Entre balanços solitário

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Ao longe, vislumbrei uma árvore majestosa,
Com dois balanços suspensos em seus galhos,
E foi lá que ele me conduziu, gentil e formoso,
Me impulsionando com afetuosos abraços.

Por um instante, me questionei hesitante,
Seria ele o escolhido?
Enquanto o vento brincava em meu semblante,
Ele exaltou minha essência, minha perfeição.

Elogiou meu sorriso, belo e encantador,
Prometendo conquistar o céu ao meu lado,
Eu vislumbrei um futuro promissor,
Mas ao sentar-se, percebi um sopro apagado.

Ele se ocupou em falar de si incessantemente,
Indiferente aos meus sonhos e desejos,
Fui a árvore solitária em seu universo envolvente,
Meus anseios perdiam-se em seus próprios ensejos.

Como raízes, meus pés se firmaram no chão,
Mas ao notar a disparidade entre nós, eu cortei,
Não pude mais suportar a dissimulação,
Chorei não por ele, mas por mim, desapontado.

Agora, balanço solitário, com o coração partido,
Pois a árvore orgulhosa não permite outras ao seu lado.

Lágrimas de uma noite sem fimOnde histórias criam vida. Descubra agora