Momentos

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~Pov's Amanda~

Saímos do zoológico e passeamos pelo centro da cidade. Os garotos me mostraram diversas construções antigas e com uma arquitetura peculiar.

Paramos em frente a uma enorme igreja, que mais parecia um castelo. Perguntei a eles se era possível visitarmos a igreja por dentro e eles assentiram, me guiando até a entrada.

- Essa é a catedral de Magdeburg. - Georg segura a porta para que eu possa entrar.

Ao passar pela porta, abro levemente a boca, encantada com a estrutura do local. O interior da catedral era formado por diversas colunas no estilo gótico do século XIII, o teto era enorme, por volta de uns trinta metros de altura e com diversas estátuas esculpidas por toda a igreja.

Os garotos esperaram pacientemente eu apreciar cada canto do lugar, analisando todos os detalhes.

- E então, Amanda. - Bill espera que eu termine da analisar a estátua de três mulheres, chamada "As três virgens". - O que achou?

- Esse lugar parece ter saído de um filme ou algo assim. - Passo levemente os dedos pela estátua.

- Quer saber um segredo? - Aproximando-se do meu ouvido, ele cochicha. - Desde pequeno Tom tem o sonho de se casar aqui. - Me afasto pensativa. - Não diga a ele que contei isso a você, ele pode ficar constrangido e provavelmente irá xingar até minha quinta geração.

Olhei de relance para Tom, que estava encostado em uma das colunas conversando com Gustav. Sua blusa preta faz seus dreads se destacarem, e então lembro que ele havia deixado seu moletom comigo. Levanto uma das mangas do moletom e enterro meu nariz nela, sentindo seu perfume intenso.

Depois de ouvirmos Tom e Gustav reclamarem diversas vezes sobre a demora da nossa visita a igreja, seguimos caminho para outros lugares.
Visitamos algumas lojas de roupa famosas na cidade, passamos pelo grande mercado central e por fim, paramos em um parque chamado Rotehorn.
O lugar era incrível, logo na entrada era possível sentir o aroma de diversas flores como tulipas, cravos, girassóis, orquídeas, jasmins e muitas outras. O campo de flores era colorido e não sabia se dizer onde era seu início e fim. Ao centro do pareque se estendia um enorme lago, onde pessoas pescavam.
Sentamos em uma larga escadaria que levava até a borda do lago.

- Nunca imaginei ter um lugar tão bonito assim em Magdeburg.

- Nós vinhamos muito aqui quando éramos crianças. - Georg se senta ao meu lado.

- Por que pararam?

- Por conta da banda. Estamos sempre ocupados.

Vejo Tom e Bill cochichando em um canto, logo em seguida Tom se levanta e vai à algum lugar.
Os garotos e eu ficamos sentados conversando. Contei a eles um pouco sobre minha cidade natal, sobre o que gostava de fazer lá e dos lugares que gostava de ir. Eles também me contaram os lugares que gostavam de ir quando crianças e de quais profissões gostariam de seguir caso a banda não desse certo. Minutos depois, Tom havia retornado com algo em suas costas. Ele sentou-se ao lado de Bill e Gustav e só então reparei que o que estava em suas costas era um violão.

- E você, Tom. - Ele me olha curioso. - O que gostaria de fazer se não fosse guitarrista?

- Acho que você não gostaria de saber, Amanda. - Gustav balança a cabeça.

- Quer mesmo saber. - Ele passa a língua pelos lábios. - Afirmo com a cabeça e ele continua. - Com toda a certeza eu seria ator. Esse sempre foi um dos meus sonhos.

- É um sonho legal. Quando era mais nova eu também tinha o sonho de ser atriz. - Acho uma posição mais confortável e continuo. - Em quais tipos de filme você gostaria de atuar?

- Pornô. - A palavra sai de sua boca com a maior naturalidade. Ele então se apoia no violão e me encara. - O que acha de atuarmos juntos?

Encaro um ponto fixo perto dele, me sentindo um pouco constrangida com sua pergunta.
Com o canto do olho, vejo Bill cutucar o irmão, que solta uma risada debochada.

- Idiota! - Bufo. - É impossível ter uma conversa séria e decente com você.

- Por que acha que ele não namora? - Gustav apoia os braços nos joelhos.

Deixo escapar uma risada proposital.
Com as pernas cruzadas, Tom pegou o violão e começou a afiná-lo, uma leve brisa fez as árvores balançarem suas folhas, fazendo o som se misturar com o do violão. Os garotos conversavam sobre algo, mas eu estava ocupada demais observando o lindo rosto distraído de Tom, para prestar atenção.
Ele então começou a tocar algumas notas e em seguida todos ficaram em silêncio. Conforme a música ganhava ritmo, Bill cantarolava.

- "...Perdidos e tão sozinhos.
Nascidos mas nunca conhecidos.
Todos deixados sós,
Crianças esquecidas.
Você nunca ouvirá um nome,
Eles carregam toda a culpa.
Tão jovens para quebrar correntes,
Crianças esquecidas."

Eu lembrava dessa música, eles haviam tocado durante o show.

Ficamos assim por um bom tempo, sentados à beira do lago, apenas curtindo o momento e ouvindo Bill e Tom tocarem algumas músicas.
Eu me sentia feliz de estar ali com meus amigos.

Entre uma música e outra, vejo Tom me encarar com seus olhos hipnotizantes. Sem desviar o olhar ele começa a tocar a próxima música, se balançado ao ritmo dela. Me permiti, ao menos naquele instante, retribuir seu olhar, decorando cada detalhe de seu rosto que fazia meu coração acelerar, e antes que pudesse perceber, minha boca se curvava em um leve sorriso enquanto o admirava. Tom sorri de canto e abaixa a cabeça para o violão. Por alguns milésimos de segundos, pude jurar ter visto suas bochechas corarem.

🎸🎤🎸🎤

Começava a escurecer quando Markus estacionou o carro em frente a minha casa. Todos desceram do carro para me acompanhar até a porta.

- Muito obrigada, garotos. Esse dia foi sem dúvidas um dos melhores que já tive.

- Ficamos feliz que tenha gostado. - Com as mãos nos bolsos, Goerg sorri para mim.

- Se cuide, Amanda. - Bill segura minhas mãos e em seguida me abraça apertado. - E nos ligue se precisar de algo.

- Certo. Vocês também.

- Até segunda-feira. - Com um aceno, Gustav se despede.

- Até. - Aceno de volta. - Hã... Tom? - O chamo antes dele voltar para o carro.

- Hum?

- Seu casaco. - Tento tirar o moletom para entregá-lo, mas sou impedida por ele.

- Tudo bem, pode ficar. Para o caso de sentir saudade - Reviro os olhos. - E também, vermelho cai bem e você.

- Obrigada.

- Até mais, leãozinha. - Tom se despede de um jeito tímido.

Espero até que ele volte para o carro, mas ele permanece ali, em pé em minha frente.

- Não vai voltar?

- Estou esperando você entrar primeiro.

- C-Certo. - Seu cavalheirismo havia me pego de surpresa, fazendo minhas bochechas ficarem levemente rosadas. - Boa noite.

Entro em casa e fecho a porta atrás de mim, me escorando nela em seguida. Respiro pesado por um instante, até ouvir o som do carro de Markus se distanciando.




Eaí, alguém sabe me dizer o nome da música que Bill estava contando? Sem pesquisar, hein?

Obrigada por ler!

Reden- Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora