O corte quimico, mas com cabelos ruivos

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Paula não teve tempo e nem dinheiro necessário para poder ir a um salão, então ela precisou comprar tudo o que precisa para poder fazer a descoloração e a pintura em casa.

Ela foi até o Supermercado Guanabara, ela pegou três Tinta Fantasia Máscara Pigmentada Kamaleão Guará, Flamingo e Pica-Pau, além de quatro pó descolorante e três água oxigenada volume 40 e duas volume 30.

— Será que é o bastante? Deve ser.

Assim ela passa no caixa ela paga o total de 63,49 reais, pode ter sido caro, mas em um salão de beleza ela pagaria entre 150 à 300 reais e ela já gastou sua economia em uma progressiva muito boa.

Assim ela passa no caixa ela paga o total de 63,49 reais, pode ter sido caro, mas em um salão de beleza ela pagaria entre 150 à 300 reais e ela já gastou sua economia em uma progressiva muito boa

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Após meia hora, Paula estava no chuveiro, lavando a sua terceira vez da descoloração e aproveitando a forma como a água quente aliviou seus ombros doloridos. Eventualmente, porém, ela se forçou a sair do chuveiro e pegou uma toalha para se enrolar. Foi só então que ela teve um vislumbre de si mesma no espelho um tanto embaçado.

— Oh Deus. - Paula quase gritou, boquiaberta com seu reflexo.

Apressadamente, ela enrolou a toalha em torno de si com mais firmeza e se moveu em direção ao espelho, limpando o vapor e a condensação que obscurece sua visão.

Ela teve um corte químico, um cabelo enorme, agora está um pouco abaixo do peito e todo repicado desde a altura da orelha, mesmo assustada com isso ela decidiu seguir em frente, assim pegando as tintas que comprou.

Ela colocou todas as tintas em um potinho com um creme igual ela viu uma Youtuber fazendo e deixou a tinta em seus cabelos por uns vinte a vinte cinco minutos.

Depois de enxaguar, ela se olhou no espelho, não foi o resultado que ela esperava, em algumas partes ficou um laranja claro e vermelho, parecendo fogo.

— Nada saiu como pensava, mas ainda tenho um cabelo ruivo.

Paula está orgulhosa do resultado, pois naquele momento ela está ruiva como sempre, menos de um mês, ela quis. Tão obcecada em ser a Tatiane Noronha que Paula alisou seus cabelos, descoloriu e teve corte químico por isso e agora pintou os cabelos em tons ruivos.

Mas agora ela tem um diário onde tem todos os seus objetivos a ser alcançados e em suas páginas tem fotos em polaroid que ela encontrou no perfil do Instagram da Tatiane.

— Eu desejo ser você, linda, calma, sorridente e que chama atenção mesmo sem fazer qualquer esforço. Mas se tudo der certo, Henrique acabará com a sua popularidade nesse colégio, que você será desmoralizada perante tantos alunos. Eu sei que não seria a mais bonita e muito menos a mais magra, eu sei que não consigo ser a mais interessante ou até mesmo a mais engraçada, mas em tudo o que me esforço você, Tatiane, consegue numa facilidade, você não merece, pois quem merece sou eu e apenas eu. Estarei rindo do alto ao ver a sua queda.

— Paula, o que você fez com o seu cabelo? - Miranda exclama ao ver os cabelos ruivos pintados da filha.

— Eu só mudei o meu estilo mãe. Eu gostei do meu novo visual e o corte, o que achou? Eu amei. - para Paula a sua mãe não precisa saber que esse corte não foi planejado, ninguém precisa saber disso na verdade. - Eu mereço depois de ser uma filha obediente e não modificar o meu uniforme.

Miranda não sabe o que falar, ser mãe solo muitas vezes é complicado, mas agora a Paula está diferente, ela mudou muito em algumas semanas.

— Tudo bem, vim te chamar para jantarmos.

— Já estou indo.

Mais uma vez Paula se olha no espelho, se admirando e vendo o que mais precisa ser mudado em si, parar de tomar sol e um regime já seria um ótimo começo, as roupas podem vir a ser pensadas mais no futuro.

— Mãe, vou começar a fazer regime.

— Por que isso agora?

— Eu só quero mudar um pouco o meu visual, é sempre bom mudar as coisas um pouco, como naquela música do Raul Seixas, "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante"

O celular de Paula apita sinalizando uma mensagem, ao ler tenta se controlar para a mãe não suspeitar de nada, mas Henrique lhe mandou uma letra de música do Renato Russo.

"Vamos festejar a inveja, a intolerância e a incompreensão. Vamos festejar a violência e esquecer a nossa gente, que trabalhou honestamente a vida inteira e agora não tem mais direito a nada. Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso. Nosso descaso por educação."

"Vi essa música e pensem por que não mandar para a maior invejosa dessa cidade? Então mandei."

— Vou dormir, estou com sono e amanhã a escola é cedo. - Paula se despede da mãe e vai para o quarto.

Olhos de avelãOnde histórias criam vida. Descubra agora