Não paro de pensar na noite passada nem por um minuto. Hailey chamou minha atenção várias vezes dizendo que eu estava ficando com cara de tonta nas fotos e que parecia estar no mundo da lua; e eu estava mesmo.
Ela ri — Tá bom, Scar, quer deixar as fotos pra outro dia? Ainda tem tempo pra essa campanha, na verdade.
— Eu adoraria. — Me levanto do cenário e me encosto na parede. — Ai, Hailey, que merda! — Resmungo — É cedo demais pra eu me apaixonar.
— Realmente, você já foi mais forte.
— Não era pra concordar. Se você tivesse sido comida daquele jeito, você estaria pior que eu, pode apostar! E olha que eu nem gosto de fazer propaganda.
Ela me puxa até a porta enquanto revira os olhos — O que esse cara tem de tão demais? A gente se conhece desde o fundamental e eu nunca te vi tão distraída por um homem. O que rolou aqui? Tipo, eu já entendi que ele tem uma rola quilométrica e adivinha suas fantasias sadomasoquistas, mas é sério que é disso que precisa pra te conquistar?
— É. — Ela me encara — Mais ou menos...? Tá, não é só por isso. Ele é super querido comigo e até agora demonstrou ser um ótimo pai... você sabe que eu não me dou bem com o meu! — Digo.
— Por favor, para de provar que Freud estava certo.
Dou risada. — Por isso que você colava de mim em filosofia.
Me jogo no sofá e Hailey se senta ao meu lado. — Ai, ai... deita aqui. — Ela suspira ao coloca uma almofada em seu colo e eu me deito. — Já sabe o que quer com ele?
— Quero que ele queira algo comigo.
Ela para pra pensar — Quê?
— Ele é um rockstar até bem famoso. Imagino que ele seja acostumado a transar com as garotas e não ligar no outro dia, sabe? É difícil... a maioria desses caras não querem nada sério. Eu queria 'não querer nada sério' com ninguém, mas acho que sou a última romântica.
— Acho que você 'tá bem doida. Ele tem até filha. Geralmente as pessoas aquietam o rabo quando tem filhos.
— 'Pessoas'. Não homens. Não rockstars.
— Eu realmente não posso ler a mente dele, mas você tem boca para perguntar o que ele quer da vida. De uma coisa tenho certeza: essa não foi a última saída de vocês. Aposto duzentos dólares que ele vai te mandar mensagem, no mínimo, nas próximas duas horas.
— Ah, ele não vai. — Deito de lado e fecho os olhos. — Talvez os meninos da banda mandem mensagem pra saber se quero ir em alguma role duvidoso com eles, mas não o Ronnie.
— Ele te chamando pra sair ou não, não tem como vocês se evitarem para o resto da vida. O mundo é pequeno e essa cidade é mais ainda. A 'cidade dos anjos' é muito menor do que dizem pelas telas.
— Porra, Hailey, não é hora de falar coisas que eu provavelmente vou anotar no meu bloco de notas pra usar de inspiração pra alguma música.
— E não é pra isso que eu sirvo? — No momento em que ela termina de pronunciar a frase, sinto meu celular vibrar do lado de minha cabeça; viro a tela do celular para ver se é algo importante e vejo a notificação de uma mensagem de Ronnie. — Ha! Ta me devendo duzentos dólares.
— Você nem sabe o que ele quer, metida. — Deixo o celular de um jeito que ela não consiga ver as mensagens quando abro a notificação.
"Vai fazer alguma coisa mais tarde?" — Respondo que não. — "Hm... quer fazer alguma coisa? Ou, sei lá, fazer nada... mas 'fazer nada' na minha companhia." — Dou risada da forma que ele parece tímido através das mensagens. "Que horas você quer que eu faça nada com você?", envio. — "Qualquer hora. Já terminou de fazer essas fotos aí?" — Paro para pensar.
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𝗂𝗇𝖽𝗎𝗌𝗍𝗋𝗒; 𝕽𝗈𝗇𝗇𝗂𝖾 𝕽𝖺𝖽𝗄𝖾
FanfictionOnde Scarlet Beckett precisa de uma banda para abrir seu primeiro show de festival. ou Onde Ronnie Radke se sente desafiado por perder os holofotes para uma nova figura na industria - e não fica feliz quando é obrigado a abrir seu show.