetivos!
— Henrique, já lhe disse claramente que não estou interessada em você. É importante que você respeite minha decisão e pare de me assediar. Isso não é aceitável.
— Quem disse que estou te assediando, eu só acredito que temos uma química única, algo especial que não posso ignorar. - fala chegando perto dela.
— Por favor, não continue fazendo avanços românticos em relação a mim. Isso me deixa desconfortável e não é algo que quero.
— Acredite em mim, o impossível é apenas um desafio esperando para ser superado!
— Não há nada que você possa fazer ou dizer para mudar minha opinião. Estou sendo clara ao dizer que não quero um relacionamento com você. Por favor, pare de insistir e respeite minha decisão.
— Mas Tatiane, não consigo parar de pensar em você. Existe uma conexão especial que sinto quando estamos juntos. Será que não podemos tentar algo a mais?
Ao perceber que Tatiane não iria o responder, Henrique e a prensa na parede, a deixando enojado com tudo isso, mas Elizete ao ver todo o desenrolar da cena vai até eles e empurra o Henrique de cima da Tatiane.
— Chegou a Maria sapatão. - o adolescente fala em desdém.
— Essas suas atitudes, eu podia muito bem lhe denunciar por assédio.
Henrique apenas ri em deboche e vai embora, deixando as duas adolescentes sozinhas.
Tatiane encontrou-se em um turbilhão de emoções, abalada e insegura após ter sofrido assédio durante a hora do lanche. Elizete se aproximou de Tatiane e expressou sua preocupação genuína. Ela ofereceu apoio e perguntou como ela estava se sentindo após o incidente.
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Olhos de avelã
Teen FictionA história começa com uma adolescente chamada, Tatiane. A adolescente em questão é uma jovem tímida e reservada que acaba voltando para o Rio de Janeiro depois de anos estudando em um internato. Ela sempre se sentiu deslocada e diferente dos seus co...