Entre o Conforto e o Caos

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Uma leve fumaça branca saltava de um pequeno caldeirão de ferro e corria pelos corredores da biblioteca, envolvendo os livros e suas páginas com um cheiro doce pungente

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Uma leve fumaça branca saltava de um pequeno caldeirão de ferro e corria pelos corredores da biblioteca, envolvendo os livros e suas páginas com um cheiro doce pungente. O som das bolhas saltando do líquido azul era o único som no cômodo.

Jimin estava sentado na biblioteca acrescentando um ingrediente após o outro no caldeirão, tão focado que seus lábios formavam um biquinho rubi, tão concentrado que não notou a chegada de Namjoon até o mesmo dizer:

— O que diriam se vissem um rei sentado no chão da biblioteca fazendo poções?

Ele caminhou alguns passos até Jimin, observando tudo com curiosidade. O que quer que Jimin estivesse cozinhando tinha boa aparência e cheiro interessante. Em volta dele estava seu livro de anotações, folhas, raízes e água da chuva.

— O que você está fazendo Jimin?

Jimin respondeu sem olhá-lo: — Não sei. Depois que conversamos na torre, apenas quis fazer porções. Talvez algo sobre trazer o amor de volta em três dias.

Namjoon riu alto: — Vou querer o caldeirão inteiro. Entregue-me e ninguém sofrerá.

Jimin riu com ele, o olhando sobre o ombro. Os olhos bicolores de Jimin encontraram os verdes de Namjoon e os sorrisos se esmaeceram lentamente, transformando-se em um olhar perdido. Jimin desviou o rosto para o caldeirão e o silêncio se prolongou por um momento.

Até Jimin se afastar levemente do caldeirão, ainda sentado no chão de pernas cruzadas, ele deu batidinhas no próprio colo, sinalizando para Namjoon se aproximar. Namjoon o obedeceu imediatamente, deitando com a cabeça no colo de Jimin.

Sentar no colo de Jimin pareceu levar um pouco da tristeza dele para longe e seus olhos verdes brilharam. Quando Jimin acariciou seus cabelos pretos, Namjoon fechou o olhos. As coisas pareciam mais certas quando eles estavam juntos.

Mais um momento de silêncio preenchido pelo som do caldeirão fervendo e Namjoon disse, num sussurro: — Estou com medo Jimin.

A mão de Jimin parou em seu cabelo: — Você? Do quê?!

— De perder tudo que conseguimos até agora. Tenho medo de perder você, Yoongi, Hoseok, Jungkook, Taehyung e o... Seokjin.

Jimin vira muitas vezes Namjoon mascarando os sentimentos, era avassalador ouví-lo confessar em voz alta com tanta naturalidade.

Dor lampejou nos olhos de Jimin e ele disse num sussurro estrangulado: — Somos parte de um todo. Extensão um do outro. Como isso aconteceu? Como passamos a precisar uns dos outros para viver e não apenas existir?

Namjoon abriu os olhos: — Você tem razão Jimin, deve ter um caminho entre céu e inferno. E se não houver, então faremos um com nossas próprias mãos.

Apesar da voz calma, o olhar de Namjoon se ascendeu como faróis no mar negro. Jimin segurou a mão de Namjoon com a mão livre. Eles podiam trocar milhares de palavras ou apenas trocar um longo olhar, o efeito seria o mesmo.

Sete maravilhas - Jimin centric Onde histórias criam vida. Descubra agora