Naquela era em que as manhãs se estiravam infinitas, eu percorria incansavelmente os vales em busca de sustento. Foi em uma dessas jornadas, durante o solstício de verão, que nossos destinos se entrelaçaram. Inicialmente assombrado por um ruído misterioso, logo me vi perdido na descoberta do que a floresta guardava. O medo se transformou em paixão, e sob o calor do sol e ao som do rio, tornamo-nos amantes.
Nossos encontros não eram frequentes, mas sim guiados pela plenitude do brilho lunar. Quando a doença te afligiu, derramei lágrimas sob a lua, e ela me prometeu coisas que, a princípio, hesitei em aceitar. Jurou que nos encontraríamos em outras vidas, mas que nosso destino seria permanecer separados. O universo já havia esboçado nosso caminho de redenção, eternamente entrelaçados mas perpetuamente distantes, embora carregando a mesma memória.
Sob a lua mais radiante, nossos lábios se encontraram, e sob o fulgor celestial, permanecemos eternamente apartados.
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Lágrimas de uma noite sem fim
PoesíaQuando a lua desliza pelo céu e traz consigo a noite, uma transformação mágica ocorre dentro de mim. Meu ser é inundado por uma enxurrada de palavras, como se fossem ondas ansiosas para serem expressas. Essas palavras ganham vida, manifestando-se em...