Frio na barriga

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Chegando na escola, guardo minhas coisas em meu armário e espero o sinal tocar. Eu estava inquieta e com muitas dúvidas na cabeça, e para minha felicidade, ou não, a letra daquela música não saía da minha cabeça.

"Será que foi ele mesmo quem a escreveu? Mas por que ele faria isso? Pode ser apenas coincidência"- Eu roía as unhas enquanto tentava achar alguma resposta.- "Preciso falar com Tom e tirar essa história a limpo."

 Fecho a porta do armário e me deparo com uma cena que parecia de filme. Os três integrantes da banda entraram pela porta da escola e todos pararam para olhá-los. Um leve brilho do lado de fora fazia a cena ficar ainda mais "épica" e tudo parecia acontecer em câmera lenta.

Prendi a respiração quando Tom se virou em minha direção e seus olhos encontraram os meus. Ainda distante, vejo ele passar a língua pelo piercing no canto da boca, me fazendo arrepiar. Em minha cabeça a nova música da banda começava a tocar e eu imaginava nós dois naquela letra. Então lembro que aquilo realmente aconteceu e sinto um leve frio na barriga.

- Bom dia Amanda.- A voz de Bill me faz voltar de meus pensamentos para a vida real.

- Bom dia meninos.- Respondo ainda nervosa.

- Como você está?- Ele pergunta em meio a um bocejo.

- Estou bem. Vocês por outro lado, parecem ter virado a noite.

- Quase isso.- Gustav encosta a cabeça em um dos armários.- Fomos dormir às três da manhã.

- Por que?

- Tivemos ensaio da banda e algumas gravações.

- Imagino como a rotina de vocês deve ser cansativa. Por falar nisso, ouvi a música nova que lançaram ontem.

- A letra foi ideia de Tom.- Bill cruza os braços e olha de relance para o irmão.- O que achou?

Com as mãos nos bolsos, Tom parece aguardar uma resposta.

- Bem, eu gostei da letra.- O encaro mas logo desvio o olhar.- E o ritmo é viciante, gruda na mente.

Bill solta uma risada e fala algo que não consigo prestar atenção. Eu sentia o olhar de Tom sobre mim e sentia que ele me analisava. Mas algo o fez desviar sua atenção de mim. Do outro lado do corredor uma garota loira, de pele clara e um corpo invejável se aproximava de nós. Ela mexia no cabelo de uma forma sensual e caminhava lentamente, olhando apenas para Tom.

- Parece que seu irmão encontrou a próxima vítima.- Gustav terminava de guardar suas coisas.

- Sim, parece.- Bill fala com desaprovação.

O sinal toca e nos direcionamos para a sala de aula. A aula seria com o professor Anderson e confesso que estava nervosa quanto a isso. Sempre que o via, eu lembrava de suas mãos nojentas em mim.

- Bom dia a todos.- Ao entrar na sala o professor aguarda os alunos responderem.- Na aula de hoje faremos uma pesquisa e será em dupla.

Todos ficam agitados e começam a forma suas duplas. Gustav estava debruçado sobre a mesa e se assusta quando Bill senta ao seu lado.

- Espero que você saiba sobre o assunto tanto quanto você sabe tocar bateria, Gustav.

- Eu sei sobre o assunto tanto quanto VOCÊ sabe tocar bateria, Bill.

Deduzindo que ninguém iria querer formar dupla comigo, juntei o pouco de coragem que ainda me restava e perguntei se Tom gostaria de fazer comigo. Ele apenas deu de ombros e voltou a olhar pela janela. Antes que eu pudesse sentar ao lado dele, o professor Anderson me chama.

Reden- Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora