Anjo Adormecido II

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Meia noite era o momento que os relógios mortais zeravam e o momento em que uma parte da terra caia em completa escuridão

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Meia noite era o momento que os relógios mortais zeravam e o momento em que uma parte da terra caia em completa escuridão. Marcava o fim de um dia e o início de outro. Nesse horário as orações mortais chegavam aos anjos com mais força, talvez por isso eles estivessem escolhido esse horário para reunir todas as raças e clãs.

Quando um acontecimento podia causar verdadeiras tragédias e balançar o mundo mortal e o imortal também, o céu enviava mensagens através de pergaminhos para todas as espécies, as convocando para debater os próximos passos. Aquela seria a primeira vez que várias espécies tão diferentes se encontravam depois de muito, muito tempo.

A colina dos anjos fora escolhida como sede da reunião desta vez e tranformada para receber os clãs. As espadas e os caixões foram reunidas no canto superior da ilha. O chão de mármore se alargou para comportar uma mesa rendonda também de mármore no centro, toda a colina fora fechada como uma arena com arquibancadas, cada espécie tinha seu próprio espaço reservado, pintado em cores específicas e com bandeiras com o símbolo de cada clã.

O teto aberto era decorado com as auroras naturais da colina que brilhavam em tons de rosa e verde, o céu estrelado completava o cenário. As bandeiras se agitavam sob a brisa fresca noturna.

Havia um anjo da hierarquia virtude voando acima da arena, alguns metros acima do portão de entrada principal. O portão fora colocado ali hoje e esculpido com desenhos de todos os clãs. Luzes de todos os tamanhos e tochas tremulavam quando o anjo gritou, sua voz reverberando por cada canto da arena monumental:

— Apresentando as seitas mortais, cultivadores sem clã, e mortais versados em magia.

Os portões se abriram e um grupo grande vestindo as cores de sua seita se aproximaram. Os líderes caminhavam a frente, não escondendo o espanto ao ver a imensa construção. Oito anjos esperavam de pé ao lado da mesa e os comprimentou. Durante a reunião as armas eram proibidas então um anjo de cabelos ruivos as recolheu gentilmente.

Cada espécie ocuparia o mesmo lugar reservado independente de serem ou não do mesmo clã. A bandeira dos mortais era amarela e continha os símbolos de todas as seita notáveis que foram convidadas.

Apenas uma pessoa representaria os humanos e ocuparia uma cadeira no centro da arena, essa pessoa deveria ser escolhida com antecedência. Uma jovem mulher de vestes azuis se aproximou e ocupou a cadeira a ela reservada na mesa.
Os humanos sequer tiveram a oportunidade de começar a compartilhar seu espanto em cochichos quando o anjo da virtude voltou a anunciar:

— Apresentando as espécies de origem natural. Duas matilha de lobo e Licantropos, norte e sul. O clã único dos centauros e as fadas.

Os grupos entravam de acordo com a ordem dada pelo anjo, primeiro as duas matilhas enfileiradas em lados opostos, seus líderes em sua forma completa de lobo. Ao passarem pelos portões a magia ali os forçou e assumir a forma humana, a matilha do norte era liderada por uma mulher e a do sul por um homem de meia idade.

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