Reden- Tom Kaulitz

Sentimentos

Tom tenta se desprender dos braços da garota e vir até mim, mas a garota o puxa de volta. Ele a encara com o semblante de raiva e empurra seus braços, mas Bill aparece em seu caminho.

- Nem tente explicar, é óbvio o que aconteceu aqui. E você.- Ele analisa a garota de cima a baixo.- É melhor sair daqui se não quiser que eu chame a monitora.

A garota sai com a cabeça baixa, limpando o canto da boca. Rapidamente Bill empurra Tom e Gustav para dentro do banheiro e bate a porta atrás dele. 

Ainda com as mãos nos bolsos eu não conseguia acreditar na cena que acabara de presenciar, eu sentia como se alguém estivesse perfurando meu peito diversas vezes.

"O que é isso? Esse sentimento? Eu estou... Apaixonada por Tom Kaulitz?"- Eu queria não acreditar naqueles pensamentos, mas era tão óbvio tudo o que estava acontecendo, meu coração acelerava ao vê-lo, eu não conseguia tirá-lo de meus pensamentos e agora estava com ciúmes do maldito beijo. Não é como se ele nunca tivesse beijado outras garotas antes, mas ter presenciado pessoalmente aquilo, fazia meu peito doer.

Ouvi Bill e Tom discutindo no banheiro, mas decidi não bisbilhotar, eu precisava de um tempo sozinha para processar meus sentimentos. Voltei para a sala de aula sozinha segurando algumas lágrimas que embaçavam minha visão. Sentei em meu lugar e me debrucei em cima da mesa, minha cabeça estava um caos. Não sei ao certo quanto tempo se passou até os garotos retornarem, apenas notei quando Tom se sentou ao meu lado.

A aula já estava quase terminando e eu não havia trocado uma palavra com os garotos desde o intervalo. Tom permaneceu ao meu lado até a aula terminar, e se ofereceu para me ajudar a guardar os livros. Apenas dei de ombros e peguei um das pilhas, seguindo até a biblioteca.

Posicionei os livros sobre a mesa e os organizei juntamente com a pilha que Tom havia trazido. Ele esperou pacientemente que eu terminasse de organizar tudo. Quando me virei para sair da biblioteca, sinto sua mão puxar levemente meu braço, me fazendo virar para ele.

- Amanda, preciso falar com você.- Não digo nada, apenas continuo a encarar sua mão em meu braço.- Aquilo que você viu no banheiro...

- Aquilo que vi no banheiro não é da minha conta.- Levanto meu olhar.- Tom, você não precisa se explicar para mim, ok? Eu não tenho nada a ver com a sua vida e também não me interessa.

O encaro uma última vez e viro as costas saindo da biblioteca. Esfrego a pele em meu braço que ainda formigava com seu toque suave. Volto para a sala de aula apenas para pegar minha mochila, torcendo para Bill e Gustav não estarem mais lá. Mas para minha infelicidade eles estavam esperando por Tom.

- E aí, onde está Tom?- Ao passar a mão no cabelo para arrumá-lo, Bill olha para a porta a procura do irmão.

- Ele já está voltando.

Logo depois Tom aparece na porta, recuando um pouco ao me ver ali. Ele passa por mim e pega sua mochila também, fazendo sinal para irmos.

Os segui até o portão de saída em silêncio. Os garotos pareciam ter percebido o clima entre Tom e eu, mas decidiram não perguntar nada. Quando chegamos perto da saída, sinto meu estômago embrulhar e meus punhos se serrarem ao ver a garota loira que havia beijado Tom se aproximar de nós. 

- Até amanhã, Tom.- Ela sorri e dá tchauzinho para ele.

Serro os punhos com mais força, sentindo minhas unhas começarem a perfurar a palma de minha mão. Meus olhos queimavam com mais lágrimas se formando. Então, uma voz familiar faz minha raiva se esvair.

- Amanda?- No portão da escola Elias abanava para mim com um sorriso acolhedor.

Não consigo mais segurar as lágrimas e vou até ele. Passo meus braços em volta de sua cintura e o abraço tentando achar um pouco de conforto. Depois de algum tempo sem entender o porquê daquilo, ele retribui meu abraço, envolvendo minha cintura e afagando meu cabelo.